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▪︎Josh Beauchamp▪︎

Precisava espairecer. Respirar um pouco, parar de pensar em Savannah e na dor que é vê-la com outro cara, debaixo do mesmo teto que eu. Se eu não saísse sozinho, nem que seja por 2 minutos, minha ansiedade ia me matar.

Porque a dor dói tanto?

Talvez esse questionamento não faça sentido, mas para mim faz.

Andava sozinho pela praia, enquanto a brisa fria do mar me acalmava. Hoje, por incrível que pareça, está frio, uma noite triste e sem cores. O que é estranho, já que estamos em Malibu.

Algumas pessoas faziam piqueniques românticos, outras caminhavam, outras andavam com seu bichinho de estimação.

Continuei andando sem rumo pelas areias da praia. Eu acho estranho, porque moramos de frente para a praia e quase nunca vamos, não juntos, pelo ou menos.

Sentei na areia, sentindo o mar banhar meus pés e molhar minha calça.

Fico tanto tempo sentado na beira do mar, que nem vejo o tempo passar. Peguei meu celular para olhar as horas e, assim que bati os olhos no relógio do celular, levantei em um pulo. Já eram quase onze da noite.

Já tô imaginando eu chegando tarde, a galera preocupada, ou não. Estou preparado para o esporro. Mas, é bem mais provável que já tenham ido dormir tranquilos, esquecendo que sai de casa. Isso é o que concerteza vai acontecer, tem tanta gente dentro daquela casa, que nem percebem que está faltando alguém.

Quando cheguei mais perto da nossa casa, a luz da sala estava acesa. É, eu estava errado!

Coloquei minha mão na maçaneta da porta e busco uma longa e funda respirada e então, giro, mas estava trancada. Busquei as chaves pelos bolsos, peguei a mesma e destranquei a porta com uma delicadeza desnecessária.

Assim que entrei, pensei que ia ver todo mundo, pelo contrário, encontrei Savannah, dormindo serena no sofá em meio aos livros e cadernos. Com a respiração calma, rosto tranquilo, parecia um anjo, o meu anjo, que não é meu, mas é meu. Com os lábios entre abertos, senti vontade de beija-la, mas, provavelmente, assim que ela acordasse ia me encher de porrada.

Tranquei a porta novamente, coloquei a chave na mesinha e no tripé, deixei meu casaco. Me aproximei lentamente de Savannah, tentando fazer o mínimo de barulho possível, para não acorda-la. Nem parece a Savannah que eu convivo todo dia bruta, grossa, ignorante.

Talvez essa "barreira", como gosto de chamar, seja para não se machucar novamente. Talvez não tenha tido uma boa experiência com relacionamento anteriores. Apesar desse jeito ser só comigo, e com alguns outros meninos, porque, com o Bassett, Noah, Krys e Lamar, ela é super carinhosa, e comigo e Bailey, ela parece uma leoa, pronta pra atacar.

Ajeitei minha postura, tentando me abaixar, sem me desequilibrar ou esbarra na mesinha de centro. Por fim, me ajoelhei, sem jeito, ao seu lado. Passei levemente meu dedo em seu rosto, afastando alguns fios de cabelo, desci meu dedo até sua boca, fazendo o contorno de seus lábios, que hoje estavam mais convidativos que o normal. Então sussurei:

— Talvez podíamos nos dar bem, se eu tivesse te cumprimentando no primeiro dia! Então, a culpa é minha, por nossa convivência ser assim... desculpa... – olhei para sua boca – Pode não parecer, mas eu gosto muito de você!

Deixei um beijo, delicado, em sua testa e me encaminhei para o andar de cima, indo direto para o banheiro, tomar um banho.

Sai do banheiro já vestido, subi na minha beliche e tentei dormir, mas não consegui. Rolei de um lado para o outro e nada. Que legal, ansiedade e insônia na mesma noite? Que maravilha.

✓┊𝐂𝐔𝐋𝐏𝐀 𝐃𝐀 𝐅𝐀𝐂𝐔𝐋𝐃𝐀𝐃𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora