Vazio, era isso que meu peito estava preenchido, era um simples... Nada, em cima de coisas que não existia mais, como se tudo estivesse perdido. Talvez estivesse perdido, talvez eu esteja perdida, ainda não sei.
Pisquei algumas vezes para me acostumar com aquela imensidão de nada, era tudo branco. Não tinha nada concreto, apenas fumaça e uma branquitude sem fim.
Dou um passo para frente, e um som pôde ser captado pelos meus ouvidos. Era um apito de um trem, me lembrando a estação, porém, os sons começaram a mudar, me fazendo tapar os ouvidos.
Agachei-me no chão, enquanto fechava meus olhos para organizar meus pensamentos. Era como se tudo ao meu redor fosse feito de magia, mas onde existiria um lugar com uma concentração tão pura de magia?
_ Você está certa em uma parte de seus pensamentos. - A voz parecia estar na minha cabeça.
Retiro minhas mãos no meu ouvido, escutando barulho de salto se aproximando como se fossem badaladas de um relógio.
Uma mulher apareceu, me fazendo pensar se poderia existir realmente alguém tão linda quanto ela?
Olhos que me lembravam aquele homem, cabelos negros ondulados e uma pele tão branca, que parecia doentia. Seus pés eram fofos, e parecia que ela pisava em nuvens, ao invés do chão.
_ Quem é você? - Não me respondeu, apenas cutucou meu rosto com sua unha grande e pontuda, sorrindo com seus lábios carmesim.
_ Vamos conversar, tem tanto tempo que não converso com alguém que foi abençoada pelo Tempo. - Continuei agachada, mas ela apenas sorriu.
Seus dedos estalaram, me fazendo sentir algo fofo me abraçando por trás. Olhei para os lados e era apenas uma nuvem, que me fez sentar em seu corpo de ar, mesmo que a textura não fosse ar... Era algodão(?)
_ Você é muito desconfiada. - Continuou sorrindo. _ Está confortável ou quer uma decoração melhor? - Iria discordar, mas tudo ao nosso redor já estava mudando.
Era um chalé rústico e uma caneca de chocolate quente estava em minhas mãos, e ao invés de continuar sentada em uma nuvem, estava sentada em uma poltrona de couro marrom.
Mas a mulher estava sentada a minha frente em um sofá de madeira, com almofadadas grandes que pareciam confortáveis.
_ Me chamo Merfina, ou Morte, para os desconhecidos. - Sua voz era sedosa e parecia um anjo. _ Obrigada, nunca me chamaram de anjo. - Parecia envergonhada, mas me liguei de algo.
_ Você pode ler os meus pensamentos? - Concordou. _ Então você é a Morte? Tipo, morte, morte? Ou a Morte que pega as almas daqueles que morreram?
Não precisou nem mesmo de pensar, ou de rir de minhas palavras estranhas. Ela apenas sorriu e disse:
_ A segunda opção.
_ Como exatamente morri? - Piscou algumas vezes e bebeu um pouco de chocolate. _ Não sabe?
_ Saber, eu sei, mas não sei como você reagiria. - Disse delicada, parecia feita de porcelana. _ É melhor mostrar para você, não acha?
_ Mostrará minhas memórias? - Discordou. _ Então o que mostrará?
_ Sua vida desde o começo... - Reformulou sua frase. _ Desde que saiu das mãos da Vida e foi parar nas mãos do Tempo.
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Conectado ~Tom Riddle~
FanficO destino revela verdades obscuras para uma pessoa, abalando sua percepção da realidade. As palavras de afeto e sabedoria retrógrada se revelam uma fachada, e aqueles que as proferem se mostram como os verdadeiros vilões. Porém, para expor essa verd...