Tres.

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Nada. Absolutamente nada, era o quê Shuhua havia recebido nas últimas semanas. Ela se sente desconfiada porquê não conhece Soojin e tem a maior certeza de que a garota irá revelar seus segredo para todos da escola uma hora ou outra.

Mas no dia seguinte, assim que Shuhua entrou pela grande e moderna instituição, ela temeu o quê viria, mas se surpreendeu que, ao invés de olhares de reprovação, apenas recebeu a mesma atenção de sempre.

Talvez Soojin apenas devesse estar esperando a hora certa de espalhar sua fraqueza, tinha que ser aquilo. Em toda sua vida, Shuhua nunca conheceu ninguém em quem pudesse confiar 100%, portanto sempre descobria sobre a fraqueza dos outros para que pudesse os chantagear primeiro. Alguns chamavam de crueldade, Shuhua chamava de sobrevivência.

- A senhora queria falar comigo? - abriu a porta de madeira bem cuidada e espiou para dentro da sala, encontrando a confusão de papéis que havia sobre a mesa da professora.

- Shuhua, querida! - sorriu contente. - Entre e feche a porta, por favor.

- Ok...

Mesmo um pouco hesitante, Shuhua fez o quê lhe foi pedido, sentando-se em uma das cadeiras da frente e levantando o olhar para senhorita Lopez que ainda a encarava com um sorriso brilhante no rosto.

- A senhora.... pode me dizer o quê quer comigo?

- Ah, claro! Sim, sim, sim! - riu baixinho e se encostou na mesa grande, encarando as feições confusas de Shuhua. - Andei conversando com o diretor Walsh sobre suas notas em minha matéria e...-

- Sobre isso. - Shuhua interrompeu. - Eu já disse, senhorita Lopez, que irei fazer o possível para recuperar minhas notas. Não é nem mesmo necessário que fale com meus pais sobre isso.

Para Shuhua, pior do que ser tirada do time, seria que seus pais ficassem sabendo sobre como seu desempenho em espanhol havia caído gradativamente. Os Yeh eram uma família perfeita e Shuhua era a encarregada de não sujar o sobrenome tão importante como aquele. Sendo filha única, deveria mostrar para todos daquele cidade do que um Yeh era capaz.

- Querida, não se exalte, por favor. Conversei com o diretor Walsh e o treinador Carter sobre isso, e, juntos, decidimos que o melhor para você seria conseguir uma tutoria.

- Senhorita Lopez, não preciso de aulas particulares.

- Se não precisasse, Shubua, não estaria tão mal em minha matéria. - a mulher estalou a língua em um gesto de desaprovação. - Pensando em apenas ajudá-la, porquê sei o quão boa aluna você é, pensei em lhe dar a oportunidade de uma pequena prova que englobará as matérias do primeiro e segundo ano.

Shuhua arregalou os olhos com aquela proposta e um bico se formou em seus lábios.

- Isso é mesmo necessário?

- Se quiser continuar no time de futebol, sim, é sim.

Mordeu o lábio inferior e sacudiu a cabeça levemente. Ter aulas particulares não era o quê planejava para este ano, mas certamente não era de seu desejo ser retirada do time. Shuhua precisava de uma boa indicação para entrar em Yale, e não apenas por ela, mas por seus pais também. Odiaria ter que decepciona-los de alguma forma.

- Certo, tudo bem. - ela se deu por vencida. - O quê preciso fazer?

- Absolutamente nada, querida. Eu, como sua professora, tomei a liberdade para escolher alguém que tenha capacidade o suficiente para fornecer as aulas de espanhol para você, não se preocupe. - a mulher se sentou na cadeira e colocou as mãos sobre a mesa. - Apenas certifique-se de aparecer todas as terças e sextas na biblioteca assim que a aula se encerrar, está bem?

Sin EsperanzaOnde histórias criam vida. Descubra agora