30

3.2K 242 21
                                    

MEGAN STILL

Não sei quanto tempo ao certo levou para chegarmos, mas já estamos nos portões da mansão de Lucius e minha ansiedade para ver Olly aumenta cada vez mais.

Ao entrar já nos deparamos com o cão no meio da grande sala de estar com o veterinário ao seu lado. Ele estava triste, magro e muito debilitado.

- O que aconteceu meu amor? - Perguntei ao me ajoelhar ao seu lado e fazer carinho que ele tanto amava  no seu focinho.

Olly balançou o rabo, tentou levantar mas não tinha forças, onde estava o meu Olly?

- Que merda você fez Olly? - Lucius também se ajoelhou ao seu lado e acariciou sua cabeça.

O veterinário o examinou por mais algum tempo até nos chamar para conversar.

- E então? O que ele tem? - Perguntei aflita.

- Bom, o diagnóstico é bem severo, Olly tem uma doença comum em cães, embora não devesse ser. - Pausa. - Se chama Cinomose.

- Tem cura? - Lucius indaga.

- Infelizmente não. - Suspira. - Ja está em estado avançado, é muito difícil ter que dizer isso, mas Olly tem pouco mais que um mês de vida, eu diria que nem isso, talvez.

.......

E foi assim que tudo aconteceu. Hoje fazem exatos sete dias que meu melhor amigo me deixou, sete dias que ele deu seu último suspiro nos meus braços.

Sinto falta de tê-lo dormindo comigo todas as noites, e de ver sua birra quando eu não levantava na hora que ele queria ir brincar.

Arrisco dizer que até mesmo Lucius sentiu sua falta em algum momento, talvez quando ele acordou pela manhã e não tinha ninguém tentando comer a porta do seu quarto.

- Pensando nele? - Lucius pergunta encostado na porta do meu quarto.

- Tem como não pensar? - Ironizo

Ele caminha até a cama em que estou sentada e me encara de braços cruzados.

- Precisa sair desse quarto. - Me puxa pelo braço e me põe de pé. - Ja faz uma semana, ficar assim não vai trazer seu amiguinho de volta.

- O que está fazendo? - Indago enquanto ele me arrasta escada a baixo.

Ele adere ao seu silêncio de sempre, do qual ainda não me acostumei, e continua me levando em direção ao jardim, mas antes que pudéssemos chegar, seu telefone apita indicando que tem uma mensagem.

Eu como uma boa bisbilhoteira que sou, espio enquanto ele responde a mensagem de texto com apenas um "OK".

É Ryan.

Lucius muda a rota e volta a me arrastar, mas dessa vez para o seu escritório.

- Fica sentadinha ali. - Aponta para o sofá que havia no canto.

Cruzo os braços e ele bufa, ele pensa que eu sou um cachorrinho que ele manda?

- Por favor, Meg. - Do que ele me chamou?

- Muito melhor, e a propósito, nunca me chamou pelo apelido. - Revido enquanto me jogo no móvel confortável.

- Gosto do seu nome. - Seu rosto está coberto pela tela do notebook, mas posso apostar tudo que tenho como ele está com um sorrisinho irônico no rosto.

Idiota.

E depois de 1 hora de conversa tediosa sobre drogas, armas e boates, a voz de Sammy ecoa pelo tela.

- Que tipo de namorado é você? - Ela parece irritada. - Megan está vivendo em um cárcere? Porque minha amiga ainda não tem um celular?

Ela está gritando com Lucius, que diga-se de passagem se encontra com uma carranca.

- Foi mal Luci.- Ryan se pronuncia na conversa. - São os hormônios.

Mas antes que Lucius conseguisse falar algo, ela o interrompe novamente.

- Que inferno! Eu só quero falar com a minha melhor amiga, é pedir demais?

Confesso que estou me divertindo como espectadora, mas se ela der mais um único grito, Lucius vai surtar e mandar ela se foder.

- Sammy. - A chamo enquanto fico na frente da tela. - A gravidez duplicou seu mau humor. - Ironizo.

Ela está simplesmente linda, mais do que ja era normalmente. A barriguinha parece está cada dia maior, seu rosto que sempre foi magro já está ficando redondinho.

- Megan. - Ela grita e se aproxima da tela. - Eu estou com tanta saudade. Sinto muito pelo Olly, Ryan me contou.

- Obrigada.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, sinto a mão de Lucius subindo pela minha coxa e parando bem na minha bunda.

Dou um leve tapa fazendo o mesmo recuar.

- Quando vai vir me ver?

- Sammy, só faz uma semana que eu voltei. - Ela cruza os braços emburrada, ao fundo posso ver Ryan se divertindo com a situação.

- Você não entende, eu preciso da minha amiga.

Rimos todos, menos ela, claro.

As mãos de Lucius seguram minha cintura e me forçam a sentar em seu colo.

Droga, ele sempre consegue o que quer.

- Seu tempo acabou, até logo Samantha. - Dito isso, Lucius simplesmente fechou a tela do notebook.

Assim, do jeito frio e bruto que o mesmo tem.

- Você desligou na cara dela Lucius. Isso é feio. - O encaro de lado.

- Foda-se. - Diz simples. - Se ela tivesse a visão da sua bunda, assim com eu tinha a sua na minha cara tenho certeza que também desligaria.

Sinto arrepios pelo corpo, prefiro o silêncio.

Estou usando um vestido solto, na cor preta com detalhes vermelhos. Graças ao aquecedor da casa, consigo usar roupas mais leves.

- Eu quero você Megan. - Uma de suas mãos sobe até meu pescoço e cola nossos rostos. - É pedir demais?

Ter a voz dele tão perto, seu sussurro no meu ouvido, sinto minha calcinha encharcar.

- É sim. - Ofego.

- Ah é? E porque? - Diz enquanto distribui beijos pelo meu pescoço.

- Eu não sou seu brinquedo, aquele que você procura apenas quando quer transar. - Tento me desvencilhar de seu aperto, mas é em vão.

Ele se afasta rapidamente e aproveito para sair de seu aperto e pular de seu colo.

- Não acho que você tenha vocação para ser o brinquedo de qualquer homem.

Bufo e reviro os olhos. Mas é assim que me sinto. Penso comigo mesma.

- Então é assim que pensa? - Sorri minimamente

Balanço a cabeça em afirmação.

Ele levanta e se aproxima lentamente até me encurralar na parede.

- Você é a porra da Baronesa Megan. - Desvio o olhar do seu. Porque isso soou tão excitante? - Me sinto um fodido ao saber que minha mulher se sente como uma prostituta ao meu lado.

Lucius segura meu queixo conectando nossos olhares novamente.

- Você é minha. Minha mulher, minha Baronesa, minha rainha. Você é o meu coração. - Beija delicadamente meus lábios. - Consegue entender isso? Eu sou obcecado por você. Eu amo você.

Senti meu coração dar cambalhotas nesse exato momento.

RUSSOOnde histórias criam vida. Descubra agora