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LUCIUS WALKER

Estamos no avião com destino a Itália, e enquanto encaro Meg com um sorriso de ponta a ponta no rosto, meu coração parece saltitar dentro de mim.

Ver minha mulher feliz é suficiente para que eu fique feliz também.

Hoje é véspera de Natal e decidi há algumas semanas que traria ela para que comemorasse junto a melhor amiga.

Essa não é uma data que me traz ótimas lembranças. Minha mãe me deu a pior surra que já levei e logo após se suicidou na minha frente, na véspera de Natal.

Eu nasci em uma data que todos consideram feliz, harmoniosa e todas essas baboseiras idiotas. Mas para mim sempre foi triste e me remetia dor.

Mas as coisas mudaram quando eu trouxe Meg para minha vida. A garota adora essa época do ano.

Me convenceu a ir com ela e comprar todo tipo de enfeite e luzes para que ela decorasse nossa casa, e como um cachorrinho obediente, eu fui.

- Acha que irão gostar dos presentes? - Meg indaga apreensiva.

Ela fez questão de comprar presentes para todos, principalmente para a pirralha. Megan trouxe não só um, mas quinze brinquedos diferentes para a sobrinha.

- Samantha vai querer te fuzilar quando ver a quantidade de brinquedos barulhentos que comprou para a pirralha. - Alfineto, ela odeia que eu chame Maila assim.

É um apelido carinhoso. De tio para sobrinha.

- Não a chame assim, Lucius! - Não falei? - Fiquei muito tempo afastada, não acompanhei o crescimento dela, quero mimar minha sobrinha, posso?

Dou de ombros. A filha não é minha mesmo.

Logo desembarcamos e somos recebidos por uma equipe de segurança que Ryan providenciou.

Quando informei que vínhamos, o casal ficou muito feliz. Porém, meu irmão sabe o quão paranoico sou com Megan e sua segurança que fez questão de mandar seus melhores homens para a escolta até sua mansão.

O caminho foi rápido, e já estamos sendo recebidos por Ryan e Samantha. Ah! E a pirralha também, que já está aos berros.

- Que saudade! Como está? Se sente bem? Precisa de algo? - Minha cunhada analisa minha noiva enquanto a enche de perguntas.

- Eu tô bem! Quanta paranoia.

Megan diz agitada. Mas logo as duas se entendem e se unem em um abraço demorado.

- Sammy quase surtou de alegria  quando contei que vinham. - Ryan diz enquanto tenta fazer a filha parar de chorar. - Não entendo, foi só vocês chegarem que ela abriu o berreiro.

Solta enquanto balança a criança para lá e para cá.

A menina parece me reconhecer e estende os braços em minha direção, pedindo colo. Droga! Nego inúmeras vezes, até ver o bico de choro se formar em sua boca novamente.

Bufo frustrado.

Pirralha manipuladora.

Pega Maila em meus braços e magicamente um sorriso aparece em seus lábios enquanto brinca com a gola do meu suéter.

- Viu só? Você tem jeito com crianças! E ainda diz que não quer ser pai! - Samantha me acusa.

Bom... talvez essa possibilidade não esteja totalmente excluída. Seria bom Maila ter um primo para brincar.

- Posso pensar na ideia, mas se vier chorão como essa pirralha, eu mando devolver. - Ironizo e todos caem na risada.

Megan me encara feliz, sei que seu sonho é ser mãe. Acredito que consigo me adaptar a isso.

- Que tal vir com a titia agora? - Ela sorri e estende os braços em direção a minha mulher. - Vamos recuperar o tempo perdido, meu amor. - Meg abraça a bebê que parece entender e retribuir o amor.

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