Capítulo XXXIX - Fim do Mundo

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Música: Where does the good go

* * *

- Estou indo pra aí agora, chego em alguns minutos. – falou encerrando a ligação e virando em busca de coragem para voltar a cozinha e avisar que iria embora, mas já dando de cara com Normani se aproximando.

- Conseguiu ligar?

- Eu sinto muito pela sua mãe, pelo jantar, o vinho e por tudo! – a voz saía embargada e com pressa para poder ir logo.

- Não se preocupe com isso, amor. O que houve? – tentou tocar seu braço, mas Dinah desviou e abaixou a cabeça. Estava tão envergonhada pelo acontecido que nem conseguia a olhar.

Tinha certeza que havia se ferrado com a família e, agora, Andrea teria motivos reais para não gostar dela. Para completar, ignorou seu celular no momento em que menos poderia. Ou seja, mais uma vez, as palavras de Milika retornavam para sua mente fazendo mais sentido, talvez ela realmente estragasse tudo. Porém, nada disso não poderia importar naquele momento, não quando sua família passava por uma crise que ainda nem conseguiu entender e precisava urgente ajudar.

Afinal, como o despejo foi acontecer? Aquela casa era do seu avô que passou para o pai, o banco não poderia simplesmente tomar. Não fazia sentido em sua mente. O pior era imaginar os irmãos no meio daquilo, como será que estavam? Sentia o coração esmagado já imaginando o pior.

- Minha família foi despejada.

- O que? – a expressão pareceu levar um soco de surpresa.

- Também não entendi, mas preciso ir, desculpa.

- Sim, claro! Vou pedir pro Ty tirar o carro e já vamos.

- Normani, não – segurou braço quando a mais velha tentou se virar. – Eu quem preciso ir. Vou chamar um carro e você fica. Aproveita sua família, tenta salvar o jantar de vocês e peça desculpas por mim.

- Não vou te deixar ir sozinha. Tá doida?

- Sua irmã acabou de chegar da Europa, aproveita ela. Não quero atrapalhar sua noite, já bas...

- Dinah, para! Não vou te deixar sozinha, não entendeu isso até hoje? Me dê um minuto, só vou pedir o carro.

Normani deu as costas para voltar para a cozinha, enquanto Dinah ficou parada no mesmo lugar contabilizando exatamente um minuto pelo relógio do celular antes de sair correndo. Podia até ser falta de educação, mas agora não tinha cara, coragem, ou tempo de retornar a família e se despedir corretamente. Sentia a mente preenchida demais de preocupação e desespero, a deixando focar apenas em chegar na sua antiga casa. No minuto em que o relógio virou e deu o primeiro passo para sair, Normani apareceu pegando sua mão e andaram apressadas até estarem no jardim aguardando o carro.

- Agora pode me explicar direito que mensagem recebeu, pra quem ligou e o que a pessoa falou?

Dinah respirou fundo respondendo como consegui e, assim que terminou, Tyler finalmente apareceu com o carro. Entraram correndo e Normani arrancou da casa, mas indo devagar demais para a namorada. Ela era a última pessoa que reclamaria da velocidade baixa, mas agora não tinha outra opção.

- Mani, sei que bebeu e nem deveria estar dirigindo, mas preciso que vá um pouco mais rápido que isso.

- Relaxa, ok? Só me deixa sair do condomínio e serei rápida – respondeu e não demorou para atravessar o portão. – Promete que nunca fará isso quando dirigir?

Everlasting Love - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora