Capítulo XVIII - Lar

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Notas: As notas hoje são especialmente para agradecer todos os votos, visualizações e comentários. Eu rio horrores com os comentários, muito bom. E, sendo sincera, nem imaginava que alguém leria essa fanfic e fico muito feliz com todos vocês dispostos a acompanhar essa história. Espero que estejam gostando de ler tanto quanto eu tenho gostado de escrever. Vocês são incríveis ♡

Música: Home - Gabrielle Aplin

* * *

Eu nunca me lembrei muito do dia em que fui internada mesmo com o tratamento, os remédios e as sessões de terapia em grupo e individuais, era algo que meu cérebro simplesmente apagou. Meu ex terapeuta explicava o apagão dizendo que minha mente provavelmente havia alcançado o limite e se desligado, o que, aparentemente, acontecia bastante com pacientes psiquiátricos. Não precisava, necessariamente, de um gatilho, eu só estava me degradando com aquela doença há muitos anos, o que, junto ao fato de que não estava dormindo na época, causou o estrago. A exaustão e a falta de sono são como o fim da linha antes do surto mental.

Por isso, apenas me lembro de levantar exausta da cama pela manhã, após mais uma noite de insônia, ver Melanie nua na minha cama, já que estávamos passando a semana juntas, e pronto. Depois são só alguns flashs na faculdade, no estágio, de algumas drogas e, por fim, quebrando meu apartamento. Contudo, o que realmente parece é que voltei a dormir depois de olhar minha amiga e só acordei uma semana depois no hospital. Muitos médicos disseram que, com o tempo e tratamento, minha resistência diminuiria e eu não conseguiria mais alcançar o limite da mente humana outra vez, pois aquilo não era normal.

Talvez tivesse sido exatamente isso o que houve naquele sábado. Eu me lembro claramente de me pôr na frente de Dinah disposta ao que fosse preciso para a defender, sabendo que minha família estava errada, de brigar com minha mãe e pegar as mãos de Dinah para nos tirar do local. Depois disso, pela primeira vez após a internação, tudo apagou novamente e apenas acordei ao ouvir a voz dela.

- Obrigada por ter nos buscado, Laur.

- Não precisa agradecer, DJ. Tem certeza que quer fazer isso? Seus pais vão ter perguntas.

- Eu sei e não vou mentir, apenas não vou falar também. Ela precisa descansar e sei que aqui ninguém vai impedir isso.

- Tudo bem, sua família é realmente acolhedora. Quer ajuda para entrar com ela?

- Não precisa, vou acordar ela um pouquinho – senti seus dedos longos, macios e gelados contra minha pele, me fazendo arrepiar e encolher contra o que parecia seu corpo. Estranhamente, quando percebi estar amparada pelos braços de Dinah, me senti segura. Com muito cuidado, ela me fez um carinho suave e pôs uma mexa do meu cacho atrás da minha orelha ao me chamar – Manz... Meu anjo, acorde.

- Estou acordada – finalmente abri os olhos e os passei pelo local percebendo que estávamos no banco traseiro de um carro antigo, todo marrom e com o estofado bege. Como motorista estava Lauren, que sorria nos olhando. – Eu dormi?

- Sim, mas não por muito tempo.

- Quando?

- Quando Laur nos pegou no hospital. Não se lembra? – neguei.

Everlasting Love - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora