Capítulo 3 - A Família Malfoy

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Tulipa Potter narrando

Os meus tios mantiveram a sua palavra, as coisas realmente mudaram a para pior de uma forma que eu nunca imaginei ser possível antes. Aquela primeira terrível noite foi dividida por pesadelos meus matando os meus amigos ao tocá-los e acordar com dor e os ferimentos ardendo por qualquer movimento involuntário que eu fiz enquanto dormia. Na manhã seguinte eu fui acordada aos gritos e forçada a me trancar no meu antigo quarto, no armário embaixo da escada, enquanto um homem apareceu para instalar grades na janela do meu quarto, os meus tios instalaram uma portinha de cachorro no meu quarto por onde eles pudessem me alimentar com comida velha e um copo de água. Eu só podia sair do quarto duas vezes por dia, durante a manhã e durante a noite para ir ao banheiro, as duas saídas supervisionadas pelos olhos cruéis dos meus tios.

Aos poucos os meus machucados pararam de me incomodar tanto, se era por eu ter me acostumado com a ardência deles ou por eles estarem finalmente se curando eu não sei. Não havia nada para fazer no quarto, eu nem podia estudar e terminar as minhas lições de casa, não que isso fizesse diferença, eu não iria para Hogwarts, ficaria para sempre presa aqui. Será que os meus amigos perceberiam quando eu não aparecesse no dia 1º de setembro? Theodore sabe o quão ruim são as coisas aqui, talvez algum deles pudesse falar com o professor Snape? Queria poder escrever para o professor Snape, ele me ajudaria, ele me ajudou da última vez, mas eu não tenho como me comunicar com o mundo exterior.

Ouço um barulho e vejo a mão da tia Petunia empurrar pela portinha um pote de sopa em lata com uma colher e um copo de água, corro até a porta o mais rápido que consigo me sentido faminta. A horas o meu estomago reclamava pedindo por comida e eu nunca me sentira tão fraca, a sopa não era gostosa ou fora esquentada, mas naquele momento eu não me importava com nada, bebi mais da metade dela em um só gole sem ligar para a colher. Quando a sopa terminou eu ainda me sentia muito faminta e fui até a janela, não conseguia nem ver a lua sem os meus óculos, mas era o mais perto do mundo exterior que me sobrava. Ainda faltavam três semanas para as férias de verão terminarem, será que eu sobreviveria o suficiente até que alguém notasse que há algo errado? De repente olhando pela janela eu vejo um garoto loiro de olhos azuis que parecia estar voando.

- Tulipa? – ouço a voz dele e é mesmo Draco, começo a chorar de emoção.

- Draco..socorro... por favor, você precisa pedir ajuda... precisa me tirar daqui – digo com a voz rouca.

Eu não tinha certeza se a minha voz estava rouca por não ter sido usada ela a dias, ou se a minha garganta ainda estava muito machucada de todos os gritos que eu dei enquanto fui punida pelo meu tio. Mas pela primeira vez em dias a esperança de ser resgatada se mostrou mais forte, mais provável inclusive, talvez eu realmente sobrevivesse, talvez ele pudesse conseguir ajudar.

- Ajuda? Eu vim até aqui te resgatar... As meninas me explicaram o que estava acontecendo, mas não achei que fosse tão ruim – ele diz preocupado tocando as grades na janela – mãe, é este aqui o quarto da Tulipa... Onde estão os seus óculos falando nisso?

Outra pessoa aparece ao lado dele, era difícil vê-la direito porém era parecia ser uma mulher de longos cabelos loiros, alta e muito bonita, mas eu não conseguia dizer mais nada sobre ela sem os meus óculos, eu era realmente bem cega sem eles.

- Eles quebraram – digo constrangida sem saber como falar sobre tudo o que está acontecendo.

- Não se preocupe, eu vou falar com os seus tios e tirá-la daqui Tulipa – ouço a voz da mãe do Draco pela primeira vez e ela era muito doce e maternal – me chamo Narcisa Malfoy e será um prazer recebe-la na minha casa pelos próximos dias.... Vamos Draco, temos que colocar os trouxas no seu devido lugar.

Tulipa Potter e a Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora