Sin Esperanza

Quince.

× AVISO: este capitulo contém uma cena de agressão física e pode causar desconforto em algumas pessoas. ×

Demorou um tempo para que eu pudesse me acostumar com a claridade que irradiava pela cortina. Eu não sei o quê está acontecendo ou porquê meu corpo está tão dolorido como se um caminhão tivesse passado por cima dele, mas definitivamente sei que isso não é normal. Tento me levantar mas não consigo porquê meu corpo inteiro está formigando agora, então apenas me rendo àquela sensação estranha e gostosa ao mesmo tempo.

Eu fecho os olhos com força novamente, me praguejando ao tentar lembrar de onde caralhos eu estava. Sei que esse não é o meu quarto, consigo ver isso claramente pelas cortinas cinzas que vislumbrei assim que abri meus olhos. Além do mais, o cheiro que o lençol passa, definitivamente não é o meu. Será que estou na casa de Jace? Não! Não pode ser, não me lembro de ter encontrado ele na noite passada.

Rapidamente, flashes de tudo o quê aconteceu invade minha cabeça e eu pulo assustada, elevando o rosto e esbugalhando meus olhos ao encontrar Soojin jogada no tapete. Seu rosto está sério, as bochechas coradas e há um fio de cabelo caindo por cima de seus olhos enquanto ela dorme. É incrível como ela consegue ser tão linda quando dorme.

Fico um tempinho olhando para ela com um sorriso abestalhado no rosto, mas travo quando escuto batidas fortes soando do outro lado da porta.

- Soojin! Filha, acorda! Você vai se atrasar, meu bem. - arregalo os olhos ao ouvir a voz feminina do outro lado e sinto meu coração dar um salto. - Soojin?!

Encaro Soojin e bufo alto ao ver que ela nem ao menos se remexe, está totalmente dormindo. Me aproximo da beirada da cama e a balanço com a ponta dos meus pés, rindo no instante em que ela fez um careta ao sentir o gelado dos meus pés.

- Só mais cinco minutinhos, mãe. - murmurou virando para o lado contrário.

- Soojin, acorda porra! - meio sussurrei meio gritei, agora balanço ela com minhas mãos. - Sua mãe está na porta, acorda caralho!

Ela demora uns segundos para abrir os olhos realmente e quando os foca em mim, não parece surpresa ao me ver ali. Soojin levanta as sobrancelhas e encara minha mão, essa que esta em sua barriga.

- Foi mal... - sorri constrangida e removi a mão de lá.

- Soojin?! Por quê essa porta está trancada? Responde! Você vai se atrasar para a aula, filha. - fitei o rosto de Soojin e prendi a risada ao ver seus olhos duplicarem o tamanho ao escutar a voz de sua mãe.

- É a minha mãe! - sussurrou apavorada e eu abanei a cabeça. - Só um minuto mãe.... É.... eu já estou descendo.

- Vê se não demora ou irá se atrasar. - a mulher avisou e logo em seguida escutamos passos se afastando da porta.

Soltamos a respiração juntas e eu me sentei no chão de frente para ela.

- Como isso aconteceu?

Soojin respirou fundo e se levantou, sentando-se bem ao meu lado.

- Você tava chapada demais pra pensar direito. - respondeu ela. - Eu não poderia deixar você sair sozinha daqui.

Prendi a respiração quando me lembro dos beijos quentes que troquei com Soojin. A maneira como ela deixava a fumaça da maconha passar por seus lábios e.... Caramba! Como alguém pode ser tão quente assim?

- Se arrependeu? - a pergunta veio baixa, tão baixa que se eu não estivesse ao seu lado, não teria escutado.

- Do beijo chapada ou de ficar chapada com você? - perguntei em ironia.