O tempo fluiu suave, como o rastro de uma estrela-cadente no céu noturno.
Mas o papel que estava segurando me fez sorrir, era o resultado do exame de sangue.
Quanto tempo passou desde a vitória na guerra? Oito anos? Dez anos? A contagem das estações já não importava.
O que preenchia meu coração era a jornada ao lado de Tom, minha fortaleza na passagem do tempo.
Os primeiros pingos de chuva começaram a criar uma melodia na janela, chamando minha atenção.
Deixo o papel de lado, levantando-me da cadeira e saindo do quarto, correndo sem me importar com o mundo.
Precisava encontrar Tom.
Bato à porta do escritório, abrindo e o vendo escrever algo em um pergaminho.
_ Posso entrar? - Concordou e me aproximei.
O vejo deixar o pergaminho de lado e me olhou afetuoso, esperando minhas palavras.
_ Dança comigo? - Ficou sem entender.
_ Não tem música. - Sorri e peguei sua mão, o puxando.
_ Nossa música será o som da chuva. - Caminhamos até ao lado de fora, abrindo a porta de vidro do escritório.
Ao abri-la, uma lufada de vento frio nos envolveu, deixando sua mão escapar da minha. Comecei a girar pelo jardim enquanto ele fechava a porta.
_ Você pode acabar pegando um resfriado. - Gritou, o som da chuva estava maior.
Beijei seus lábios quando se aproximou, amando o som, a chuva e o momento. Estava tudo tão perfeito.
_ Cuidar de uma pessoa doente não faz parte dos meus planos. - Ri em seus lábios.
_ Não ficarei doente, afinal, sou imortal...
_ A imortalidade não nos isenta das tempestades. - Mordeu delicadamente minha bochecha. _ Mas que tal irmos para a cama e...
_ Por favor, deixe-me dançar sob a chuva. - Faço um biquinho.
Apertou meu quadril e envolvi meus braços em seu pescoço. Envolvendo-me nessa dança estranha e caótica de minha vida.
_ Peço desculpas.
_ Por que está pedindo desculpas? - Franziu ligeiramente a testa, as gotas de chuva percorrendo seu rosto.
_ Por não conseguir ajudar Nagini, como planejei. - Nossos corpos dançavam em harmonia com a chuva.
_ Nagini está bem e ama ficar diante de uma lareira quente. - Beijou minha testa com ternura. _ Ela escolheu ser uma serpente, essa é a sua verdadeira essência; ela se adaptou.
_ Sim, eu sei. Apenas queria pedir desculpas por não ter realizado o que desejava.
_ Seus esforços por mim foram enormes, isso já compensa. - Seu sorriso expressava memórias compartilhadas e conquistas alcançadas.
_ Verdade, mas agora... o que você deseja?
_ Nada além de uma vida plena ao seu lado. Por quê? - Seu olhar revelava curiosidade sobre o rumo de nossa conversa.
_ Aguardei semanas para ter certeza. Creio que nossa família está prestes a crescer. - Sorri, antecipando sua reação.
_ Adotaremos uma criança? - Ficou animado e me abraçou com carinho.
_ Não. - Ficou confuso. _ Seremos pais. Um filho ou uma filha, mas isso o destino dirá. - Ele interrompeu nosso abraço, surpreso. _ O que você acha?
_ Um filho... - Sua voz ficou rouca, carregada de emoção.
_ Exatamente, nosso bebê, nosso príncipe ou princesa. - Mantive um sorriso radiante enquanto era erguida nos braços, girando-me no ar.
_ Jamais pensei que ficaria tão feliz por uma notícia dessas. - Admitiu antes de me beijar com doçura.
Assim, nossa jornada atingiu seu capítulo final, enquanto dançávamos sob a chuva, abraçados pelo Tempo e pelo amor que florescia entre nós.
Fim.
Total de palavras: 548.
Revisado: 20/08/23.
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Conectado ~Tom Riddle~
Fiksi PenggemarO destino revela verdades obscuras para uma pessoa, abalando sua percepção da realidade. As palavras de afeto e sabedoria retrógrada se revelam uma fachada, e aqueles que as proferem se mostram como os verdadeiros vilões. Porém, para expor essa verd...