15 - Salto Mortal

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    –Olha por onde anda cabeção... Quer nos matar? – Kat alertou, tentando trazer Ryan de volta ao seu estado mental normal. 

   Mas ele mal deu ouvidos...

   O Morte Súbita "voava" por sobre o asfalto, atingindo latas de lixo no caminho, levantando nuvens de panfletos e espalhando um turbilhão barulhento por onde passava. A adrenalina de explodir uma base inimiga corria vertiginosamente por dentro das artérias e das veias, assim como o calor da combustão fluía dentro do motor daquele veículo.

   –Se a gente morrer, não vamos virar ratos de laboratório dos Vespas Kat. – Ryan gritou, pisando fundo no acelerador.

   –É... – ela lutava para falar, mas as viradas repentinas estavam dificultando muito as coisas. – Mas eu prefiro matar um monte deles primeiro.

   Alec e Ryan começaram a rir.

   Eva não parecia ligar muito para a velocidade ou para o seu próprio senso de segurança. Sem se importar com mais nada, ela se sentou sobre a base de uma das janelas, deixando que o vento frio atrapalhasse o seu já bagunçado cabelo, e permitisse que os seus gritos eufóricos alcançassem os pontos mais remotos de Hack.

   Tal atitude é perigosa, irresponsável e desaprovada por qualquer pessoa em sã consciência...

   Mas a energia era tão contagiante, que Alec sentia vontade de fazer o mesmo... Se não tivesse tanto medo de cair e quebrar todos os seus ossos durante a queda.

   Por um momento, Hack, por mais escura que fosse, fervilhava de tanta luminosidade.

   Sentado nos bancos de trás, Alec admirava a confusão de fios negros flutuando pelo ar, os olhos semicerrados, o espaço entre os dentes do sorriso e os braços abertos, dançando conforme o vento ditava a música. Ele também admirava a euforia de Ryan, o som da sua voz grave, a risada alta e a insanidade mais lúcida fluindo através dele. Kat reclamava da velocidade e do barulho, mas nem mesmo ela podia conter a sua empolgação em estar alí, naquele momento, contando apenas com a sua rebeldia e o seu senso de autocontrole. Todos os Dead Mans tinham aquelas pessoas como loucas, mas Alec daria tudo para ser como elas, respirar como elas e sentir toda aquela eufórica loucura.

   Aquilo era liberdade, no seu estado mais bruto e perigoso possível...

   –Temos que fazer isso mais vezes. – Disse Eva, ofegante, enquanto voltava a se acomodar no seu lugar.

   –E vamos... – Ryan riu.

   –Eu prefiro continuar viva. – Kat reclamou, visivelmente irritada.

   Em resposta, guiada apenas pela sua adrenalina, Eva ergueu seus braços para o alto e apoiou a cabeça sobre eles.

   –O pior está por vir Katrina... – Disse. – Vamos só aproveitar o momento que ainda temos, antes que tudo dê errado.

   Ela apenas negou com a cabeça, não deixando de lado o grande sorriso que se desenhou na sua face.

   –Somos loucos demais para você Alec? – Ryan perguntou, ofegante, como Eva.

   –Essa foi uma das melhores coisas que eu já fiz na vida... – Respondeu, rindo abertamente.

   Um coro de gritos eufóricos acompanhou a sua resposta, fomentando ainda mais o sentimento que crescia enlouquecidamente dentro dele.

   –E o que vamos fazer agora? – Ryan perguntou novamente, com o mesmo brilho insano nos olhos.

   –Voltar para casa? – Kat propôs, ironicamente.

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