Capítulo 41

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Regina ouvia fixa e atentamente enquanto, finalmente, Emma contava-lhe sobre todo o ocorrido; tanto sua trajetória de vida depois da sua partida, quanto o grande trauma que sofrera e lhe acarretara tantas frustrações e impedimentos. Ao fim daquela longa e terrível história Regina sentia seus olhos arderem e seus músculos estirarem, não sabia como agir ou o que poderia dizer à Emma que lhe fosse trazer conforto. ''Onde está tudo o que estudou, Regina? Agora é a hora de usar as palavras a seu favor...'', reclamava mentalmente consigo mesma enquanto, até então, apenas apertava uma das mãos de Emma fortemente tentando enviar-lhe força e positividade. Emma, por sua vez, chorava silenciosamente, mas sentia o forte e afetuoso aperto de Regina em sua mão o que lhe fazia querer erguer-se e dizer ''está tudo bem, Regina, vou ficar bem'', mas sua boca não conseguia proferir palavras, seu cérebro pensava o contrário, que tudo daria errado, que nunca mais seria feliz ou que aquilo tudo era um pesadelo que nunca acabaria.

— Emma... — Regina começou a dizer e Emma sorriu fraco para ela — Certamente, não há nada que eu possa dizer ou fazer que vá fazer desaparecer todos esses acontecimentos. Mas ouça: Eu estou aqui dessa vez, você não está sozinha e nunca mais estará.

— Eu pensei que estivesse bem, sabe? Que tinha superado tudo e que hoje seria diferente. Quero dizer, pensei que mesmo que falhasse por qualquer motivo eu ficaria bem, mas não, eu... estou péssima, quando eu caí na audição não senti a dor, só vi na minha cabeça um filme triste de toda a merda que me aconteceu. Nenhuma dor física poderá ser comparada à dor de ser tirado da sua vida o amor, seu sonho ou de ter que moldar tudo em si mesma para tentar passar por cima de uma deficiência e se contentar com o pouco. Eu não tenho mais... força pra isso. — disse com a voz embargada ainda sob influência das lágrimas que teimavam cair.

— Não diga isso, por favor. Você é a mulher mais forte que já conheci em toda a minha vida e olha que não foram poucas as que conheci. — ao ouvir, Emma lança um olhar surpreso com tamanha revelação. Regina a encara de volta e ri alto. — Ei, alto lá. Não é nada disso que pensou, hein? Eu sou uma médica, a maioria dos meus pacientes são do sexo feminino, foi isso que quis dizer. — Emma ri alto. Regina dá de ombros e acaba rindo também.

— Eu só estou cansada. Não imagina o quanto... — desabafa.

— Realmente, não imagino. Mas também não vou aceitar te ver desse jeito. A vida não acabou aqui. Sim, aconteceu coisas terríveis, mas veja, eu voltei pra sua vida, as chances de isso acontecer eram baixíssimas e aconteceu. Chega de fugir!!

— Não estou f-

— Claro que está. Você tem uma vida há milhas de distância daqui. Você tem uma irmã que te adora, uma família que sempre te apoiou, alunas, Emma, que te veneram e você está aí, dizendo que não aguenta mais e blá blá blá... NÃO, eu não vou aceitar isso. — explode e cruza os braços enquanto Emma a observa com os olhos um tanto esbugalhados. — O que está esperando? Anda, levanta daí porque temos um voo pra pegar.

— Sim, senhora... — Emma responde sarcasticamente recolhendo sua mochila.

— Ah! E eu já ia me esquecendo. — tirou um papel da bolsa — Guardei para o grand finale caso você se recusasse a voltar. Toma! — Emma encarou o papel e o pegou.

— Cartinha de amor, Gina? Sério? — brincou.

— Só leia... — ordenou revirando os olhos e em seguida pegou a mochila de Emma para que ela conseguisse andar melhor.

O recado era curto, com uma letra desconhecida, mas a forma em como a mensagem era passada era bem singular. Emma lia com atenção já imaginando de quem se tratava o remetente, sorria ao final emocionada não contendo uma lagrimazinha morna que escorria limpando-a imediatamente. Regina já sabia do que se tratava o bilhete, sorria com orgulho de sua filha tão genuína e atenciosa. Mal podia esperar para chegar em casa e contar-lhe que Emma estaria de volta.

Epic Return - [SwanQueen]Onde histórias criam vida. Descubra agora