capítulo seis - Convite para um drink.

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— Eu... Eu não sei o que dizer. — Responde Benjamin.— eu não esperava isso  — ele me olha.—, muito menos te ver Catarina.

Com uma cara nada boa, a noiva se coloca em frente a Benjamin e diz;
— Meu marido não sabe o que dizer, mas eu sei. Vocês três não são bem vindas aqui. Então, saiam da minha casa, agora!
— Querida, eu não sei se você sabe, mas essa casa ainda é minha. A única que está sobrando aqui dentro é você.

Rosa fica boquiaberta com as palavras de Maria Luiza, enquanto Benjamín continua mim olhando fixamente.

Se foi uma surpresa para mim saber que passei dez anos deitada em uma cama de hospital, imagina para Benjamin que acho que nem colocava espectativas na minha recuperação?

— Sinto muito lhe informar, mas está casa não é mais sua.— Ela se vira para Benjamin.— Não é Benzinho?

Rosa pigarreia e olha para cima segurando o riso. Essa mulher as vezes é uma figura.

— Ela assinou os papéis do divórcio, Natália. A divisão da casa ficou para depois que ela saísse do manicômio, e estivesse em plena as faculdades mentais

— Mesmo assim, eu quero que vocês vão embora da minha festa de casamento — ela nos olha dos pés a cabeça com um semblantes de nojo.—, com essas roupas ridículas.

— Vocês dois é quem vão embora da minha casa. Ninguém coloca meu filho para fora da casa que pertence a ele.

Natália abre um sorrio sarcástico, e aponta para mim e Maria Luiza.

— Vocês duas é quem são mães daquelas mal amados?

Taco a mão na cara dessa cadela, ninguém fala desse jeito com a minha filha. Puxo o cabelo arrumadinho dela e a jogo no chão, fazendo todo mundo me olhar assustados. Rosa se distância um pouco se esquivando dos olhos dos demais.

Minha vontade é quebrar toda a arcaria dentária dessa infeliz, o maridinho dela está apenas parado sem fazer nada nem ao menos para ajuda-la a levantar do chão. Não é uma surpresa vindo desse lixo de homem.
— Não vai me ajudar Benjamin? — Benjamin aproxima-se dela e a levanta.— Vão embora daqui, caso contrário chamo a polícia. — grita.

— Eu não vou embora da minha casa, muito menos quem veio comigo. Então, é melhor vocês se acostumarem se quiserem continuar com essa festa brega. — Maria Luiza se aproxima de Natália. — Outra coisa meu anjo, espero do fundo do meu coração não escutar você falando novamente desse jeito do meu filho. Aliás, eu quero que no final da festa você pegue suas trouxas e vá embora da minha... Escuta bem, da MINHA casa. — Sussurra.

— A festa não terminou gente, vamos aproveitar! —Digo.

O som volta a tocar e todos tentam fingir que nada aconteceu. Maria Luiza se aproxima de mim e diz;
— Preciso tomar um ar lá fora.
Ela dispara depressa para fora da mansão até o jardim. Imagino o quanto ela teve que se fazer de forte para entrar nesse lugar e encarar Benjamin novamente.
— Eu vou com você!— Respondo, mas ela já está bem longe.
— Para onde ela vai?— escuto a voz de Rosa de repente.
Seguro o grito com o Susto, por ela aparecer do nada ao meu lado. Parece uma alma penada.
— Onde você estava criatura? — coloco a mão no peito tentando me acalmar.
— E esse medo?
— Você não respondeu a minha pergunta.
— Procurando não ser reconhecida por ninguém.
— O que você fez para a polícia está atrás de você?
— Isso é uma conversa para outro momento.
— Todo vez que pergunto você encontra uma desculpa.
— Se estou sendo procurada pela polícia, é porque alguma coisa ruim eu fiz. E não seria uma inteligente que eu falasse no meio de tanta gente que pode escutar.

Reviro os olhos e caminho até a entrada da casa com pressa em busca de Maria Luiza, sem querer, esbarro em um garoto de lábios finos e olhos azuis. Ele é do meu tamanho, mas é visivelmente mais novo que eu. Ele passa a mão no cabelo o colocando de lado novamente.
— Desculpa, eu não quis esbarrar em você ou talvez eu queria. — sorri.

Que atrevido!
— O que?
Rosa põe a mão em meu ombro e diz;
— Estou sobrando aqui, querida. — aproxima-se do meu ouvido e sussurra: — aproveite o novinho, porque se fosse eu aproveitava até ele ficar cansado. — pisca o olho.
Me viro para ela com minhas bochechas formigando, a mesma desce as escadas em busca de Maria Luiza, deixando-me a sós com um cara mais novo.
— Desculpa, eu acho que deixei você constrangida.
— Um pouco.
— Este vestido caiu muito bem em você.
— Obrigada, adorei seu paletó.

Estou achando que estou sendo uma garota de colegial conhecendo um garoto em uma social.
— Eu acho que eu sou melhor sem ele. — diz referindo-se ao paletó.
— Eu acho que você é muito novo.
— Para conhecer novas pessoas nunca se é novo ou velho demais. — Estende a mão. — Prazer! Enzo.

Pego na mão dele com um pouco de receio.

— Catarina.

Enzo sorrir balançando a cabeça e coçando seu queixo com pouco pelos.

— É... Eu vou estar sozinho em meu apartamento hoje a noite, caso você queira dar uma saída mais tarde. — Ele tira do paletó um cartão com seu número de telefone. Quem ainda faz isso? Nem há dez anos atrás, eu lembro de um homem fazer este tipo de coisa. —  É só me ligar. também tenho WhatsApp. — Enzo sorri e entra na casa.

Esse garoto é atrevido, nunca pensei em receber uma cantada ou até mesmo o número de telefone de um cara mais novo. Nem sei a idade dele, muito menos se ainda mora com a mãe ou recebe dinheiro dos pais. Deve ser um mimando que se acha o pegador.

Desço as escadas e procuro as duas maravilhosas por todo o jardim. Desisto, caminho até a saída e as encontro sentadas em um canteiro de rosas brancas e vermelhas, próximo ao portão.

Maria Luiza está cabisbaixa e pensativa, provavelmente se torturando com lembranças ruins que a atormentam. O melhor neste momento, é sair desta casa que só a trouxe infelicidade.

— Rosa, chama sua chofer, porque já passamos tempo suficiente nesta casa.
— Ela já está há muito tempo parada lá na porta.
— E porque você não disse antes? — indaga Malu.
— Eu não sabia que você queria esperar no carro.
— Nossa Maria Luiza, senso passou bem longe de você. — digo.

Maria Luiza levanta e caminha ao meu lado saindo do jardim da mansão, enquanto Rosa está logo atrás da gente.

O Fox cinza continua parado na frente da mansão, a jovem garota está com a cabeça baixa encostada no volante e dormindo. Rosa bate no vidro e ela acorda assustada.

— Que feio, dormindo no horário de trabalho. — Diz Rosa irônicamemte entrando no carro.

Maria Luiza e eu entramos e sentamos nos bancos de trás. Logo, partimos para o covil da Rosa, um apartamento luxuoso de frente a praia de cobacabana.

...

São doze horas da noite, todas estão dormindo, exceto eu, tento me atualizar sobre as novidades nós últimos dez anos na arquitetura. Olho para varanda, observando a superlua que chama me atenção a ponto de levar-me até a própria varanda, logo, olho seu reflexo deslumbrante na água do mar.

Não é justo continuar neste apartamento, pois estamos unidas apenas para fazer Benjamin sofrer, neste momento ele deve estar feliz demais para lembrar de nós três. Eu posso estar sendo um tanto errônea em querer aceitar o convite daquele garoto, mas quem sabe eu também não seja idiota por não aceitar?

— Catarina aqui! Manda o endereço do seu apartamento. Estou querendo lhe fazer uma visita.  — envio a mensagem.

Não demora nem um minuto e Enzo manda a localização.

Silenciosamente, quase na ponta do pé. Pego as chaves do carro e saio do apartamento fechando a porta lentamente para não fazer barulho.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora