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MEGAN STILL

- Onde você se enfiou? - Tyler grita enquanto aperta meu braço.

- Eu estava no banheiro, dá para parar? - Puxo meu braço de sua mão.

Como se já não bastasse um idiota no banheiro, Tyler resolve dar outro ataque de ciúmes.

Quando saí do banheiro e dei de cara com um homem enorme, pensei ser um maníaco, quando ele agarrou meu braço então, pensei que ia ser estuprada ali mesmo.

- Que merda de mundo você está? - Tyler me sacode. - Nós vamos embora.

- O que? Não, eu vou com a Sammy, prometi a ela.

Ele ri e cruza os braços enquanto aponta com a cabeça para a parte de cima da boate.

- Acho que ela esqueceu de você.

Droga. Sammy estava se agarrando com um cara na área Vip.

Mas o que me deixa paralisada é quem está está ao lado deles, rodeado de seguranças, o cara do banheiro. O olhar dele parece letal e não sai de mim.

- Você está flertando com outro cara na minha frente? - Tyler grita no meu ouvido e sinto minha cabeça virar de dor.

- Não! Claro que não! Do que está falando Tyler?

- Você é uma puta, me deixa em paz.

Ele sai em meio a multidão e eu tento alcança-lo. As crises de ciúmes dele está cada vez maiores e incontroláveis. Ele vê coisa onde não existe e sempre surta.

Consigo alcança-lo na saída dos fundos, ele parece furioso. Paramos no meio do estacionamento enquanto eu seguro seu braço o impedindo de ir embora.

- Para com isso Tyler, por favor.

- Você estragou minha noite Megan, só faz merda.

- Eu posso melhorar, o que posso fazer para ficar bem?

Tyler ficar com raiva de mim era um inferno, porque normalmente ele sempre acaba me extorquindo para comprar drogas.

- Ah é? Então ajoelha. - Fico sem entender mas obedeço. - Boa garota. - Ele acaricia meu cabelo e começa a abrir o zíper da calça.

- O que tá fazendo? É um local público. - Tento levantar mas ele me empurra contra o chão.

- Fica quieta vadia, só chupa meu pau.

Eu não conseguia acreditar que ele estava fazendo isso ali, me humilhando no meio de um estacionamento. Começo a me debater e gritar enquanto ele tenta me conter com socos e chutes pelo meu corpo.

Mas antes que ele me obrigasse a fazer alguma coisa, o barulho de tiro ecoa pelo local.

Tyler parece assustado enquanto arruma as calças e quando eu menos espero ele simplesmente sai correndo e me deixa ali, no chão.

Levanto e meu desespero era nítido, eu estou sozinha em um local escuro e deserto que se eu gritasse ninguém ouviria. O ar começa a faltar, minhas mãos tremem, está acontecendo de novo.

Procuro o celular pelos bolsos e meu desespero aumenta ainda mais quando não o acho, abro minha bolsa e o encontro.

- Mexe os dedos, respira.- Eu tento puxar ar mas parece impossível. - Atende Sammy.- A ligação cai na caixa postal. Droga!

- Oi! Eu não posso te atender agora, deixe seu recado que ligo assim que possível!

- Sammy, sou eu. Por favor me liga, es acontecendo de novo. - Eu balanço as mãos na tentativa de diminuir as sensações ruins mas sem sucesso.

Desligo e guardo o celular, eu preciso me acalmar para conseguir lidar com isso. Respiro fundos incontáveis vezes, conto de 1 a 10, até que ouço uma voz.

- Calma. - Ele diz quando me afasto assustada. - Senta aí. - Aponta para o chão.

É o cara do banheiro, que merda ele quer agora?

- O que você quer? Está me seguindo? - Pergunto em meio a crise.

- Está tudo bem, fica calma. Olha pra mim. - Segura meus ombros e me ajuda a sentar no chão. - Continua respirando fundo, você está indo bem.

O encaro e por um momento passa pela minha cabeça que um estranho está me ajudando mais que meu próprio namorado, que está comigo há anos.

Essa é a primeira vez que alguém não me olha como se eu fosse uma louca. Com exceção da Sammy.

Um carro preto surge e o medo se instala mais uma vez. Tento me afastar mas ele me segura.

- São meus seguranças. Só vieram trazer água.

Homens descem do carro e um deles entrega uma garrafinha de água para o homem que logo a abre e me entrega.

- Bebe, vai ajudar.

Eu ainda tremia muito, mas bebi a água enquanto ele me encarava. O vi sentar no chão a minha frente sujando sua roupa aparentemente cara.

Passamos cerca de 10 minutos ali sentados, eu já estou mais calma e ele continua a me encarar como se eu fosse um extraterrestre.

- Como sabia? - Pergunto limpando as lágrimas do meu rosto.

- Tive uma infância difícil.

- Parece tão idiota, mas a sensação é de morte. - Digo com os olhos transbordando de novo.

- Eu entendo você, está tudo bem. - Tenta me confortar. - Vou te levar para sua casa.

Arregalo os olhos e levanto rápido, ele acompanha. Eu nunca o vi na vida, o que ele tem na cabeça?

- Olha, obrigada pela água, mas meu namorado não gosta que eu fique perto de outros homens.

Ele me encara e ri com desdém.

- Está falando do cara que ia estuprar você e a deixou jogada no meio de um estacionamento? - Abaixo a cabeça e suspiro. Não queria estar passando por isso.

- Ele não está bem, vamos nos resolver. Preciso ir.

Ele segura meu braço e cola nossos corpos, engulo seco já com as pernas tremendo. Que merda esse idiota quer?

- Eu já falei que vou levar você para casa.

- Eu marquei de ir embora com uma amiga, muito obrigada. - Digo enquanto o empurro pra longe.

- Se a sua amiga for a chef de cozinha do Deluxe, creio que essa hora.. - Encara o relógio no pulso. - Ela esteja fodendo com meu irmão em alguma cama por aí.

Respiro fundo e faço uma nota mental de lembrar de matar Sammy. Porque ela tinha que ir atrás de sexo justo agora? E com o irmão desse idiota ainda por cima?

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