Um Acordo Entre Amantes (Editando)

Capítulo cinco - Casamento a quatro.

Catarina

Benjamin continua paralisado me olhando, o que desperta curiosidade na noiva que acaba virando as costas para ver o que está pretendo a atenção dele, ou seja, eu. Logo que me ver, ela volta o rosto e sussurra algo no ouvido de Ben que o faz voltar para a vida real, então enfim, ele coloca a aliança em seu dedo.

Solto Valentina, ainda sem acreditar que estou diante de uma moça, de olhos brilhantes e castanhos como uma pedra preciosa. Ela têm um sorriso lindo que me lembra a mamãe, nos piqueniques improvisados que eu fazia no quintal de casa. Surge uma nostalgia em meu peito e uma saudade da minha Paraíba, que logo quero que minha filha conheça, se é que ainda não conheceu. As bochechas rosadas e o nariz que lembra Benjamin.

- mesmo te vendo, eu ainda não acredito o quanto você cresceu. - Acaricio seu rosto torando-a um sorriso. - Não consigo acreditar que perdi seus momentos mais importantes.

- O importante é que você está aqui de novo. -Volta a mim abraçar, um abraço cheio de amor e saudade.- Como a senhora saiu do hospital?
- Você sabe, eu falei para você pelo telefone.

Valentina me solta na mesma hora e me olha série.

- Eu não falei com você pelo telefone.
- Falou, Rosa me entregou o telefone e me colocou para falar com você?
- Do que você está falando?
- Da ligação de seis dias atrás.

Valentina parece confusa, ela abre a boca para responder, mas para ao ouvir uma salva de palmas e todos os convidados se levantando para ver os noivos, prontos para caminhar juntos pelo tapete vermelho que leva a escadaria do Cristo.
Benjamin e a mulher de fios cor de cobre, pisam lentamente pelo tapete. Ele não tira o olhar de mim, enquanto a sua mais nova esposa força um sorriso horrível para os convidados, provavelmente desfarçando a raiva em saber que estou de volta.

Ainda tenho muito o que conversar com Valentina, pois quero saber o porquê dessa mulher se achar no direito de expulsar minha filha de casa. Tenho nojo e pena de Benjamin que optou ficar do lado de uma mulher, ao envés dos filhos. Novamente ele recorrer aos prazeres do que o amor de verdade, o amor dos filhos.

Beijo a cabeça de Valentina rapidamente, em seguida, entro no meio da multidão que acompanha a descida dos noivos pelas escadas do Cristo Redentor. Saio em busca de Maria Luiza e Rosa, ainda com uma dor no peito por deixar minha filha novamente, mas dessa vez não é por muito tempo.

Vejo Rosa e Maria Luiza no final da multidão, algumas pessoas passam por elas olhando torto para Rosa que está com seios praticamente visíveis para o público.

- Parece que esse povo nunca viu peito. - Diz Rosa.

Maria Luiza aproveita minha aproximação e fala;
- Eu vi que você Se aproximou de uma garota. É a sua filha, não é?
- Era ela sim. Você viu o seu filho?
- Não, e também vai ser difícil de saber quem é ele.

Coloco a mão no ombro dela e respondo;
- A gente sente quando os nossos filhos estão perto. Fica tranquila, a sua hora vai chegar.

Só estamos nós três no pés do Cristo, todos os convidados desceram deixando várias cadeiras vazias.

Rosa tira o celular da bolsa, em seguida, ela olha uma mensagem e diz;
- O nosso carro já está parando nos esperando lá em baixo. Então, vamos logo que já quero dar meus pêsames a noiva.

Rosa passa por nós duas com presa, seguimos ela descendo as escadas. Ao chegar lá, uma garota com traços asiáticos estava no volante nós aguardando.
- Quem é essa garota Rosa? - Indaga Maria Luiza.
- É uma amiga.
- Ela ao menos tem carteira de motorista ou dezoito anos para dirigir um carro? - Pergunto.
- Vocês querem carona ou vão andando? - Ela entra no banco da frente do carro ao lado da motorista. - Porque não estou com tempo para mimi, tenho a felicidade de um noivo para estregar e um buffet para comer.