A noite tinha chego, combinamos de nos encontrar no restaurante de Joe. Eu e Miya saímos normalmente, já que meus tios foram jantar fora.
Entramos no estabelecimento, o mais velho reclamava com os garotos.
— Por que vocês sempre marcam de se encontrarem aqui? — perguntava para eles, tinha uma expressão de irritado.
— Eu e o Langa vamos correr, quer vir? — pergunto, me sento em uma cadeira ao lado dos meninos — quero fazer o Test Drive do meu novo skate.
Ele diz que vai, meu primo comenta que vai chamar Cherry e Shadow.
Chegamos na S, paramos um pouco distante da entrada comum, iriamos esperar o resto chegar. Uma cabeleira ruiva aparece.
— Finalmente chegou, velhote — fala Miya. O roqueiro fala que só tem 24 anos e que não é velho.
Escuto um barulho de rodas, mas não rodas de skate, e sim de uma... Moto? Cherry chega, montado em uma moto preta, com detalhes em rosa, parecida com seu skate.
Merda, ele ficou um gostoso assim.
— Desculpa pelo atraso, precisava carregar a Carla — fala tirando o capacete.
Ele troca algumas farpas com o goril... o Joe.
— Tá, onde fica a entrada secreta?
— Aqui mesmo — Reki aponta para a entrada da S.
Franzi o cenho, levantando uma sobrancelha. Meu primo, pegou uma pedrinha do chão, e jogou na câmera do local, acertando-a em cheio. Assobiei, realmente, não esperava que fosse só isso.
Pulamos o portão, isso me lembrava da minha infância, achei nostálgico. Paramos, eu estou ansiosa para saber como é correr com outro skate.
— Reki — o chamo — cadê meu skate?
Ele pega uma mochila que carregava consigo, tirando-o de dentro, e me dando nas mãos. Por mais que fosse grande, era até leve.
Olho para o garoto de cabelo azul, que entende e pega seu skate. Formos para a pista, ficamos em posições.
— Estou com altas expectativas, não me decepcione, Snow — falo de forma firme.
Ele faz um pequeno gesto com a cabeça. — Não vou.
Então, começamos. Subi no skateboard, e por mais que seja de vidro, o desenho do dragão era áspero, o que não fazia ser escorregadio. Ele não era tão irregular quanto o anterior, o relevo das rodas, me davam uma certa estabilidade.
Reki, você realmente incrível! Ele colocou todos esses detalhes, me vendo correr apenas uma vez.
Todavia, o meu adversário também é insano. As rodas pareciam ser daquelas cadeiras, ele se movimentava de forma anormal. Isso só poderia ser obra do ruivo.
A mesma curva fechada se aproxima, Snow vira o skate, ficando em cima do skateboard, e apoiando no meio fio da parede. Acho que tá na hora de ver do que meu skate é capaz.
Pego impulso, pulo e me apoio na parede, mas na parte de cima dela. Assim, desço para a estrada, mano, isso foi demais! As rodas ajudam na aterrisagem, é tudo perfeito.
Após algum tempo, chegamos na fábrica. Diferente da outra vez, podia ver as coisas com mais clareza. O garoto pula no corrimão, já eu, pego velocidade, seguro meu skate com uma mão e a outra, uso pra segurar uma corda, que estava presa ao teto.
Pulamos, e chegamos ao mesmo tempo. Essa adrenalina dentro de mim, era uma das melhores sensações que eu poderia ter.
— Você é louco — falo com um tom brincalhão — onde aprendeu a andar daquele jeito?
— Snowboard. Six, suas manobras são fenomenais! — falava com um sorriso meigo no rosto.
Então o pessoal aparece, Reki veio nos elogiando. E logo começou a falar comigo.
— Então Six, o que achou? — pergunta se referindo ao skate.
— É perfeito! Em todos os sentidos. Posso ficar relaxada andando nele, amei sua ideia das rodas, são bem úteis. Ele tem uma boa velocidade nas curvas, assim como nas retas. Eu adorei o Dragon!
— Dragon? — Reki, Miya, Langa e Shadow perguntam ao mesmo tempo.
— Sim, o skate! Eu decidi o chamar assim.
— Eu gostei! — fala Reki.
— Com certeza é melhor que Transparent Ultra Fast 0.1 — falou o mais baixo. E óbvio, mais discursões.
— Mais uma, pra que colocar nome em skate? — fala Joe, passando a mão no rosto.
E voltamos para o restaurante, ficamos comendo e conversando. E comecei a puxar papo com o homem de cabelo rosa, sinceramente, estava curiosa, principalmente de como ele age fora das pistas.
— Então, você trabalha com o que? — pergunto, enquanto bebia meu milkeshake de chocolate.
— Sou calígrafo — responde, sem muitos detalhes — Por que escolheu psicologia?
— Acho que combina com skate — ele me olhou confuso — Bem, a mente do ser humano é complexa, igual um skate. Tem gente que acha que é simplesmente subir em uma prancha de madeira e fazer manobras — faço uma pausa, como se me lembrasse de algo — Mas eu não, acho que cada emoção, cada queda, e cada arranhão que você passa com seu skate, é bem parecido com uma mente. Pois essas complexidades, ficam guardadas em ambos.
Sim, eu sempre me empolgo falando disso. Lógico que vou falar tudo de uma vez, afinal, são as duas coisas que mais amo na vida.
Ele ficou quieto, me encarando de uma forma estranha. Já estava ficando com medo, então mudo o assunto.
— Eh... como são as configurações da Carla? — pergunto meio sem jeito.
O homem a minha frente parece ter despertado, e então, enche o peito, para começar sua explicação.
— É bem simple... — foi interrompido pelo homem de cabelos verdes.
— Não comece a infestar a cabeça dela de papos nerds — diz colocando as mãos nos meus ouvidos — Não se preocupe, não vou deixar você se contaminar — fala sorrindo galanteador.
— Obrigada por sua "preocupação" — digo tirando suas mãos — mas fui eu quem perguntou, e eu já sou "contaminada" pelos papos nerds.
Escutei uma risada dos outros, e Cherry sorriu convencido. Chamei meu primo, daqui a pouco meus tios voltariam pra casa. Nos despedimos da galera, e fui em direção pra casa.
Na segunda-feira, começaria minhas aulas, e estava animada para isso.
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𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑈𝑚 𝑆𝑘𝑎𝑡𝑒 - 𝑆𝐾8 𝑇ℎ𝑒 𝐼𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑦
FanfictionS/n Aok, com seus 20 anos, se muda para a cidade onde acontece a "S", a convite do seu primo mais novo Miya. Escondendo sua paixão por andar de skate, e descobrindo novos sentimentos. Fará novas amizades, e conhecerá melhor um homem de cabelo rosa...