Everlasting Love - Norminah

Capítulo XLVIII - Prazo de Validade

Notas: Esse capítulo tá pronto há um tempão e enrolei pra postar só por medo de vocês me odiarem rs mas vamos lá

Música: Stay - Alessia Cara

* * *

Era final de uma tarde qualquer de um dia péssimo, de uma semana horrível e de um mês infernal, assim como os últimos, quando me debrucei no parapeito da varanda e comecei a fumar um cigarro olhando a vista. Tudo estava uma droga. Ok caralho, nem tudo, mas meu relacionamento estava por um fio e isso fazia parecer que absolutamente tudo estava uma porra de uma grande merda.

Como se fossemos um só coração, eu e Dinah nos amamos da forma mais linda e vivemos um relacionamento perfeito durante muito tempo. Mas só por um tempo. Agora, com um pouco mais de quatro anos de namoro, me perguntava se o para sempre realmente tinha uma data de válida tão curta. Porra!

Eu nem sabia muito bem o que tinha acontecido conosco, mas algo havia mudado. Não era sobre sentimento, pois ainda nos amávamos tanto quanto há quatro anos atrás ou até mais, se possível. Porém, não éramos mais as mesmas. Entre as tantas mudanças da vida, crescemos juntas e nos vimos mudar, amadurecer e evoluir constantemente, mas, apesar de amarmos nossas novas versões também, elas pareciam simplesmente não se encaixarem mais.

Nesse sentido, passamos os últimos meses em um circuito: não combinávamos uma a outra tão bem nas nossas rotinas mais, ficávamos muito tempo sem nos vermos e, quando rolava, faltava atenção, carinho e tudo que costumávamos ter. Assim, acabávamos brigando, depois conversávamos e jurávamos mudanças para melhorar, ficávamos bem por um tempo, mas nada mudava e voltávamos ao começo do círculo. Por fim, estávamos esgotadas.

Por um tempo acreditei que fossem apenas nossas rotinas, pois a minha havia virado uma bagunça e a de Dinah, após largar o emprego na cafeteria há dois anos e, desde então, estar estagiando, além de atualmente estar nos últimos meses da faculdade, estava insana. Entretanto, era algo a mais, não era só o externo e, sim, o interno da nossa relação também. Portanto, rotina podia ser uma pauta nas brigas, mas não era a única questão.

Talvez fosse a falta de compatibilidade nos nossos desejos para o futuro, mas essa já era uma conversa antiga e sempre nos entendíamos. A única que vez que realmente discutimos por isso foi a mais de um ano atrás e continuamos ótimas depois:

" - Ok, eu entendo sua preocupação, mas só imagine por um segundo um lindo bebezinho, um rosto com uma mistura perfeita de eu e você, sorrindo e te chamando de mamãe. Nós duas em uma casa incrível e com a nossa família - pedi segurando suas mãos.

- Eu imagino, Mani, e parece perfeito, mas aí imagino também as noites em claro com ele chorando, as noites no hospital com ele doente, os deveres de casa chato que ajudaremos a fazer, a adolescência chata, a preocupação constante, a total mudança das nossas vidas e por aí vai. Estou imaginando tudo - finalizou sorrindo ironicamente e revirei os olhos levantando da cama para ficar longe dela.

Já estamos nessa conversa há um tempo e não era a primeira vez que ela surgia, porém, dessa estava sendo pior. Dinah parecia exausta do assunto e sempre evitávamos, mas quando Ally e seu recente namorado tiveram uma falsa suspeita de gravidez a conversa ressurgiu e nenhuma de nós duas estava dando o braço a torcer ou fugindo da discussão como fazíamos muito.

- Não fique sendo irônica, estamos falando do nosso futuro - falei dura.

- Tá, então imagine o seguinte futuro - levantou da minha cama também e parou na minha frente segurando meu rosto. - Nós duas maravilhosas, viajando, nos jogando em todas as praias do mundo, transando por águas cristalinas. Não quer isso?