Capítulo 7- Nadie

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O sinal foi dado, corremos para subirmos nos nossos skates. O skate em suas mãos não tinha rodas, mas faltando cerca de 0,3 segundos para tocar no chão, as rodas aparecem, no mesmo esquema de um avião pousando, e então ele sobe no skateboard. Como eu não tinha parado pra pensar nisso? Nadie também usa um skate tecnológico.

Acho que tentava esconder isso, já que seu skate não era nada chamativo.

Ele toma a dianteira, todavia não fico muito para trás, estou praticamente na sua cola. O jeito que ele anda, como controla os movimentos do skate, era como se estivesse dançando. E não uma dança qualquer, aqueles passos eram do Flamenco. Não sabia dizer se ele estava fazendo aquilo brincando ou não. O homem se vira, para poder conversar comigo.

— Então, a senhorita gostaria de dançar comigo? — fala fazendo uma pose.

— Já chega desse "senhorita", me chame de Six — falo séria — por que não? Afinal, já estamos aqui mesmo.

— Oh, certo, como preferir, Six. — Diz, tomando a atenção pra a estrada.

Mesmo ele estando na liderança, eu sou a mais rápida, ainda mais por causa do meu skate. Estávamos em uma ladeira, ele se abaixou e segurou na prancha, e saltou.

Que merda é essa?! Ele tá voando? Seu skate flutuava em pleno ar, como se fosse uma nave. Então, ele ficou extremamente rápido, se distanciava em uma velocidade sobre-humana. Esse cara realmente quer testar minhas habilidades, conseguia ouvir seus pensamentos dizendo "venha".

Faço a posição mais inclinada possível, por ser uma parte íngreme, logo o alcanço. Que droga, uma curva aparece, se não fosse por uma árvore, que usei um de seus galhos para usar como apoio, teria passado direto. Nessa parte, ele volta a andar em terra, ficamos lado a lado.

Quer dizer que esse seu "brinquedinho" não faz curvas, né? Interessante.

Após um tempo, ficamos empatados, até chegarmos na reta final. Estávamos passando pela passarela de ferro, e Nadie faz a mesma posse, ele usaria aquele truque novamente, até mesmo aqui? Porém, já tinha entendido como isso funciona.

Subo no corrimão, e desliso com a parte de vidro, se eu fosse com a rodas, a "borracha" que tem em volta me deixaria lenta. Pulo, ficando em sua frente, e desço as escadas. Ele passa por cima de mim, mas antes que pudesse retornar ao chão, passo debaixo dele, literalmente deitada no meu skate.

Ele tenta recuperar, e ficamos rentes. Cruzamos a linha, que por míseros segundos, eu ganhei essa corrida. Paro com a mão, e me sento no chão. Ele estende a mão em minha direção, afim de me ajudar a levantar.

— Fiquei impressionado — pego sua mão. Nesse momento, os meus amigos chegam.

Os mais novos vieram me parabenizar, bati um high five nos mais novos e os mais velhos ficaram do meu lado, pareciam dois seguranças. Volto minha atenção para o meu desafiante.

— Foi uma boa corrida — me curvo, sarcástica — espero correr novamente com você.

— Pode ter certeza que não será a última vez, Six — fala indo para a saída — ah, antes que eu me esqueça — vira levemente o rosto para trás — você realmente é boa, pareja. — Pude ver um sorriso sádico em seus lábios, quando falou essa última palavra.

Ele deixou o local, eu e o pessoal formos saindo. Ainda teria umas corridas, então ficaríamos mais um pouco na S.

— Que porra foi aquilo? Ele realmente voou? — fala Reki, carregava indignação no seu tom.

— Na verdade não foi bem isso — Cherry começou.

— Ele usou um mecanismo que fazia seu skate flutuar, porém não é completo — continuo — ele juntou velocidade, o que fazia ser um "combustível" para que pudesse flutuar. Tem pontos negativos. 1°: ele precisa saltar para que fique no ar. 2°: não dura muito tempo. 3°: não faz curvas, o que quer dizer que ele só pode ser usado em retas. Também tem outro... mas não tenho muita certeza.

— O que seria? — Langa pergunta.

— Nada não. Só esses fazem sentido — falo.

— Bem, de qualquer jeito. Esse cara é perigoso, ainda mais com esse "skate voador" — fala Joe, fez uma careta enquanto falava.

— Aparentemente, temos um novo "Adam" — Miya diz.

— Esse é pior. O Adam tem uma história, conhecemos muita coisa dele. Agora esse Nadie, realmente é um "ninguém" — Cherry explica — e parece que ele tem um interesse especial pela Six.

— Bem, ele já viu que eu não sou moleza. Se ele quiser atacar, que venha armado até os dentes. — Falo estralando meus dedos.

Logo deixamos a S. E como sempre, formos para o restaurante, que era mais um "clube".

— Você ficou irritado por causa daquela competição? — pergunto para o homem de cabelo rosa.

— Não irritado, mas surpreso. Você é a primeira que fica em pé de igualdade comigo em questão de caligrafia.

— Igualdade? Ficou claro que eu sou melhor — o provoco, e vejo uma veia saltar em sua testa — não precisa perder a linha, contudo compreendo que deve ser difícil achar alguém que é melhor que você.

— Isso é uma piada? Vamos apostar então, aí veremos quem é melhor — fala, consigo sentir sua aura competitiva.

— Fechado, uma corrida, o mais rápido vence — estendo minha mão, que o mesmo aperta. E quando o contato de nossas mãos se faz presente, sinto um choque. Nos separamos, pelo jeito ele também sentiu isso.

Que estranho, isso nunca aconteceu. Todavia, isso será interessante. Finalmente vou correr com o famoso Cherry Blossom, vou poder o analisar melhor, e ver a Carla entrar em ação. 

𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑈𝑚 𝑆𝑘𝑎𝑡𝑒 - 𝑆𝐾8 𝑇ℎ𝑒 𝐼𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑦Onde histórias criam vida. Descubra agora