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LUCIUS WALKER

Desço até a cozinha e bebo um copo com água, na volta para o meu quarto passo de frente a porta da Megan e ouço um barulho, parece choro.

Destranco a porta e a encontro sentada na cama com as cobertas até a cintura. Lágrimas caem dos seus olhos enquanto me encara.

Eu sempre gostei de ver as pessoas chorarem, sempre acreditei que se estão chorando é porque fizeram por onde.

Mas agora não, ver Megan chorando por aquele idiota me deixa furioso.

- Quer conversar? - Me aproximo da cama e sento na ponta.

Ela nega.

- Chorar não adianta muita coisa.

- Pela primeira vez na vida eu gostei de alguém, e olha onde eu tô! - Chora ainda mais enquanto aperta as cobertas.

- Olha pra mim. - Ordeno e ela me encara com o olhos inchados. - Vai ficar tudo bem, não é o fim do mundo. Eu sei que parece que é, e que esta doendo muito, mas todo mundo já passou por isso. Vai passar.

Um ótimo conselheiro.

- Já se apaixonou por alguém? - Essa pergunta me pega de surpresa.

Amar alguém nunca foi minha meta de vida, nunca senti isso por ninguém, nem mesmo pelos meus pais, gratidão é o que sinto por eles.

- Não. O amor é uma fraqueza Megan, não ame ninguém e ninguém te machuca.

- Sabe o que eu não entendo? - Diz enxugando o rosto. - Ele me machucou, me usou, fez tudo de ruim que alguém poderia fazer, mas ainda assim eu amo ele. - diz exaltada.

Ouvir ela falando que ainda o amava foi o isqueiro que ascendeu a pólvora dentro de mim.

Sinto meu corpo em chamas por dentro.

Levanto com raiva e vou em direção à saída do quarto, mas antes a encaro.

- É melhor que consiga parar de amar ele,qe rápido. - Sussurro antes de sair.

Tranco a porta e vou em direção a garagem, preciso fazer isso.

- Barão, quer que eu o acompanhe? - Steve o chefe da segurança pergunta.

- Não precisa, apenas me dê sua arma. Deixei a minha no quarto.

Ele entrega a 38 e volta ao seu posto. Tiro o carro da garagem e dou partida ao destino.

Cerca de 30 minutos depois eu já estou de frente a casa que procurava, não foi muito difícil achar. São cerca de 3 da manhã, não há ninguém na rua, o único barulho ouvido agora é da porta que eu derrubo com um chute.

- Que merda é essa? - Tyler grita ao pular do sofá de susto.

Tiro a arma do coldre e caminho devagar até ele, que já está nervoso e se afasta cada vez mais até bater em uma parede.

- A garota esta chorando e a culpa é sua, sabe o que acontece com quem machuca alguem importante para mim? - Aperto seu pescoço e ele arregala os olhos tentando se desvencilhar do aperto. - Vim aqui pra ver se o verme valia alguma merda, mas vi que perdi a viagem.

O jogo longe e ele cai desajeitado. Caminho até ele enquanto destravo a arma.

- Espera. Eu amo a Megan, amo demais.

Rio irônico.

- Você nem sabe o que isso significa. - Grito.

- Não é verdade.

- Você pisou nela como um chiclete velho, usou ela para seus joguinhos mentais, mas sabe qual vai ser a diferença a partir de agora, seu babaca?

Aperto o gatilho e ele cai gritando com as mãos pressionando a perna por onde a bala entrou.

- Presta bem atenção no que vou falar. - Caminho até ele e me agacho enquanto ele geme de dor. - Você vai ficar longe da Megan, vai esquecer que ela existe. Entendeu?

- Não vou fazer isso.

- É melhor fazer, porque se eu ao menos sonhar que você chegou perto dela ou sequer falou com ela, eu mesmo faço da sua vida um tormento sem fim.

Disparo mais uma vez na sua outra perna.

Chuto seu rosto e saio daquela casa, entro no carro dou partida e em 20 minutos estou de volta a mansão. Jogo a arma de volta para Steve e subo em direção ao meu quarto.

Acordo no outro dia com gritos, levanto rápido e visto uma roupa, pego a arma e guardo no cós. Quando abro a porta do quarto, Susi está de frente a porta de Megan junto com alguns seguranças, ela parece apreensiva.

- Que merda é essa?

- A garota grita desde que acordou, eu não sei o que fazer Barão. - Susi explica.

Reviro os olhos.

- Podem voltar ao trabalho de vocês, Susi, traz uma bandeja de café da manhã para ela.

Ela confirma e sai junto com os outros. Destranco a porta e encontro Megan prestes a dar outro grito. Fecho a porta atrás de mim e cruzo os braços.

- Onde estava com a cabeça quando resolveu me deixar trancada aqui? Você é louco? - A garota indaga brava.

- Precisava do escândalo?

- Olha, muito obrigada por me ajudar e me escutar ontem, mas preciso ir embora, tenho trabalho daqui algumas horas.

Como dizer que ela nunca mais voltará aquele emprego? Ou que nunca mais voltará a vidinha normal dela?

Porque é isso que irá acontecer. Megan vai para a Rússia comigo. A procurei por muito tempo, não posso esperar mais.

Continuo parado no mesmo lugar enquanto ela tenta passar.

- Você não vai.

Ela me encara incrédula.

- Está brincando não é?

- Não, eu procuro por você a anos Megan, agora que finalmente achei, não vou te deixar ir.

- Do que você está falando? - É nítido o desespero na sua voz. - Eu quero ir embora. - Dessa vez ela tenta passar por mim novamente e eu a seguro pela cintura, colando nossos corpos.

- Você é minha a partir de agora, é melhor esquecer tudo que ficou para trás.

Megan me encara por alguns segundos até tomar outra atitude rebelde. Ela me da um tapa. Sinto meu sangue ferver.

Eu vou matar ela
Que caralho de mulher.

A jogo na cama e aperto seu pescoço.

- Você ainda irá ajoelhar e implorar por mim.

- Eu não me ajoelho diante de ninguém.

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