Capítulo VII - Caindo do Armário

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Notas: Oi gente, como vocês estão? Esse capítulo é o complemento do último com a tour da Dinah, mas preferi dividir pra não ficar muito grande. Espero que gostem.
Música: Same Love - Macklemore & Ryan Lewis feat. Mary Lambert

* * *

Eu não fazia a menor ideia do que havia acontecido durante a tarde em meu carro. Em um segundo estava decida a me afastar de Dinah, sabendo que ela é apenas uma menina nova, confusa e ingênua que poderia me causar diversos problemas. No seguinte, queria arrancar sua cabeça, como ela me fala um absurdo daqueles sem saber da missa metade? Bom, não importava mais, pois do nada já tinha me derretido por ela e admitido a querer em minha vida. E foi a melhor decisão que pude tomar.

Depois do final de semana turbulento que tive, foi maravilhoso a ter me abraçando após ouvir minha resposta. Sua presença, seu cheiro, sua fala doce e a forma como sempre mantinha o tom calmo me tranquilizam de uma forma inimaginável. Contudo, não posso mentir o quanto todas suas características também me assustam tanto quanto me atraem. Eu já tive meu coração partido uma vez e demorou anos até que conseguisse me recuperar, portanto, não poderia nem chegar perto de uma situação que me colocasse em risco novamente. Não que nós tivéssemos algo para que isso fosse uma possibilidade, pois não tínhamos absolutamente nada. Depois de me abraçar, beijar minha bochecha e sorrimos uma para outra com aquela troca de olhares persistente entre nós, Dinah precisou voltar para aula. Não demos nem um mísero beijo e, por mais que eu não conseguisse negar minha vontade de experimentar seus lábios novamente, não sabia como ficaríamos e precisava ir com calma. Tudo em relação aquela loira maldita parecia incerto, como se pudesse me surpreender a qualquer momento e eu nunca gostei de surpresas. Então, um passo de cada vez seria o melhor para nós.

Peguei meu celular ao sentir sua vibração e logo respondi a mensagem que Dinah havia acabado de me mandar. Nós estávamos conversando outra vez e isso era o suficiente por agora. Na realidade, não que paramos de conversar em lugar algum fora daquela cabecinha, eu apenas estava ocupada demais no dia de ontem.

- Mani? - fui desperta de meus pensamentos ao ouvir a voz fraca de meu pai.

Me levantei correndo da poltrona do seu quarto no hospital, indo até a cama e segurando sua mão imediatamente.

- Estou aqui, papa - acariciei seu testa e sorri para ele, era a melhor coisa do mundo o ver vivo e se recuperando depois das últimas 48h. - Como se sente? Quer que chame o médico?

- Não precisa... - engoliu em seco tomando forças pra continuar. Era horrível o ver tão fraco agora, mas sabia que meu pai era um homem forte o suficiente para sair ótimo daquilo. - O doutor já me examinou hoje, estou bem. Cadê sua mãe?

- Foi para casa um pouco, não tinha saído desse hospital nem um segundo desde que o senhor foi pra sala de cirurgia.

- Sua mãe é louca, ela precisa descansar. Você tem que cuidar dela enquanto eu estiver nesse hospital, tudo bem? Me diga que pararam de brigar, por favor.

- Não brigamos nem por um segundo desde sábado a noite.

- Que milagre, talvez eu devesse ser operado mais vezes pra ver se vocês param de vez então - riu.

- O senhor nem atreva! - respondi firme. - Por favor, nunca mais me dê um susto desse.

- Velhos tem problemas no coração, Mani, vai ter que se acostumar.

- Não foi simplesmente um problema no coração e o senhor sabe. O tratamento para sua doença cardiovascular não estava fazendo efeito há muito tempo e sua artéria estourou, precisou de um transplante com urgência. Já pensou no que teria acontecido se não tivessem conseguido um coração? Ou se já não estivesse internado aqui se tratando? Não teríamos tempo de chegar ao hospital, papa - eu não podia nem pensar nas inúmeras coisas que podiam dar errado sem me sentir desesperada.

Everlasting Love - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora