Capítulo 21 - Natal na Mansão Nott

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Theodore Nott narrando

A Mansão Nott existe a séculos, ela é passada de herdeiro para herdeiro a cada nova geração, eu acredito que em algum momento este lugar tenha respirado magia, poder e prosperidade, mas hoje é apenas uma enorme casa em um péssimo estado de conservação e com muitos quadros intrometidos e raivosos com o que foi feito com a casa ancestral dos Nott.

Eu não lembro dos famosos bons tempos que alguns dos quadros falam, quando a mansão era limpa, bem cuidada, sempre sendo reparada e hospedava grandes festas e bailes lotados pela elite da sociedade bruxa. A maioria dos meus antepassados foi inteligente o suficiente para aumentar a riqueza da família em vez de gastar toda a herança com coisas desnecessárias, isso até chegar no meu pai.

Todos os Nott eram puristas preconceituosos que achavam que os bruxos sangue-puros eram superiores, a diferença é que a maioria deles preferia demonstrar isso em altos cargos no ministério escrevendo leis para favorecer os sangue-puros e prejudicar os nascidos trouxas. O meu pai... ele é um idiota de um nível completamente diferente, ele foi do nível criar leis para tornar a vida dos outros mais difíceis para se tornar um comensal da morte fanático e assassino.

Sei que muitos bruxos se tornaram comensais da morte por medo ou promessas de grandeza, o meu pai é um nível muito pior. Ele estudou com Voldemort na época da escola, idolatra tudo o que ele faz e não se arrepende nem por um segundo de todas as pessoas que ele matou, torturou e estuprou durante a guerra por diversão. O único problema é que ele escolheu o lado perder, quando o Lorde das Trevas desapareceu ele foi denunciado por vários dos outros comensais da morte e só conseguiu escapar de Azkaban alegando que estava sobre a maldição Imperio e gastando toda a fortuna da família para comprar testemunhas e boa parte dos bruxos que tinham voto no conselho bruxo.

Nós não somos pobres, não que nem os Weasley, mas não temos mais todo o dinheiro e prestigio que os Nott tinham antes, não somos mais como os Malfoy, Parkinson ou Greengrass. A casa era velha e eu não consigo me lembrar do meu pai fazendo qualquer manutenção necessária nela, e desde a morta da minha mãe a casa ficou ainda mais silenciosa e assustadora.

- O jantar será servido em breve – o nosso único elfo doméstico chamado Feioso vem me avisar.

A mansão Nott foi feita para ser cuidada por vários elfos domésticos, o mínimo sempre foi 5 mais os elfos particulares de cada membro da família. Mesmo que não se pague um salário para um elfo doméstico – eles considerariam isso um insulto – eles são raros e um símbolo de poder e riqueza entre os bruxos. As famílias bruxas normais não tem elfos, as famílias muito poderosas tem um exercito de elfos, nós estamos no meio termo e por isso só temos o Feioso que já está ficando velho e sobrecarregado fazendo o trabalho de 5.

- Obrigado, já estou indo – digo não querendo dar mais nenhum motivo para o meu pai descontar as suas frustrações em mim.

Me olho no espelho querendo ter certeza que a minha aparência está o que o meu pai classifica como digna de um puro-sangue que carrega o sobrenome Nott. Não importa o quanto eu odeie e desprezo o meu pai ou o quanto ele sinta o mesmo por mim, nós estamos presos um ao outro até a nossa morte, ou até que eu me forme, consiga um emprego e possa dar o fora desta casa para sempre.

Ando de forma silenciosa pela casa, eu já havia aprendido quais tábuas do chão faziam barulho, quais degraus da escada rangiam e quais quadros eram muito carentes de atenção. Como eu passava quase 10 meses do ano em Hogwarts era fácil para o meu pai esquecer que eu existo e eu gosto de manter as coisas assim, estou a alguns dias em casa e ele só me torturou 3 vezes, quanto menos ele se lembrar de mim melhor.

Tulipa Potter e a Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora