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▪︎Savannah Clarke▪︎

Beauchamp estava perigosamente próximo de mim. Conseguia sentir sua respiração batendo em meu rosto, causando arrepios por todo meu rosto.

— Não sabia que você ficava desse jeito quando estou perto de você! – ele disse com uma rouquidão maravilhosa na voz.

— Como eu estava te dizendo... – me soltei Beauchamp e tentei me recompor, apesar de estar com as pernas bambas – Não molha isso de jeito nenhum.

Peguei a maleta e sai rapidamente da cozinha. Eu poderia, facilmente, enfiar minha cabeça no primeiro buraco que visse, aposto que estava mais vermelha do que a roupa do papai noel. Esse garoto está querendo me deixar louca, só pode!

Entrei no quarto de Heyoon, deixando a maleta no lugar que encontrei e fui para meu quarto. Assim que entrei, escutei uma gritaria infernal no andar debaixo, dedusi que era o pessoal que tinha chegado. Já não era tempo, estava quase anoitecendo.

Preferi não descer, não tinha cara para ficar no mesmo cômodo que Beauchamp. Sofya entrou no quarto, rindo igual uma retardada, mas parou assim que viu minha expressão.

— Que cara é essa, Savannah? Quem morreu? – ela sentou-se ao meu lado na cama.

— Eu... eu preciso te falar uma coisa... – merda, gaguejei.

— Savannah, você está me assustando! – ela disse com uma voz preocupada.

— Não precisa ficar assim... bom... é que... aí merda, por onde eu começo.

— Do começo.

— Não é tão fácil quanto imagina! – avisei.

— Já vi que você não vai conseguir falar... quando esse nó na sua garganta se desfazer, você me chama, ok?! – Sofya disse com a voz terna.

— Ok! – tentei dar meu melhor sorriso, mas eu só conseguia pensar, em, vocês sabem, quem.

Sofya sorriu de volta e foi para o banheiro, me joguei na cama e bufei de ódio. Ódio por não consegui contar o que eu tô sentindo pra Sofya, que tipo minha confidente dentro dessa república. Sim, Nour, Joalin e Any também são minhas melhores amigas, mas eu sou mais próxima da Sofya, até porque a gente já teve um caso e esses rolos todos.

Bateram na porta e eu resmunguei um "entra". A porta se abriu revelando Bassett, oh céus.

— Posso entrar? – ele perguntou ainda do lado de fora do quarto.

— Pode. – respondi simples.

Me sentei na cama e ele se sentou ao meu lado, me dando um selinho demorado. Eu sentia que estava traindo Bassett, pelo fato de eu ter beijado Beauchamp no domingo, mas eu e Bassett nem namoramos, como iria trair alguém que não tenho um relacionamento sério? Mas estava traindo a confiança dele... aí meu Deus, eu vou ficar louca!

— Porque você tá assim? Parece que tá triste... aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado.

— Não, eu tô bem. – me apressei em dizer.

— É que, você sabe que eu fui no mercado com o pessoal, aí eu vi aquele doce de leite que você ama e comprei pra você. – ele me entregou uma sacolinha de mercado.

— Aaah, obrigada! – fiz um biquinho, porque fiquei até emocionada – Não precisava.

— De nada! – sorriu e se levantou da cama, ao ver Sofya só de toalha, saindo do banheiro – Vai descer para jantar?

✓┊𝐂𝐔𝐋𝐏𝐀 𝐃𝐀 𝐅𝐀𝐂𝐔𝐋𝐃𝐀𝐃𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora