capítulo 6

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Cora sentiu a diferença no tratamento de Elsa, em poucos segundos a garota se tornou seca novamente  a deixando confusa, afinal ela acreditava que agora havia se encontrado,  mas aparentemente  havia se precipitado em sonhar demais.

—Cora. —Elsa chamou enquanto entrava dentro de casa. —Só queria saber se esta tudo bem.

—Sim. —Cora respondeu somente aquilo e subiu  para se deitar na cama, ela se cobrou, e ali naquele minuto foi quando todos os sentimentos vieram a sua cabeça. Todas as vezes que Henry a violentou, a obrigou a transar com ele, talvez fosse isso que ela merecia.  Talvez ela não merecesse alguém como Elsa em seu caminho, talvez ela não tivesse o direito de ser feliz. E lá estava ela novamente se sentindo angustiada,  jogada em sua cama. Mal. Sem saber direito o que fazer e como fazer.  Ela abraçou um travesseiro o que já era de costume dela, e começou  a chorar, na esperança de aliviar seu peito um pouco.

A loira andou de um lado pro outro  queria evitar ir pro quarto, mas sabia que não evitaria isso por muito tempo, ela bufou antes de subir os quatro degraus que levava ao quarto. Abriu a porta e procurou pela mulher. E a viu ali encolhida na cama como uma criança, ela olhou pro teto e coçou a cabeça quase que procurando por alguma resposta divina.

—Cora? Eu queria saber se você se importa que eu deite um pouco na cama.

—Fique a vontade, não vou incomodar.— o tom choroso na voz da mulher já deixou Elsa totalmente mexida, mas ela tentou ignorar, tirou seus sapatos, colocou sua arma embaixo  do travesseiro  de um jeito fácil caso ela precisace. Ela ficou ali quieta tentando ignorar Cora, mas quando ouviu a mulher puxar o ar mais uma vez porque esta aos prantos. Ela não se segurou. Se colocou de lado e passou a mão  no braço dela.

—Qual o problema Cora?

—Talvez seja eu o problema.—a mulher falou entre soluços. —Talvez tudo que Henry me fez até hoje seja o que eu mereço.  Eu sou uma idiota. O que eu estava pensando ? — conforme ela falava o choro se tornava mais urgente, e as palavras ficavam mais embargadas.— Ele é  exatamente o que eu mereço,  um homem que me machuca que me maltrata. Que me violenta. —Elsa já tinha um nojo grotesco por seu pai, ela sabia das atrocidades, e ver hoje que ele iria estuprar Cora e ela falando tudo isso agora  fez como se algo se soltasse dentro dela. Ela puxou Cora e abraçou. Trouxe a mulher para perto e a envolveu em seus braços.

—Voce não merece nada do que ele faz com você.  Ele é  um monstro Cora.

—Sim, ele é.  Mas é  meu marido. E quando isso passar e pra ele que eu vou ter que voltar.

—Olha para mim.— Elsa pediu e a mulher se virou para ela.— Sei que eu não posso te oferecer muita coisa, e que talvez o que você disse hoje mais cedo faça  sentido. Mas eu não sei explicar o que eu sinto quando eu olho para você. E eu não quero te tratar mal, pelo contrario, eu quero te tratar muito bem,  eu quero te fazer carinho, quero te beijar, quero ficar do seu lado só te olhando. E talvez seja idiotice pensar nisso pela situação que estamos. Mas Cora eu seria capaz de sumir com você  para conseguir te fazer feliz. Ele não merece você.

—Elsa eu só  ...— Elsa não deixou que ela terminasse a frase. Tomou seus lábios em um beijo terno e urgente. Um beijo desejado por ambas.

—Esquece por enquanto que ele existe.  Finge que só  existe eu e você.  E me deixa aproveitar esse tempo com você,  depois a gente pensa no depois.

—Elsa eu não ia aguentar ver ele te machucar entende? — Elsa sabia que ela também não suportaria  mais ver o contrario. Mas queria tentar não pensar naquilo, e ignorou o que a mulher falou e a beijou, se colocou sobre o corpo  de Cora, e a beijou. Suas mãos  acariciavam o rosto dela lentamente. Ela tinha calma. Quase como se pedisse permissão, e a mais velha nem conseguia raciocínar ela não se lembrava em que momento  se apaixonou por Elsa. Tudo aconteceu tão  rápido. Talvez ela já tivesse aquele sentimento guardado de todas as conversas que elas tinham, mesmo que secas Elsa se preocupava com ela. Aquele beijo ia se findando em pequenos selinhos.  Elsa a encarou e a morena olhava um pouco perdida.—Elsa...—ela falou meu nome em meio  a sua respiração embargada.— o ponto em questão ...

A MAFIOSAOnde histórias criam vida. Descubra agora