Capítulo LVI - Amor Eterno

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E vamos de capítulo final.

Música: Everlasting Love - Fifth Harmony

* * *

Respirei fundo mirando a entrada a poucos metros e sentindo uma agonia tremenda apertar meu coração. Não acredito que eu estava realmente fazendo aquilo e começava a achar que era uma péssima ideia. Era estranho estar voltando para casa onde cresci após 15 anos sem entrar nela e, imediatamente, isso fez lembranças atacarem minha mente. Se me concentrasse bem ainda conseguia lembrar do desespero ao ser pega na cama com Normani, das semanas de punição, da sensação de ser expulsa e negada pelos próprios pais, de estar sem rumo e do exato momento em que fui embora morar com Normani. Eu era muito jovem, tudo que me pertencia resumia a duas mochilas pequenas, me sentia perdida e machucada, mas tinha prometido que um dia voltaria muito melhor e, agora, percebo que cumpri bem essa promessa.

Meu coração palpitou quando entrei no bairro e precisei buscar coragem para seguir até estar estacionando em frente minha antiga casa e sair do carro observando quão diferente ela estava depois de várias reformas. O velho portão de ferro enferrujado agora era uma porta de madeira, as janelas de vidro grande na cozinha e área de jantar não existiam mais, apenas um menor que combinava com a porta, a grama estava bem cuidada e tinha até irrigadores. Caminhei para entrada e suspirei algumas vezes antes de tocar a companhia e ser recebida por um enfermeiro sorridente.

- Oi, eu sou...

- Dinah, certo? Te reconheço pelas fotos.

- Oh! Então agora tem fotos de mim? Isso é novidade, achei que fossem proibidas por aqui - soltei uma risada amarga e o homem pareceu confuso, mas não focou naquilo.

- Você está procurando Kamila? Ela está no trabalho, mas já deve estar chegando, se quiser entrar para esperar.

- Na verdade, vim ver Milika.

- Que ótimo! Ela vai adorar sua visita. Pode entrar - abriu espaço e fiquei olhando para dentro sem conseguir me mover. - Dinah?

- O que?

- Não quer entrar?

- Sendo sincera, não - era difícil colocar os pés em um lugar que jurei nunca mais pisar. - Mas acho que não atravessei a cidade atoa.

Dei alguns passos porta adentro percebendo que a antiga área havia sido transformada em um hall com uma estante cheia de fotos, inclusive algumas minhas na infância e outras mais velhas que mandei para o meu pai. Uma, em especial, eu estava abraçada com ele no dia da minha formatura da faculdade e me emocionei só de ver. Quanta saudade.

- Milika está sentada logo ali assistindo televisão. Tem um oxigênio do lado para o caso dela ficar sem ar, basta colocar nela.

- Sem ar?

- É, o câncer invadiu o pulmão também, então isso é normal.

- Entendi.

- Eu estava saindo pra ir na padaria, mas volto logo.

Everlasting Love - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora