Você tem o livre arbítrio para escolher entre o certo e o errado, afinal de contas. Mas, e quando não há escolhas? E quando você simplesmente precisa escolher o errado?
Carlos precisava admitir que não gostava da ideia de ter o nome de Soojin relacionado ao de gangues. O colombiano nem ao menos sentia-se confortável de estar no meio de tudo aquilo, para começo de conversa.
Mas, uma vez que se entra para este tipo de coisa, você dificilmente saí. A não ser que seja preso, é claro. Ou então, morto.
O rosto apreensivo, as palmas das mãos suadas e o desconforto pelo corpo é causado em si à medida em que seus passos cautelosos o levam até o andar de cima. Carlos se aproxima da porta de madeira e duas batidas hesitantes são proferidas, apenas para logo em seguida ouvir a voz grossa e rouca de dentro pedindo para que ele entrasse.
- Mandou me chamar? - passou o olhar castanho cheio de medo pela sala antes de fechar a porta e se conteve para não engolir em seco quando encarou a postura do homem à frente.
- Sente-se. - ordenou.
Hesitando e cheio de medo, Carlos assim o fez. Juntou as mãos em punho por baixo da mesa e as apertou com força. Seja lá o quê estivesse sendo preparado para ele, não deixaria que Soojin ficasse envolvida no processo.
- O quê aconteceu? - perguntou.
- Não entendo, Alejandro.
Alejandro García. Com certeza metade da costa norte e oeste já haviam ouvido falar do mexicano tirano com olhos felinos e cabelos grisalhos. Era o líder de uma das maiores gangues do centro norte e não fazia questão de esconder isso. Seus métodos eram sempre os mais cruéis e, os poucos que ousavam pisar em seu caminho, não viviam para contar história.
- Pediu ajuda para meus meninos e achou que isso iria passar despercebido por mim, Carlos?
Não achava. Carlos sabia que absolutamente nada ficava escondido de Alejandro. O homem sempre sabia de tudo, consequência da fidelidade que tinha dos seus seguidores.
- Não, senhor. - disse seriamente. - Pedi ajuda para os caras darem uma lição em um riquinho da zona leste que mexeu com uma amiga minha.
- Dandara? - Alejandro sorriu ladino.
Não era segredo para ninguém a paixonite que Carlos possuía por Dandara. Exceto por Soojin e a própria Dandara, todos sabiam.
- Besteira! Dandara também é família!
Esse era seu lema. Se você faz parte da gangue de Alejandro, bem, então aí você faz parte de sua família e possuí direito a proteção. Fora isso, se ficar no caminho, você roda.
Carlos respirou fundo antes de passar o olhar pela sala e voltar a encarar os olhos afiados de Alejandro. Sabia que o homem não deixava que seus meninos se metessem em confusão por pessoas que não fossem da gangue, mas haviam suas excessões. E Soojin era uma delas.
- E então? - insistiu. - Dandara está com problemas?
- Não é sobre Dandara, Alejandro.
- Sabes muito bem que não permito que...-
- É Soojin! - se apressou em dizer.
O rosto duro de Alejandro se iluminou e em seus lábios carnudos um sorriso nasceu. Soojin era o colírio dos olhos de García. Sempre fora de seu desejo tê-la consigo em sua gangue, embora não aceitasse muitas mulheres.
A garota sempre se recusava porquê não queria fazer parte daquele mundo, mas Alejandro nunca pensou em desistir.
- Por quê não disse logo que era para minha menina?
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Sin Esperanza
FanficA Skyline Highschool é um conceituado colégio que apenas aceita alunos de altas condições financeiras, dispensando qualquer tipo de estudante baixa renda. Shuhua está entre eles, cursando seu último ano do ensino médio, sua vida vai muito bem, obrig...