11 - Um Mapa Para Sair do Mundo

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    –Fiquei sabendo do seu desfile super sensual de ontem Alec! – Maggie deu uma risadinha.

   Droga...

   –E eu nem sou modelo hein... – Rebateu, tranquilamente.

   Os olhos de Maggie faiscavam vivamente, como sempre acontece, quando ela está caçoando de alguém.

   –E aí... Como foi?

   –Como foi o quê?

   –Não seja idiota Alec... Estou morta de curiosidade! Quem você escolheu?

   Alec ponderou delicadamente, só com a intenção de torturá-la.

   –Um cara chamado Claude Bumont... – Respondeu, depois de dolorosos segundos.

   Ela parecia estar desapontada.

   –A sua ausência de detalhes me mata, sabia?

   Alec não podia deixar de rir, pois acabou de encontrar um novo esporte preferido... Torturar Maggie, metaforicamente falando.

   –Eu só segui o seu conselho. – Ele disse, tentando atiçar a curiosidade dela.

   –Eu não falei nada sobre andar praticamente pelado pela fábrica inteira!

   –É uma longa história...

   –Então vai logo contando, porque estamos com tempo de sobra! – Maggie esbravejou, muito impaciente, mas Alec só conseguia achar graça dessa situação. 

   Sem se delongar demais, ele contou a ela tudo o que havia acontecido na noite anterior, sem tirar nem por um só detalhe. Os dois estavam do lado de fora da fábrica, tentando se aquecer com o calor do sol, enquanto Maggie fumava algo muito suspeito. Hack só tinha nuvens e escuridão para oferecer. Pelo visto, as coisas andavam bem mais calmas nos últimos dias. O inventário de suprimentos foi reabastecido, o ataque suicida contra o ninho pareceu surtir efeito e Amy só se preocupava com Dead Man agora.

   As investidas deles tem sido muito frequentes ultimamente.

   –Tem ideia de como isso foi fofo? – Maggie concluiu, depois que Alec terminou de narrar os fatos.

   –Era o mínimo que eu poderia fazer... – Respondeu. – Mesmo que isso me custe o respeito das outras pessoas.

   Ela suspirou profundamente, tentando fechar o zíper do seu agasalho.

   –Bom, o ruim é que agora, Red Flag inteira está comendo você com os olhos.

   –O quê?!

   E a gargalhada de Maggie ecoou por toda parte, naquela manhã fria e nublada, já tão rotineira.

   –Acho melhor você tomar cuidado. – Alertou.

   A partir de hoje, vou andar armado o tempo todo... Mas espera... Eu já ando armado o tempo todo.

   –Não precisa se preocupar. – Maggie continuou, como se estivesse acompanhando os pensamentos dele. – As pessoas tem medo da sua fama.

   –Fama?

   Ela se virou para Alec, provavelmente pensando no quão desatento ele era, ou fingia ser.

   –Alec... Você mal chegou aqui e já meteu o louco pra cima de uma alfa, a Amy lambe o chão por onde você passa e até o Matthew se esconde de você.

   A simples menção do nome daquele torturador fez o corpo de Alec tremer inteiro.

   –Eu nem sabia que aquela coisa era a alfa... – Rebateu.

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