Capítulo dezesseis

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10 de junho de 1992:

Fiquei olhando para o teto, pensando nas coisas que aconteceram na minha vida.

Estou tendo um caso com o Lorde das Trevas, sou uma traidora da luz, estou aprendendo a manejar meus poderes e estou indo para Hogwarts.

Meus poderes não estavam no máximo, só conseguia fazer quatorze receptáculos e podia capturar doze almas.

Poderia guardar dez saldados na fenda e posso dizer que Tom é um ótimo professor, mas em luta corpo a corpo era péssimo, por isso que ele me falou que me ajudaria a encontrar um professor de artes marciais.

Sentei-me na cama e olho pela última vez esse quarto, era branco e não tinha nem um detalhe monstruoso, apenas era um quarto comum de hóspede.

Saio da cama e vou até ao closet, pegando o meu uniforme rasgado. Deveria rasgar mais algumas partes, rasgar minha calcinha e sutiã.

Coloco a roupa em cima da cama e vou para o banheiro tomar um banho.

Antes de pegar carvão e passar no meu rosto, rasgar minha pele com o estilete. Afinal, se eles queriam uma cena de uma menina que fugiu, eles teriam.

Sorri para o nada e começo a tirar a minha camisola de renda branca, presente do Lorde. Olho para os chupões e marcas no meu seio e sorrio novamente, ele não era tão idiota e malvado assim.

Bato no meu rosto e fico me olhando assustada no banheiro, não poderia estar gostando do Lorde ou estaria? Rio dos meus pensamentos e abano a mão no ar, claro que não.

Eu só o desejava e ele o mesmo, nada de mais. Tiro minha calcinha e entro embaixo do chuveiro para tomar um banho quente e delicioso.

Olho para baixo e observo as marcas roxas e alguns machucados em carne viva, que estavam nos meus pulsos.

Fico passando sabão em cima dos machucados para sentir a ardência daquele ato.

Meus tornozelos estavam iguais os pulsos e meu pescoço tinha a marca da mão de Tom.

Fiz Tom agarrá-lo com força para que marcas roxas ficassem e ele gostou bastante de fazer isso, não podia dizer o oposto.

Começo a me limpar e fico pensando em coisas que não saberia descrever.

_ Kalira? - Sinto uma flutuação e pergunto para o nada.

_ Vi as minhas lembranças. - Disse com uma vozinha chorosa e fiquei preocupada.

_ É tão ruim assim?

_ Eu... Morri pela minha mãe.

_ Me explique melhor essa história. - Fecho o chuveiro e vou até a toalha em cima da pia, me enrolando nela.

Fomos para o quarto e me sentei na cama, olhando para a bolinha azul flutuante à minha frente.

_ Mamãe chegou bêbada em casa e estava tentando comer algo, já que a minha barriga roncava de fome. - Tremeu um pouco. _ Mamãe me viu chorar e... - Se transformou em uma menina e lágrimas caiam de seus olhos. _ Ela começou a me bater, dizendo que não era uma boa filha, eu...

Queria que tivesse algum jeito de abraçá-la, infelizmente não posso.

Ela não tinha culpa de ter sido morta de um jeito tão brutal, mas tão comum ultimamente.
Ela chorava e não sabia o que fazer, não me dava bem com pessoas chorando, não sabia o que falar.

_ Não sei o que dizer. - Contei a verdade. _ Apenas sinto muito e não se lembre disso, sua próxima vida será regada de beijos e mimos de sua mãe. - Sorri por algo. _ Posso ser ela, você só tem que nascer em algum lugar e posso lhe adotar.

Conectado ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora