3 de maio de 1998:
O céu nublado daquele dia me dava uma sensação estranha na barriga, meus ossos e corpo estavam doloridos pela batalha intensa que enfrentei ontem. Ainda não me aguentava de felicidade, havíamos vencido.
Era um sentimento bom.
Chuto uma pedrinha no caminho e olho para as árvores ao redor, não demoraria muito para que eu pudesse ver o chalé que estava no meio dessa imensidão de árvores.
Queria abraçar minha mãe e sentir o cheiro do papai, contar para eles o que aconteceu nesses meses que tive que fugir para protegê-los.
Contar que o papai estava livre de sua marca, de suas responsabilidades como Comensal. Mesmo sabendo que provavelmente ele já saiba desse detalhe.
O chalé que Dumbledore nos emprestou não ficava muito longe dos arredores da Escócia, mas era longe o suficiente para ser o refúgio dos meus pais e meu lar, mesmo que seja temporário.
Felizmente os únicos que conheciam o endereço dos meus pais, eram meus amigos; Harry, Hermione e Rony, antigamente Dumbledore.
Mas infelizmente eles não puderam me acompanhar nessa pequena jornada, eles tinham pessoas para velar e dar suas condolências.
Sei que deveria estar lá, mas não conseguia frear meus pés por tamanha ansiedade de reencontrar os meus pais. Não sou uma do trio, sou apenas uma intrusa em suas aventuras... Algumas delas.
Dou mais alguns passos e avisto o chalé, fazendo meu coração bater mais forte que o normal e não o faço bater em vão.
Começo a correr, fazendo todo o meu corpo doer e clamar por uma pausa, mas meu cérebro não recebia mais essa informação, ele só entendia que faltava pouco para ouvir suas vozes.
Derrapo na folhagem e rio da minha situação vergonhosa, limpando minhas mãos na calça que deveria ver um pouco de água, na verdade, estou precisando de um banho.
Olhei para os lados antes de considerar bater à porta e fico aliviada por ninguém ter me seguido.
Bato à porta, esperando que alguém abrisse e me desse um abraço de urso, ou que palavras de carinho fossem depositadas em meus ouvidos já doloridos por barulhos estridentes.
Mas ninguém fez nada disso...
Bato mais uma vez, ouvindo algo estranho em meus pés. Olho para a soleira, esperando que o barulho fosse apenas água sendo pisada.
Mas a corrente carmesim me fez prender a respiração, enquanto me agachava e passava os dedos para tentar acalmar os meus pensamentos.
Era sangue.
Meus dedos tremiam por constatar a textura e o cheiro de ferro impregnado em meus dedos, fazendo que minha garganta se fechasse e agarrasse minha varinha.
Deveria começar a gritar por socorro, mas passei tanto tempo em uma guerra que sei que ninguém virá ao meu auxílio.
Tentei não pensar no pior, mas o pior já estava escancarado em meus dedos, o pior já estava acontecendo... Respirei fundo, tentando não surtar e dar uma de louca atrás de vingança.
_ Alohomora. - Sussurrei, mas nenhum filete de magia saiu, me fazendo olhar para a varinha em minha mão.
Apertei a madeira em meus dedos, tentando não a quebrar, mesmo que essa fosse minha vontade não poderia fazer isso, já que ficaria desprotegida e à deriva dessa floresta.
Empurro a porta, constatando que ela sempre esteve aberta, porém, deveria ter saído antes de ver essa cena. Antes de ter a certeza da morte dos meus pais.
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Conectado ~Tom Riddle~
FanficO destino revela verdades obscuras para uma pessoa, abalando sua percepção da realidade. As palavras de afeto e sabedoria retrógrada se revelam uma fachada, e aqueles que as proferem se mostram como os verdadeiros vilões. Porém, para expor essa verd...