Everlasting Love - Norminah

Capítulo XXI - Verdades

Notas: Esse capítulo dói no fundo do meu coração, gente, só pela música já dá pra saber que vai ser foda :(

Música: Chasing Cars

* * *

P.O.V NARRADOR

Em milésimos, Normani se jogou para a ponta inferior da cama e puxou a blusa para cobrir os seios enquanto Dinah pegou a sua do chão vestindo e se encolheu na cama com medo do que viria ao ver a expressão transtornada da mãe. Definitivamente, não era assim que queria que ela descobrisse, mas agora havia perdido de vez o controle.

- Mamãe, juro que não é o que está pensando! - disse já sentindo os olhos encherem de lágrimas.

- Ah não? Porque eu sei bem a baixaria que vi aqui! - gritou com raiva.

- O que estava havendo? Por que estão gritan... - quando Funaki entrou no quarto, Dinah soube que aquilo só pioraria e não conseguiu segurar o choro. - Porra!

- Não é o que parece - tentou explicar não reconhecendo o olhar da mãe que se dividia entre ela e Normani. Dinah pensava que, após passar poucas e boas com os pais, estar ao lado deles nos momentos difíceis quando nenhum dos outros era permitido, saber das situações reais da família quando os outros eram iludidos com palavras de conforto e precisar amadurecer cedo, havia conhecido todos os lados da mãe, todos as versões e olhares. Contudo, o presente era completamente diferente, novo, odioso e a fez sentir um medo descomunal. Rapidamente, ela olhou para Normani que também parecia nervosa e voltou para mãe. - Não estava acontecendo nada demais.

- Nada demais? Mentira Dinah, mentira! O que você pensa que estava fazendo? O que você fez? - gritou desesperada sentindo seu coração doer pela cena que viu.

Para ela, sua filha mais velha já estava no inferno, o que a machucava profundamente, mas não tanto quanto a decepção, o nojo e, principalmente, o ódio.

- Milika... - Normani tentou, suavemente, falar vestindo a blusa e se levantando lentamente para não fazer movimentos bruços visando acalmar a situação. - Se pudermos apenas a conversar...

- É Sra.Hansen para você! - a interrompeu medindo força pelo olhar com a negra que fez questão de manter, pois, se nunca abaixou a cabeça nem para sua própria mãe, não seria agora que o faria. - Funaki, tira sua irmã daqui!

- Eu não vou a lugar nenhum - garantiu a segunda filha. - Mãe, vamos conversar, vai ficar tudo bem..

- Funaki! - ela não deixava ninguém falar e acabou assustando com o grito.

- Ok - se deu por vencida. - Dinah, vamos lá pra bai...

- Eu disse sua irmã! Tire Kamila daqui.

As palavras doeram no fundo do peito de Dinah, que observava a namorada e a mãe ainda se encarando, desafiando e medindo o poder da situação pelo olhar. Por um segundo, desviou para uma das irmãos mais novas e a viu parada no mesmo lugar, um passo a frente da porta arreganhada, com a boca aberta e a pela pálida, parecia até ter visto fantasma.