12 - Desterrados

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    –MAGGIE! – Alec gritou, guiando Claude até uma possível saída.

   –Para onde estamos indo? – Claude perguntou, totalmente apavorado.

   –Aqui não é seguro, temos que sair, antes que esse lugar venha abaixo. – Alec respondeu, correndo direto para o amparo perigoso da escuridão.

   O barulho de tiros ainda fervia dentro daqueles salões, misturados à berros e xingamentos, soltos no calor do momento. Explosões sacudiam o teto, assim que o trovão de uma bomba pegava a todos de surpresa. Alec e Claude corriam para as saídas de emergência, onde o movimento era pequeno e as chances de ser baleado bem menores. Vez ou outra, algum Snyker surgia do nada, tomado pela fúria de um assassino sanguinário. Porém, no meio do caos, nenhum deles tinha foco o suficiente para rastrear uma presa.

   O que garantia uma certa vantagem.

   Red Flag inteira estava em debandada, escapando por frestas ou através de qualquer buraco em que coubessem. Alec continuava em frente, tentando localizar Maggie e manter Claude sobre a sua vista. Mas nenhuma destas tarefas eram fáceis de serem cumpridas.

   Maggie, onde você está?

   –Quase lá... – Claude dizia, mais para si mesmo do que para Alec.

   Duas portas separavam os dois garotos do restante de Hack, do silêncio e dos fantasmas que vagavam pelas ruas. Maggie não tinha sido vista em lugar algum, e a medida que o confronto esfriava, Alec ficava cada vez mais sem opções. Na pior das hipóteses, ela havia sido capturada e agora se encontra em custódia dos Vespas. Mas na melhor delas, ela poderia ter fugido sozinha e se escondido em algum buraco qualquer.

   Confiando nessa segunda possibilidade, Alec se jogou contra às saídas de emergência e se viu em meio a um terreno baldio, que terminava num muro nada confiável, arrebentado por Flags em fuga. Não havia uma só alma viva tentando fugir ou algum Snyker procurando presas por perto. O que poderia ser uma oportunidade perigosa e um tanto suspeita.

   –Estou desconfiado desse silêncio todo... – Alec disse, olhando para todas as direções.

   –Não temos escolha, – Claude suspirou. – Se quiser eu vou na frente... Não tenho medo de tomar alguns tiros.

   Alec sabia que Claude estava mentindo, mas queria demonstrar coragem diante dos fatos.

   –De jeito nenhum. – Disse, checando o seu último pente de balas. – Tem que estar vivo para ver sua irmã de novo.

   Claude riu.

   –Não podemos ficar andando por aí. – Alec voltou a andar apressadamente. – Acho que podemos ir até Dark Spider... Salvei a vida de Éric Cruz uma vez. Ele pode nos dar uma forcinha.

   –Não sei não, as pessoas aqui tem a memória muito ruim... Se é que me entende.

   –Entendo sim. – E mais uma opção vai por água abaixo. – Mas, por agora, fico feliz em escapar dessa.

   –Eu também.

   Alec apoiou o pé direito numa viga de metal, agarrou o alambrado com unhas e dentes e saltou para o outro lado, oferecendo sua mão livre à Claude, que estava tendo algumas dificuldades no percurso. Hack voltava para a sua usual indiferença, depois que os Vespas ganharam aquela batalha e agora se concentravam em cumprir a missão.

   –Cuidado com o prego... – Alec alertou. 

   –Valeu. – Claude agradeceu, já quase no fim da descida.

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