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LUCIUS WALKER

Lidar com Megan vem sendo cada dia mais difícil, ela sabe exatamente como me tirar do sério. Não posso deixá-la sair da mansão, não confio nela sozinha por aí.

Estou em uma video chamada com Ryan resolvendo alguns problemas relacionados aos roubos, algumas cargas iriam para Itália, mas foram desviadas.

Ele ainda não sabe o que está acontecendo por aqui e prefiro que fique sem saber até que eu resolva.

- Então fico no aguardo do carregamento das drogas. Está tudo bem Luci? Você nunca deixou isso acontecer antes. - Ryan indaga. E me provoca.

- Sabe que não gosto que me chame por esse apelido. - Estreito os olhos enquanto ele ri. - Está, tive problemas com alguns funcionários irresponsáveis.

- Tudo bem. - Da uma pausa. - E Megan? Como está sendo a adaptação?

- Ela me tira do sério. - Respondo direto.
Ouço sua risada alta e reviro os olhos.

- Sammy comentou que ela é dura na queda.

- Engraçadinho.

- Tenho algo para te falar. - Diz com entusiasmo enquanto estala os dedos.

- Ainda com essa mania de estalar os dedos quando fica nervoso? - O provoco e ele bufa, rio internamente.

- Você quer saber ou não?

Não consigo terminar de falar ao ouvir novamente os latidos irritantes de Olly, já fazem cerca de 30 minutos que ele está latindo desesperadamente e Megan não faz ele calar a porra da boca.

- Algo errado Lucius?- Ryan pergunta com um olhar preocupado.

- Falo com você amanhã, preciso dar um jeito nesse cão.

- Não sabia que ele ainda estava vivo.

Não o respondo e fecho a tela. Eu avisei a Megan que esse cachorro não era uma boa ideia, mas ela é teimosa. Que merda. Olly era do meu pai, ele achava bom ter alguém fiel independente de qualquer coisa ao seu lado.

Então Olly foi comprado, treinado duramente e foi companheiro do meu pai por 2 anos até ele morrer. Desde então o cachorro se tornou nada dócil, machucou seguranças meus.

Não queria me livrar dele, meu pai não gostaria que fizesse isso. Então mandei fazer uma casinha bem grande para que ele pudesse viver bem lá, longe de todos. Tudo ia bem até a dona Megan encontra-lo.

Chego na cozinha e vejo o caos instalado, tudo por causa de um cachorro. Algumas empregadas se defendem com panelas, outras estão com medo em cima das cadeiras e Susi tenta se aproximar de Olly com petiscos na mão, mas o mesmo recusa a todo momento e só late mais.

- Que merda está acontecendo?

- Eu não sei barão, o cachorro está louco.

- Onde está a Megan? - Pergunto irritado.

- Pensei que ela estivesse com o senhor.

Paro e penso por alguns segundos.

ELA FUGIU.

Me aproximo do cachorro que pula em cima de mim e agarra minha mão, todos os seguranças apontaram as armas para o mesmo, mas abaixaram quando eu mandei.

Olly não está tentando decepar minha mão como já fez com outro homem, na verdade ele está tomando cuidado para não machuca-la enquanto a puxa para fora da cozinha.

- Entendi garoto, você quer me mostrar algo?

O cachorro parece entender o que eu digo e corre em disparada, eu corro logo atrás e seguranças me seguem.

Olly faz o percurso da sua casinha, se esse cachorro estiver apenas brincando eu juro que o mato. E quanto a Megan, ela vai pagar caro por fugir.

De longe aviso algo na neve, e arregalo os olhos, é bem pior do que eu pensava.

- Megan! - Grito correndo e me jogando ao seu lado ajoelhado.

Ela está mais pálida que o normal, seus lábios estão roxos, assim como as pontas dos dedos.

A quanto tempo ela está aqui?

- Prepare um carro. - Grito enquanto a pego nos meus braços e todos corremos em direção a garagem.

O caminho para a clinica da organização parece mais lento que o normal, enquanto isso Megan está com a cabeça no meu colo, já tentei acorda-la de todos os jeito mas ela não mexe um dedo, e isso me angustia muito.

Sou recebido por médicos e enfermeiras que já estavam no aguardo.

Megan é colocada em uma maca e levada, tudo com muita agilidade.

- Fechem o hospital, não quero estranhos entrando sem autorização. Quero 5 homens acompanhando Megan em todos os lugares que a levarem. - Ordeno os seguranças.

- E se alguém proibir nossa entrada? - Steve indaga.

- Mate.

Ele obedece e sai disparado para executar.

O médico principal aparece, um velho conhecido do meio em que vivo. Doutor Cristian Mudok.

- Quem é a garota? - Me encara e cruza os braços.

- Eles a levaram, não posso fazer as coisas do meu jeito nesse hospital, você é o chefe aqui, pode entrar lá e me dizer o que está acontecendo. - Preciso me conter ou vou acabar destruindo tudo.

Ele dá um sorriso de lado.

- Fique calmo, vai ficar tudo bem. - Aperta minha mão. - Qual o nome da garota?

- Megan Still.

- Vejo que é importante para você, já que nunca trouxe feridos aqui, sempre pede que cuidemos de você na sua casa.

- Quando vê-lá você vai entender.

Ela confirma e sai, sumindo pela imensidão de corredores.

Sem muita demora o mesma volta, só que agora está boquiaberto.

- Aconteceu algo lá? - Pergunto nervoso.

- É a garota barão. - Eu entendo sua reação, também fiquei assim quando a vi pela primeira vez. - Co-como? Eu sempre pensei que fossem apenas sonhos.

- Eu também pensava até ve-la.

- Ela está com hipotermia e abaixo do peso, você a machucou?

Sua pergunta me ofende e chego até mesmo cogitar mata-lo ali mesmo.

- Ela se recusava a comer, não me obedece, é uma cabeça dura.

Grito indignado pois sei que tudo é minha culpa, se eu tivesse me preocupado mais com Megan, ela não estaria aqui.

- Preciso voltar, o estado dela não é dos melhores.

Diz antes de dar as costas e ir embora dali.

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