23 de dezembro de 1991:
Estava sentada na minha cabine e o trem apitava, ninguém veio conversar comigo e não me importei. Claro que doía, claro que ardia meu coração que parecia que iria se queimar a qualquer momento.
Mas tinha que continuar, tinha que continuar mentindo e negando a minha nova personalidade. Tinha que fazer o possível para que o plano desse certo, sem nenhuma falha.
Não poderia perder as esperanças depois de três meses.
Respiro fundo e encosto minha cabeça na parede da cabine, fecho meus olhos e começo a concentrar nas pessoas a minha volta.
Alguns estavam sentados, outros em pé fazendo alguma coisa. A mulher dos doces andava devagar com seu carrinho e Quirino estava em um vagão sozinho, estava conversando com o Lorde.
Não iria até lá, se eu fosse, poderia colocar tudo a perder, mas a minha curiosidade era grande. O que será que eles estão falando?
_ Viu, estou em forma humana. - Sorriu o fantasma. _ A dona Morte me disse que morri com quatro anos, mas minha alma é de uma criança de dez.
_ Como conseguiu sair de Hogwarts? - Fiquei rindo de suas caretas.
_ Não sou de Hogwarts. - Falou engraçado. _ Sou de Londres, dos subúrbios, você passou por lá uma vez e te segui.
Deve ser o dia que visitei meu pai, mas não senti nenhuma flutuação de alma perto de mim. Mas meus poderes eram muito fracos, deveria se por isso.
Por conta das minhas idas na sala precisa já estava mais forte, poderia sentir fantasma e almas em longa distância. Podia fazer seis receptáculos e poderia guardar cinco na fenda do diabo.
Os livros que pego da biblioteca do pesadelo me ajudaram muito e eles são melhores do que os livros da escola.
_ Então desde daquele dia você está ao meu lado?
_ Não, me perdi nesse trem e só te encontrei naquele dia. - Ficou ando no ar. _ A escola que você estuda é muito grande, mas por conta disso, conheci aquele homem.
_ Quirino. - Negou.
_ Ele me disse para chamá-lo de Voldemort, que está muito interessado em você, na sua magia.
_ Pelo menos ele não quer meu corpo. - Suspirei. _ Imagina se ele me matasse e começasse a usar meu corpo? Ele ficaria bonito.
_ Ele não é bonito, mas ele disse que era. - Suspirou. _ Ele me disse que me ajudaria a reencarnar.
_ Por que não pede a Merfina?
_ Ela me disse que nessa época os casais não querem ter menina, então ela não quer me ver jogada em um orfanato ou um lar abusivo.
_ Quando essa guerra acabar, espero que reencarne e se for possível, posso lhe adotar.
_ Jura? - Concordei. _ Contarei para o Voldemort. - Sumiu da minha vista e sorri com isso.
Ela seria uma boa criança, mas amaria mais o pai do que a mãe. Bom, se ela for adotada, não terá pai, mas talvez se apegue no meu pai.
Começo a pensar em uma vida com essa menininha e as horas se passaram e o trem acabou chegando ao seu destino.
Levantei-me e tiro a mala da prateleira, abrindo a porta e me enfiando naquela confusão que se chamava saída.
Saio do trem e vejo Jarr, me esperando com um terninho branco e fofo, até mesmo tinha relógio de bolso e óculos de grau. Mamãe deve ter o levado ao medibruxo.
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Conectado ~Tom Riddle~
FanficO destino revela verdades obscuras para uma pessoa, abalando sua percepção da realidade. As palavras de afeto e sabedoria retrógrada se revelam uma fachada, e aqueles que as proferem se mostram como os verdadeiros vilões. Porém, para expor essa verd...