Mina

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SN: E mesmo assim me ama

— Nunca disse isso

SN: Não precisa contar o que eu já sei.

Alguém desliga o modo convencido do Sehun?

— Fecha a boquinha por favor.

Acabo pegando no sono junto com meu amigo egocêntrico. Mas acordo com uma voz não muito familiar masculina.

X: Sehun bela adormecida, acorda.

Quem acaba despertando sou eu. Olho para cima, mas o sol está bem forte não dando para vê bem o rosto do garoto.

— Poste acorda...

Balanço seus ombros.

SN: O que é vei? — Esfrega os olhos.

X: Vim te entregar o convite para festa da Mina

SN: Baekhyun, você me acordou só pra isso ?

BK: Sabe o quanto ela insistiu para eu poder te dar isso? — Ele joga o convite no rosto do maior.

SN: A prima é sua, eu não tenho nada haver com isso. — Olha o papel com certo desdém.

BK: Que você pegou, lembra?

SN: Para de falar de passado ou vou ter indigestão... —Põe a mão na barriga.

BK: Você decide se vai ou não, minha parte eu já fiz. —Ele sorri para mim e para Chun-ja indo embora.

— Você vai na festa dela?

SN: Você vai?

— Claro que não, nem fui convidada

SN: Então eu também não vou. — Amassa o papel deixando de lado.

Dou uma risada assoprada.

— Nasceu grudado comigo?

SN: Eu já não estava interessado em ir, é sempre um exagero as festas que ela dá, e sem companhia não tem graça.

Levanta de meu colo me fazendo agradecer já que as minhas pernas já estavam dormentes.

— Ela seria sua companhia.

Chun-ja me dá um beliscão.

— Quer dizer... Tem muitas pessoas para você levar

SN: Eu não vou Yunna, esquece isso. — Joga a folha amassada em mim e vai embora.

CN: Tá, me conta agora quem é essa Mina.

Respiro profundamente ao lembrar daquela garota e da sua tamanha falsidade.

— Choi Mina ou só Mina, é a ex do Sehun.

Olho as pessoas que caminham pelo gramado afim de não dá tantos detalhes sobre o relacionamento dos dois.

CN: Ela ainda gosta dele? — Morde o lábio meio ressecados aparentemente nervosa.

— Acho que sim, ela nunca o deixa em paz. — Dou um riso assoprado.

CN: E ele?

— Não, ele não gosta dela, Chun-ja, Oh Sehun não gosta de ninguém.

Brinco com um graveto seco que acabo de achar.

CN: Isso é animador, Yunna. Obrigada.

— Não posso te dá falsas esperanças, só estou dizendo a verdade...

Olho em meu relógio e percebo que o sino já irá tocar para voltarmos a aula. Acabo lembrando que tenho que pegar um livro na biblioteca para uma atividade de história.

— Preciso ir a biblioteca, nos vemos na sala.

Levanto limpando minhas roupas.

CN: Tudo bem, eu vou falar com meu irmão as escondidas.

Meu coração palpita apenas por lembrar dele. Dou um sorriso disfarçado e vou até o lugar que eu disse anteriormente. O local como da maioria das vezes está vazio, a senhora que cuida daqui está dormindo já que não tem muito o que ela fazer.

Faço o máximo de silêncio possível pois ela já tem uma certa idade e não quero acorda-la. Olho atentamente as prateleiras meia empoeiradas com um pedaço de papel na mão escrito o nome do livro que estou a procura.

Quando finalmente acho, ele está numa prateleira um pouco alta. Percorro meus olhos ao redor procurando algo em que eu possa subir. Vejo um banquinho de madeira perto e parece ser o suficiente para me deixar a altura daquela fileira de livros.

Dou um sorriso de satisfação com o meu objetivo em mãos quando de repente caiu no chão. Meus olhos estão fechados pelo susto que tomei. Achando que apenas escorreguei começo a rir de mim mesma, mas quando abro meus olhos vejo três garotas na minha frente. Uma delas está com o banco em mãos, logo a reconheço.

— O que você quer, Mina? — Me levanto do chão sentindo um pouco de dor.

MN: Por que meu namorado amassou o convite da minha festa?

Demoro pensando em quem ela está falando, e lembro do Sehun amassando e jogando o convite da garota em mim.

— Por que ele não vai?! — Meu tom se torna mais irônico do que pensei.

MN: Oh Sehun dispensando festa? Você não acha muito estranho? — Ela se aproxima de mim.

— Talvez ele só não queira ir em uma festa sua. — Cruzo meus braços mantendo minha postura.

MN: Então eu não sei como, mas você vai ter que convencer ele a ir.

Mostra um estilete de tamanho médio para mim, e acabo me afastando um pouco até ser presa contra uma instante. A única forma de eu convencer aquele idiota é indo a festa também e no momento eu não quero ir.

— Eu não vou fazer isso

MN: Ah, mas você vai sim. — Ela estala os dedos e as outras duas garotas levantam minha saia.

MN: Se você gritar é pior.

Sinto a lâmina cortar minha coxa, mesmo que não seja tão profundo sinto o sangue escorrer sobre minha pele. Serro meus dentes para não soltar um grito de dor.

MN: É melhor você convencer ele ou da próxima vai ser muito pior.

Ela sai junto com as suas escravas.

Olho o corte em minha coxa e mordo meu lábio com força tentando não fazer muito barulho. Saio do local mancando e por sorte não tem ninguém nos corredores.

Afinal, o intervalo já acabou a uns minutos.

Vou até o banheiro e passo um pedaço de papel higiênico limpando a ferida e o sangue que havia escorrido. Ando a passos lentos até minha sala onde terei aula de física. Depois de inventar uma desculpa qualquer o professor me deixou entrar.

Por que todas desejam ele e eu que acabo me ferrando no final?

Abaixo minha cabeça na carteira querendo ignorar a dor que estou sentindo.

◕ ◕

SN: Tem certeza que quer ir sozinha?

O maior pergunta pela décima quinta  vez.

— Tenho, Sehun. Eu preciso fazer algo para minha mãe antes de ir pra casa. — Minto, eu só quero ficar um pouco sozinha.

Depois de muito sacrifício de tentar fazê-lo acreditar que eu estou bem, fui em direção ao ponto de ônibus. Faz tanto tempo que não pego um ônibus, sempre que preciso ir a algum lugar, Sehun me leva. Nunca reclamei, claro, gosto de sentir o vento bater em meus cabelos enquanto vamos a lugares com a sua Kawasaki Ninja H2, que inclusive ele morre de ciúmes.

Chego em casa e vou direto ao meu quarto fazer um curativo para não infeccionar. Reclamo um pouco pela ardência do remédio, mas logo irá passar. Agora eu preciso pensar em como convencer Sehun a ir a festa da maluca da ex dele, sem ter que me envolver na história.

𝐌𝐞𝐮 𝐌𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨 - 𝐎𝐡 𝐒𝐞𝐡𝐮𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora