Sin Esperanza

Siete.

A semana passa mais rápido do que eu esperava e sem que pudesse me dar conta, já é sexta feira novamente. Não encontrei com Shuhua para as tutorias de espanhol durante a semana porquê, bem, porquê ela não me procurou e eu tão pouco iria atrás dela.

Na terça, não menti quando disse que não poderia participar da tutoria. Minha mãe havia tido uns problemas com um dos funcionários do restaurante e precisava de ajuda, então eu não pude negar. Sendo sincera, estive pensando bastante sobre conversar com o diretor Walsh e senhorita Lopez sobre voltar atrás nessa história de tutoria. Eu não suportava ficar no mesmo espaço que Shuhua e, para ser sincera, tenho certeza que ela compartilhava do mesmo sentimento.

Sem contar que eu não já não tinha tempo algum por conta das tarefas extras da Skyline, que tomava completamente tudo de mim. Eu não via minhas amigas desde domingo, o quê não era recorrente de nossa parte. Normalmente nos víamos todos os dias, na escola e fora dela.

De qualquer maneira, tirando a parte dos branquelos irritantes da Skyline, não há nada pelo que reclamar. As matérias são avançadas e preciso admitir que de vez em quando tenho uma certa dificuldade para pegar, mas nada que eu não pudesse resolver com estudo. O quê tem me incomodado de verdade, era a insistência da garota, Madison, sobre eu ser sua vice.

Ela me lançava olhares sugestivos sempre que me via pelos corredores, me comprava doces e mandava que entragassem para mim, o quê, pessoalmente, me deixa super desconfortável.

Sobre os garotos do time de futebol, eles ainda me olham atravessado de vez em quando, mas tenho certeza que a lição que Carlos e os caras deram em Brandon fora o suficiente para me deixar em paz.

Escutar o sinal soar anunciando o fim das aulas naquele dia exausto é um alívio para mim, mas quando me lembro das aulas extras que teria toda sexta-feira, solto um gemido de desgosto. Mesmo não querendo ficar perto da tal Madison, sua ideia para que eu fizesse parte dos bastidores do teatro realmente foi de grande ajuda. Eu não teria que interagir com outras pessoas e ainda assim contaria como uma aula extra, então não perdi tempo em me inscrever.

Recolho minhas coisas e as coloco dentro da minha mochila, pronta para sair quando sinto meu celular vibrar. Eu quase reviro os olhos ao ver o nome de Yuqi no visor.

Yuqi: vê se não esquece da festa de hoje, sua vadia.

Soojin: como eu poderia esquecer, Yuqi? Você e Carlos vem me enchendo sobre isso desde segunda. Eu não aguento mais suas ligações!

Não espero por sua resposta ao desligar o celular e aperto o passo para a sala de teatro. Sinceramente não estou nem um pouco animada para essa festa, mas tenho certeza que Yuqi iria fazer maior drama caso eu desmarcasse. Além do mais, realmente sinto falta do pessoal.

Quando entro na sala onde seriam as aulas de teatro, a primeira coisa que noto são os alunos conversando de forma animada e nenhum resquício de professor pela sala. Passo meu olhar pela sala e encontro, em um canto mais afastado, Shuhua com a cabeça baixa enquanto digita rapidamente em seu celular. Reviro os olhos e bufo baixinho. Até aqui eu teria que aguentar a presença dessa garota!

Escolho um lugar mais afastado dos outros alunos e me sento. O tédio toma conta de mim quando percebo que o possível professor está completamente fora de hora e jogo a cabeça para trás.

Eu não queria nem ao menos estar aqui, para começo de conversa. Ainda não consigo entender porquê essa escola idiota tem que obrigar os alunos a fazerem aulas extras. Quero dizer, a carga horário normal já não é exaustiva o bastante?