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▪︎Savannah Clarke▪︎

Ok, eu confesso que estou com a chave desde a hora que eu saí de casa, mas eu queria sacanear o Beauchamp, só pra ver a reação dele. Ele já tinha revirando aquela varanda de pernas para o ar, a procura da chave reserva e nada. Ele se jogou na rede e suspirou fundo.

— Tem certeza que não está com a chave nessa bolsa? – ele perguntou de novo. Dessa vez, ao em vez de falar que sim, eu abaixei a cabeça como uma criança que save que fez merda, mas não quer admitir – Savannah Clarke Bardot, você está com a chave?

Comecei rir muito, o que entregou o jogo. Ele veio até mim, bravo e batendo o pé, pensei que ele iria querer me esguelar quando chegasse perto de mim, mas não, ele não se segurou e caiu na gargalhada também. Riamos juntos igual dois condenados, pareciamos duas crianças depois de ter feito bagunça e sabia que ia levar bronca.

— Ok, agora me de a chave, quero entrar e tirar essa roupa. – ele falou, mudando rapidamente sua feição para uma seriedade sem fim.

— Tá bom, miss stress. – puxei a bolsa e peguei a chave, jogando nele.

— Na próxima, eu juro que eu te mato. – ele falou sério, entrando em casa.

— Para Beauchamp, eu só tava te gastando. – ri mais ainda.

— Tu não perde por esperar! – aquilo soou como um aviso. Ele foi em direção a cozinha.

— Nossa que medo, eu tô toda me tremendo! – falei irônica e ele percebeu.

— Toma! – me entregou um remédio e um copo d'água, o olhei estranho, com uma cara tipo: "que isso? Vai me envenenar?" – Quer acabar com a tontura? – assenti – Beba o remédio então.

Era um comprimido bem grande. Se engolisse ele de lado, ele parava na garganta. Tinha que ajeitar o caminho. Ok, talvez eu esteja exagerando, mas o comprimido era enorme.

— Não cansa de fazer careta pra engolir essa porra não? – Beauchamp tinha um olhar divertido.

— O comprimido parece uma canoa, queria o que? – perguntei rindo.

— Menos, Clarke, bem menos. – ele pegou o copo e foi para cozinha debochando.

Eu esperei a cano... quero diz... o comprimido fazer efeito, para poder subir para o quarto, me trocar e poder dormir. O pessoal ia demorar para voltar, ainda era 22:49, eles voltariam pra lá de uma da manhã. Beauchamp continuava na cozinha, falando no celular, confesso que estava curiosa para saber com quem ele falava por tanto tempo, mas não iria atrapalhar, já atrapalhei a noite dele.

Minutos depois do remédio fazer efeito, resolvi criar coragem e subir as escadas. Fui devagar, porque vai que a tontura volta, tenho que estar preparada.

Maldita hora que eu lembrei da tontura, quase no final da escada, minha visão embaçou, me senti fraca e minhas pernas, por um momento, falharam. Não cai pois Beauchamp apareceu das cinzas e me segurou contra a parede, como se estivesse me encurralando.

Estava de olhos fechados, mas sentia o hálito fresco de Josh, contra meu rosto, sua respiração desregulada, como a minha. Abri os olhos, lentamente, e levantei o olhar, me deparando com dois pequenos pedaços de oceano me olhando. Meu coração palpitou mais forte, ao ver ele se aproximar devagar, praticamente pedindo minha permissão para o que pretendia fazer. Eu sabia no que ia dar, tentei sair, mas meu corpo estava estático e não obedecia aos meus comandos, talvez nem eu queira sair daqui. Os lábios rosados de Beauchamp estavam extremamente convidativos essa noite, e ver eles vindo em direção aos meus, poderia não terminar bem.

✓┊𝐂𝐔𝐋𝐏𝐀 𝐃𝐀 𝐅𝐀𝐂𝐔𝐋𝐃𝐀𝐃𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora