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MEGAN STILL

Depois da ceia nos reunimos perto da árvore para registramos o momento com fotos, e enquanto fazíamos isso, somos surpreendidos quando Ryan passa pela porta totalmente fantasiado de Papai Noel.

Enquanto eu, Lucius e Sammy nos entreolhamos risonhos pela cena, Malia parece encantada vendo o pai fantasiado.

A garotinha bate palmas e solta risadas quando Ryan põe o saco vermelho no chão e a pega nos braços.

- Ho - ho - ho! - Não resisto e uma gargalhada me escapa. - O que quer de presente criança? - O homem fantasiado pergunta com a voz rouca, na intenção de parecer bem mais velho.

- Ela nem fala, seu idiota. - Lucius alfineta e recebe uma cotovelada minha.

Depois de toda a bagunça, Sammy está entretida em seu celular vendo uma receita nova para o ano novo, enquanto Lucius está com a sobrinha nos braços.

Ele balança para lá e para cá, devagar, uma tentativa de fazê-la dormir. Por alguma razão, Maila sempre faz questão de estar nos braços do tio.

Eu observo o céu escuro na varanda ao mesmo tempo em que minha mente faz uma retrospectiva de tudo que aconteceu em todo o ano.

Tantas coisas.

Sammy e eu iniciamos o ano sem emprego, um aluguel atrasado e uma caixa de pizza. E olha como terminamos.

Tudo bem, que durante o percurso até aqui, Sammy foi sequestrada, e eu praticamente disse "oi" para a morte. Mas no fim, todos estamos bem. É isso que importa.

Nossa família está de pé. Prevalecemos.

- Falando sozinha? - Pulo de susto ao ouvir a voz de Ryan.

- Quer me matar do coração?! - Questiono com a mão no peito.

- Foi mal, cunhadinha. E então, como está?

Bufo.

- Qual é? Lucius me faz essa pergunta a cada meia hora. - Ele ri.

- Ele está bem paranoico, depois de tudo que aconteceu.

- Eu sei, é que tantas perguntas me deixam irritada as vezes. - Argumento.

- Meu irmão ama você Megan. De verdade.

Antes que eu possa responder, ele continua.

- Quando você foi levada ele surtou, nunca o vi daquele jeito. Yakutsk ficou de cabeça para baixo, muita gente morreu...

O encaro assustada diante da sua fala.

- Como assim?

- Todos mereceram, acredite. - Me conforta. - Meu irmão é o homem mais forte que conheço, sabe? Nunca vi Lucius chorar, nunca mesmo. Na noite que nossa mãe o trouxe para casa, ele estava tão machucado... E quando ela ia limpar os ferimentos... porra! Qualquer criança choraria feito louco, menos Lucius. Ele nem mesmo piscava.

- É, ele é bem forte mesmo. - Afirmo.

- Quando eu apanhava ele sempre me defendia. Apesar de ser mais novo, sempre foi o mais durão, por isso achei melhor que o cargo de barão ficasse com ele. Fomos iniciados juntos, passamos por trinta sessões de torturas. Na vigésima eu já delirava de tanta dor, chorava como um bebê com cólica, mas ele não. Lucius permanecia firme e lutava como louco para se livrar daquilo. Como um verdadeiro escorpião rei, que mesmo diante da morte luta como louco para deixar seu veneno. Mas um dia eu vi meu irmão cair.

O encaro e entendo o que quer dizer.

- Quando achou que eu estava morta.

Ele assente.

- Ele desabou, Meg. Nunca o vi daquela forma. Lucius ajoelhou e chorou desesperadamente na frente de oitenta soldados, ele ficou em pânico. Não sabia o que fazer ou qual rumo tomar. Ele gritava seu nome tão desesperado, que mesmo se passassem a quilômetros dali ainda dava para ouvir. Pela primeira vez na vida, vi meu irmão perder a armadura que usa desde sempre. Espero que nunca tenha dúvidas do amor dele por você. É real.. eu diria que até mesmo é palpável..

Ironiza e rimos juntos.

- Eu não tenho. Acredite. - Suspiro. - Mas porque me contou tudo isso? - Questiono curiosa. Ryan é palhaço, vê-lo falando tão sério assim é preocupante.

Ele suspira e leva as mãos aos bolsos da calça, talvez em uma tentativa de dissipar a tensão.

- Gosto de você. Cuide dele Meg. Tome cuidado, não o faça sofrer de novo. Ele não aguentaria perder você mais uma vez. Me preocupo com o meu irmão, para mim, ele sempre será o caçula.

- Eu não vou. Obrigada por confiar em mim.

Dito isso, tomo a iniciativa de abraçá-lo e ele logo retribui.

- Ei! Eu não ando por aí agarrando a sua mulher, ando?

A fala de Lucius nos faz rir.

- Foi só um abraço, idiota! - Ryan se defende.

Ele já está ao nosso lado com a pequeno dormindo em seu ombro.

- Toma, segura a pirralha, cansei.

Meu cunhado pega Maila nos braços logo se afastando e Lucius me encara com os olhos semicerrados.

- Pareciam concentrados no assunto, posso saber qual era a pauta? - Questiona com ciúmes.

- Você.

Sou direta e ele cruza os braços em confusão.

- Eu? O que falaram?

- Sobre o quanto você é ciumento! Daqui a pouco você vai colocar uma escuta em mim.

Ele sorri como quem estivesse bolando um plano.

- Ótima ideia! Vou providenciar.

Reviro os olhos.

Era só o que me faltava. Ser grampeada pelo próprio noivo.

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