Cúmplices

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Narradora Povs 

A mãe de Yunna depois de reler a carta de despedida da filha inúmeras vezes, respirou fundo e foi até a sala onde o marido estava, sentado no sofá lendo o seu jornal como quase todas as vezes que ele tem uma folga de seu emprego. Por mais que ele seja o seu próprio chefe.

Ela estava com as mãos trêmulas, não sabia ao certo o que pensar. Sua amada e única filha nunca deu trabalho, que pudesse um dia faze-la fugir de casa. A senhora sempre tentou sempre ser amiga dela, ser compreensiva, e se julgava no exato momento que achou o bilhete. Estava mesmo sendo uma boa mãe o tempo todo? 

— Marido, não entra em colapso, mas você precisa ler isso. — ela entregou a folha de papel de caderno, para o homem que de imediato achou tudo muito estranho. 

O senhor leu, e levantou do sofá assim que percebeu que era uma carta de despedida.

— Mas... o que essa garota tem na cabeça? Em fugir de casa? Vamos ligar pra polícia. — ele tentou pegar o telefone fixo da casa, mas sua esposa não deixou.

— Você enlouqueceu? Não é caso de desaparecimento, é uma fuga, e ela tem dezoito anos, eles não irão nos ajudar em muita coisa.

— E o que você sugere que a gente faça? Ficar parados de braços cruzados enquanto a sua filha foge com um delinquente?! — Eles já estavam levando a discussão a gritos. 

— Minha filha? Não deveria ser a nossa filha? — Ela perguntou incrédula, ele quis mesmo dizer que a culpa é dela indiretamente?

— Você passa mais tempo com ela do que eu, e sempre vejo você passando a mão na cabeça dela. A menina só tem dezoito anos, nunca trabalhou na vida. E tá com um garoto que é do mesmo jeito. — ele sentou no sofá bagunçando os cabelos de tons grisalhos.

— Discutir sobre quem tá certo ou errado e quem tem culpa no cartório não vai ajudar em nada. Precisamos pensar com a cabeça fria. Vai tomar um banho, e reflete nas suas ações com a sua filha e aí conversamos.

Ela se vai para o quarto, junto a carta. E se põe a chorar. Perguntando-se onde foi que ela errou com Yunna. 

. . . 

Mãe de Sehun.

— O nosso filho fugiu de casa com uma garota, e você apenas diz "que seja feliz"! Você é louco ou que? — Pela primeira vez em muito tempo os pais de Sehun conversam. E o assunto não poderia não ser sobre ele.

— Calma mãe, vocês discutindo não vai dá em lugar algum. — Young, tentava acalmar a sua mãe que já tinha passado mal algumas vezes desde que pegou a carta do filho.

— E o que você quer que eu faça mulher? Já deixei de mão aquele menino a muito tempo, desde que ele rompeu com a filha do Choi. Se vire pra achar ele, eu não tenho nada haver. 

Ela desliga o telefone descontente com a atitude do ex marido. Pensou que ele poderia ajudar, pois é um homem bastante influente, e com contatos por vários lugares. Mas do contrário que pensou, ele apenas deixou de mão, como todas as vezes que seus filhos precisaram, como festas de aniversários, dias dos pais na escolinha e principalmente ser alguém ausente na vida deles. 

Mas a única coisa que receberam de bom dele foram presentes caros, como uma maneira de compra-los, e uma boa pensão como deve ser feito. Mas na vida dos filhos que tem pai ausente, isso não é e nunca será o suficiente. Nunca irá suprir a necessidade de ter uma figura paterna ao seu lado.

— O que vamos fazer meu filho? — Ela deita sua cabeça no ombro do filho mais velho, sem saber por onde começar a procurar.

— Acho que deveria começando a pensar aonde foi que a senhora errou. O que deixou Sehun tão chateado a esse ponto, ele nunca sairia de casa por qualquer coisa. 

𝐌𝐞𝐮 𝐌𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨 - 𝐎𝐡 𝐒𝐞𝐡𝐮𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora