Pequenos cortes

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Acaricia minhas costas enquanto eu me desfaço em soluços.

— Meu ex...

CN: Ele é um babaca, não merece suas lágrimas. Por favor, não chora mais.

Antes que eu possa responder, ouço a voz que tanto conheço.

SN: Pode nos dá licença? — Ele pede e Chun-ja se retira. — Você está bem? — Me abraça.

— Sim, estou e você?

Olho para o seu rosto procurando algum machucado, mas ele não tem nada.

— Não entre mais em brigas por minha causa. — Lhe dou um tapa.

SN: De nada

— Estou falando sério, Sehun. Se alguma coisa acontecer com você por minha causa, sua mãe já vai está me esperando com um caixão

SN: Você não precisa se preocupar comigo, eu sei me defender.

Passa a mão em minhas costas.

— Tudo bem, obrigada, só não faça mais isso

SN: Não posso prometer nada

— Por que?

SN: Eu simplesmente não posso te vê sendo agredida e não fazer nada, enquanto eu estiver perto, sempre irei te proteger. — Da um sorriso singelo.

— Obrigada... — Olho para os meus sapatos.

SN: Você quer ir para casa?

— Acho que é melhor, vou me despedir da Chun-já, e volto

SN: Tá, eu vou te esperar lá no jardim.

Dou uma volta no salão a procura de minha amiga, mas nada dela.

CH: Está procurando alguém? — Pergunta uma voz rouca perto do meu ouvido.

— Ah estou... procurando sua irmã... — Tento disfarçar que aquilo não me faz arrepiar.

CH: Eu também estou, já está na hora dela ir embora. — Beberica sua bebida.

— Entendi... — Olho aos redores tentando me tranquilizar.

E meio ao longe, vejo a garota que estou procurando.

— Chun-ja.

Grito o seu nome que por sorte ouve no meio da música alta, e vem até nós.

— Já estou indo, nos vemos segunda no colégio

CN: Ah... tudo bem, se acontecer algo pode me mandar mensagem.

Me despeço dela e do irmão indo de encontro ao Sehun, que está conversando com a Mina. Era esse o objetivo dela o tempo todo. Meu amigo percebe minha presença e vem até mim.

SN: Finalmente. — Segura em meu braço.

MN: Sehunnie, tem certeza que não quer ficar mais um pouco? Eu me livro de todos os convidados e ficamos apenas eu e você

SN: Não, valeu. Eu tenho que levar a tampinha em casa...

Não, não. O que ele está dizendo? ela vai pôr a culpa em mim por ele a rejeitar.

— Ah... Eu posso pegar um táxi, não precisa ir por minha causa

MN: É Sehun... ela já é bem grandinha, sabe se virar. — Mina pega na mão dele.

SN: Eu não vou ficar com você, Mina. — Se solta da garota que me fuzila com os olhos, enquanto Sehun me leva até sua moto. — Vamos embora logo, que lugar chato.

Me entrega o capacete. Subo em sua moto segurando em sua cintura e vamos para casa.

SN: Não pensa muito no que aconteceu hoje, tá? — Afaga meu cabelo quando estamos de frente a minha casa.

— Tá, não se preocupe.

Entro em casa e vou direto para o quarto me livrar dessa calça que incomodou meu corte a noite toda. Me deito na cama depois de questionar por que nada em minha vida dá certo e adormeço.

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Evitei Sehun pelo final de semana inteiro, pois eu precisava de um tempo sozinha para assimilar que meu ex abusivo está de volta. Tento sair mais cedo que o habitual para não dá tempo do meu amigo me acompanhar, mas quando abro a porta vejo o mesmo de frente a minha casa perto de sua moto.

— O que faz aqui?

SN: Esqueceu que eu sempre te dou carona?

— Mas ainda está cedo...

Ele não costuma sair tão cedo assim.

SN: Eu te conheço, Yunna. Sabia que você iria tentar me evitar hoje como fez o fim de semana.

Droga de convivência que o faz me conhecer melhor que eu mesma.

— Tudo bem, obrigada de qualquer forma.

Pego o capacete de sua mão convencida a ir, ele não vai me deixar em paz caso eu recuse.

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Saio de sua moto indo em direção a entrada do colégio, mas ouço sua voz me chamar.

— O que?

SN: Não esquece que eu sempre vou está ao seu lado, ele não vai encostar um dedo em você.

Me abraça na frente de todo mundo, mesmo que tenha poucas pessoas é estranho ele está demonstrando tanto afeto comigo em público. Não gosto disso, é só mais motivo de me odiarem.

— Já entendi, poste. Pode me soltar agora.

SN: Boa aula, não pensa de mais nisso...

Obviamente está com pena de mim, por tudo que eu passei, mas não gosto que fiquem me tratando como uma coitadinha. Vou até minha sala que não a ninguém, cheguei cedo demais. Deito meu rosto na carteira aceitando que definitivamente esse não é meu ano. Me assusto com toques em minha carteira e levanto minha cabeça.

MN: Olha quem temos aqui...

O que essa garota quer de mim novamente?

— O que você quer dessa vez? Já fiz o que me mandou.

MN: Não, você só estragou tudo como sempre. — Ela Senta em cima da minha banca.

— O trato era convencer ele ir até sua festa, e foi isso que eu fiz. — digo já cansada dessas ameaças.

MN: É, mas ele foi embora por sua causa, para levar você em casa, como se fosse uma criança.

Bufa.

— Mandei ele ficar, me desculpe se não posso controlar as escolhas do seu "namorado"

MN: Desculpa nada, você vai dá um jeito de recompensar o que eu perdi lá na minha festa, vai dá um jeito de deixar eu e Sehun sozinhos, o resto eu me viro

— E como eu vou fazer isso?

As cadelas da psicopata seguram meus braços me imobilizando.

MN: Não sei, você é criativa dará um jeito, ou sabe que terá consequências e aí de você se não seguir as minhas ordens

— Você vai ficar mandando em mim agora? Eu não sou sua escrava.

Em menos de um piscar de olhos sinto a ponta de seu estilete em meu pescoço.

MN: Você vai apenas concertar o erro que fez, garanto que depois disso a deixo em paz. —  Brinca com a lâmina em meu rosto.

MN: A propósito, a marca que eu fiz em você, como está?

Ela estala os dedos e as duas garotas que também já ficaram com Sehun levantam minha saia. Mina vê o corte e dá um sorriso estranhamente perturbador e passa a unha no local que a uns dias fora perfurado. Fazendo a ferida se abrir e o sangue escorrer novamente.

X: O que está acontecendo aqui?

𝐌𝐞𝐮 𝐌𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨 - 𝐎𝐡 𝐒𝐞𝐡𝐮𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora