Te perder

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— Aí minha cabeça...

Acordo com uma dor terrível... Mas o que aconteceu?

— Pode me explicar por que chegou uma hora a mais do que combinamos? — Minha mãe abre as cortinas blecaute de meu quarto, e mal consigo abrir os olhos.

— Mamãe, está muito claro... — Escondo meu rosto com meu cobertor, mas ela puxa.

— Virou vampiro agora? Não me explicou o porquê do atraso.

— Apenas perdi a noção do tempo, não vai acontecer novamente...

Nem eu mesma sei o que houve ontem.

— Espero que não tenha bebido ou ficado com alguém e não queira me contar. Vou ligar para o Sehun.

— Meu deus, eu não fiz nada... — Me arrasto até o banheiro, e me assusto com a situação que me encontro.

Estou com olheiras horrorosas e fundas, meu cabelo tá todo bagunçado, eu espero que não tenha entrado no mar.

Mas o que será que aconteceu? Eu devo ter bebido, mas tanto assim para esquecer tudo no dia seguinte?

Preciso mesmo ver o Sehun.

Depois de dar um jeito na minha aparência, melhorando um pouco.

Vou até a sala.

Esqueci que meu pai está aqui, nos domingos ele tem folga...

Dou um sorriso amigável para ele, torcendo mentalmente que minha maquiagem esteja escondendo bem os resultados da noite anterior.

— Bom dia, filha, saiu ontem?

Aish, eu queria apenas ir na cozinha sem ser percebida.

— É... fui...

— Pra onde foi? — Continua a folhear seu jornal.

— A um Lual...

Tento ir no cômodo que quero, mas ele volta a falar novamente.

— Desde quando começou a ter interesse por praia?

— Não tenho. Fui acompanhar apenas um amigo, quer dizer, uma amiga.

Quando meu pai vai fazer mais uma de suas perguntas, sou salva pela campainha.

A porta é aberta pela empregada, e vejo meu amigo num estado não tão melhor que o meu.

Vejo a hora e são dez da manhã, de domingo, acho que ele estava dormindo, coitado, minha mãe não precisava ligar tão cedo.

— Você estava dormindo?

— Na verdade, eu nem consegui dormir ainda.

— Mas por...

Minha mãe me interrompe:

— Oi, filho, desculpe ligar tão cedo, mas eu precisava falar com você sobre a festa de ontem...

— Não, tudo bem, eu fui o responsável por ela ontem, então pode perguntar.

Vamos até a cozinha para conversar melhor, e comer algo se quiser, mas eu só quero tomar água gelada, minha cabeça dói e meu estômago também.

— O que quer saber, senhora?

Sehun parece menos impaciente como de costume, o que será que aconteceu, que até ele se afetou?

— Por que ela chegou uma hora a mais? Ela bebeu? Saiu com algum cara... Com você?

— Mãe!

— Nenhuma das opções, nós perdemos a noção do tempo, a festa estava muito legal, mas não ingerimos álcool ou algo do tipo.

— Tá vendo, mamãe, não confia em mim.

Dou um sorriso para Sehun que não me devolve, o que ele tem?

— Era só isso? Eu vou tentar dormir novamente.

— Desculpe, filho, é que eu fiquei preocupada, mande um abraço para sua mãe por mim.

Ele assente com a cabeça e vai embora, mas eu acompanho-o.

— Ei, espera, vem cá, vamos conversar.

Me sento no balanço que tem de frente à minha casa.

— Pode ser outro dia?

— Você está bem? Brigou com seu pai?

— E você se importa?

— Claro que me importo, você é meu melhor amigo.

— Claro. Amanhã nós conversamos, Yunna, eu não estou com cabeça pra isso, e imagino que você também não.

— Pelo menos me diz o que houve ontem. — Seguro em seu braço impedindo que vá embora.

— Amanhã na escola, prometo contar tudo, agora me deixa em paz.

Retira minha mão e vai embora.

Entro em casa com mil questionamentos, será que eu disse algo a ele ontem? Mas o que eu diria que lhe deixaria nesse estado?

Não, com certeza não fui eu, deve ter sido alguma outra garota.

Passo o domingo com todas as dúvidas, não me atrevo a ir na casa dele, sei que não irá me receber.

Mandei mensagens, mas nem ao menos foram visualizadas.

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Mal consegui dormir querendo que chegue logo segunda, e os meus amigos possam me contar o que houve...

Diferente do que imaginei Sehun está na porta de minha casa, achei que continuaria a me ignorar.

— Pensei que não falaria mais comigo.

— E por que eu faria isso?

— Não sei, me ignorou todo o domingo.

— No colégio eu te conto.

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Ele parece muito melhor que ontem, acho que foi apenas uma discussão com seu pai.

— Pensei que estivesse em coma alcoólico. — Mina aparece do nada.

— Não, estou bem obrigada por perguntar.

Ela me dá um sorriso falso e tenta pegar no braço do Sehun, mas ele se afasta.

— Depois nós conversamos, estou ocupado.

— Vai ser babá dela de novo?

Babá? Eu fiquei tão mal assim?

— Depois nós conversamos.

Ela passa por mim batendo em meu ombro pisando com força no chão.

— Mas o que...

— Você bebeu mais do que deveria, ficou parecendo uma criança, mas depois eu te levei em casa. Fim.

— Mas por que eu bebi tanto assim?

— Você não lembra mesmo...?

— Não, não me lembro. — Pego os livros no meu armário que usarei na primeira aula.

— Bom... Você também não me disse. Já vou indo.

— Ah mais...

Ele me deixa sozinha, novamente.

Sehun Povs

É, eu deveria ter dito a verdade, e tirar o Chanyeol de jogo, mas eu não quero que volte a chorar como ontem, que fique triste pelos cantos como foi com seu ex.

Não acho que mereça sofrer novamente, e justo agora que o maluco do Kihyun voltou.

Prefiro te perder para outro do que te ver sofrendo, Yunna, espero que me agradeça mais tarde, mesmo que não seja com seu amor.

𝐌𝐞𝐮 𝐌𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨 - 𝐎𝐡 𝐒𝐞𝐡𝐮𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora