Capítulo vinte e dois - A única opção.

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Sinto uma forte luz passar por minhas pálpebras, o que me faz abrir os olhos devagar. Estou na sala onde de seis em seis meses fazia as tomografias.

Uma enfermeira aparece e diz sorrindo:
- Olá, senhora Maria Luiza! Vamos realizar seu exame, para mostrar ao...

Levanto a cabeça interrompendo toda a conversa que escutei por anos.

- Eu já sei, mais tarde vou apresentar o exame ao neurologista. Depois vou passar pelo psiquiatra. E no final vão me drogar até perder a consciência.

- Se você já sabe todo o protocolo, só basta aguardar o neurologista que vai realizar seu exame. E que médico. - Suspira.

Encosto novamente minha cabeça na maca. Viro para os lados, vendo meus braços e pernas presos a cintos de couro marrom. Olho para cima vendo uma enorme luz de lede em formato de círculo. O que fiz para aquele desgraçado me enfiar aqui novamente? Pergunto-me.

Inspiro tentando conter minhas lágrimas. Estou mais uma vez presa nesse lugar, onde vai demorar mais alguns anos para que eu possa ver a luz do dia fora dos muros altos e brancos.

Escuto a porta abrir o que me faz virar de lado para ver quem é, porém, apenas vejo o jaleco branco o que me levanta a hipótese de que possa ser o médico. Olho novamente para cima, mas a luz da lâmpada de lede desaparece no momento que o medico aparece em minha frente.

-Eu não acredito! - Digo ao perceber que o medico é nada mais, nada menos do que Marcelo.

- Maria Luiza, mas o que? O que faz aqui?

- Eu quem te pergunto. Os anos que passei aqui, nunca vi você nesse lugar.

- Eu entrei há cinco anos atrás, quando soube que estava internada. Me especializei para ficar mais perto de você, e assim que pude entrei nesse lugar, mas você já não estava mais aqui.

- Marcelo, eu preciso que me ajude. Eu não sou mais quem era antes.

Marcelo olha para trás e vai até a porta trancando-a, em seguida, vêm até mim e desamarra os cintos.

- Como posso ajudar você?

- você precisa me tirar daqui.

- Aqui é praticamente uma fortaleza Maria Luiza. É impossível que eu saia com você sem ser visto pelos outros. Você precisa do laudo do psiquiatra, com certeza o Glauco vai ver que não está louca, mas o que aconteceu?

- Eu conto para a você outra hora. Tenta encontrar Rosa e Catarina, elas vão te ajudar a me tirar daqui.

- Assim que eu sair do plantão eu procuro por elas, eu prometo. - Marcelo dá um beijo casto em minha bochecha.

Marcelo é minha única opção para sair desse lugar, espero que ele não me decepcione, porque não tenho muitas opções para confiar nesse lugar.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora