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MEGAN STILL

Estou sentada na grande e confortável poltrona do escritório de Lucius enquanto ele posiciona o notebook a minha frente, ao mesmo tempo que me analisa diversas vezes. Acredito que a procura de algum indício de que eu vá desistir da ideia.

- Tem certeza? Está confortável para fazer isso? Sabe que não precisa se aproximar de nenhum familiar, não sabe? Não vejo problema nenhum em apenas eu ser sua família.

Dispara com várias perguntas de uma vez, me fazendo estreitar os olhos em sua direção.

- Lucius, está tudo bem... - Acaricio seu antebraço em uma tentativa de acalma-lo. - Eu quero fazer isso. Se for bom, manterei ele e meu irmão em minha vida, se não for, apenas Alec permanece em nossa família e sei que posso contar com você para me ajudar com isso.

- Tem razão, confio na sua decisão. Caso  queira desligar, é só fechar o notebook, certo?

Aceno positivamente e ele senta na poltrona acolchoada que fica do outro lado da mesa.

Respiro fundo e inicio a chamada.

Seis segundos. Esse foi o tempo que o homem do outro lado levou para atender a video chamada.

Ver seu rosto pela tela me traz lembranças de minha mãe. Eles são extremamente parecidos.

Me permito um sorriso ladino quando vejo ele me encarando com o rosto bem próximo a tela.

- Gael, me dá meu óculos! Não consigo enxergar minha neta direito! - Resmunga enquanto fala com alguém.

Neta.

Nunca achei que um dia seria neta de alguém, eu nem mesmo tive a oportunidade de ser filha.

- Você é tão linda... me lembra sua mãe.

Afirma me encarando com um sorriso de orelha a orelha.

- Obrigada. - Agradeço.

O que eu devo fazer? Ou falar?

- Sinto muito que tenha passado por tanto sofrimento ultimamente, você nem imagina o quanto eu estava aflito esperando notícias suas.

- Agradeço a preocupação e a ajuda que forneceu para me encontrarem, foi muito importante.

- E eu faria muito mais se fosse necessário. Você é muito importante para mim, Megan. É a neta que eu tanto procurei, que tanto ansiei que estivesse ao meu lado.

Sorrio verdadeiramente ao ouvir isso.

Tirando Sammy, nunca tive a chance de ser amada, sempre tive que lutar para sobreviver e sentir o que venho sentindo nos últimos meses é surreal.

Incrível.

- Quando podemos nos ver pessoalmente? Não vejo a hora de abraçar você, querida!

Questiona eufórico.

Reflito por alguns segundos. Vê-lo não seria uma má ideia, e sei que Lucius jamais permitiria que eu fosse até a Alemanha, então....

- Irei me casar em duas semanas, ficaria feliz se viesse.

Seguro uma risada, quando vejo Lucius do outro lado da mesa deslizar no material acolchoado e levar uma almofada em direção ao rosto em protesto.

- Será uma honra! Farei questão de estar presente nesse dia tão importante, mesmo que seja ao lado do russo.

Fala entusiasmado, mas sua boca torce ao citar meu noivo.

- Eu ouvi isso! - Lucius grita.

Rio da pequena discussão dos dois.

- Ótimo, enviarei o convite.

Pouco tempo depois nos despedimos e a ligação é encerrada.

Encaro o homem que está de braços cruzados atrás da tela do notebook.

- Fiz mal em convida-lo? - Indago ao mesmo tempo em que vou até ele.

Lucius da de ombros e suspira.

- O casamento também é seu, tem direito de convidar quem quiser.

Sento em seu colo e passo os braços ao redor de seu pescoço, encostando a cabeça em seu peito.

- Prometa que irá se comportar, por favor.

- Desde que ele não machuque você, minha promessa fica de pé.

Beija o topo da minha cabeça em forma de carinho.



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