Capítulo sete - Sem noite de núpcias.

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Benjamin

As esperanças de ver os olhos de Catarina novamente abertos e vividos, já tinha sido descartada. Eu não podia parar no tempo, muito menos deixar de recorrer a carinhos femininos até porque minha mãe sempre disse que mereço todas as mulheres do mundo e elas não me merecem.

Natália é uma mulher encantadora e muito gostosa, claro que nenhuma mulher vai superar Catarina quando o quesito é cama, mas eu preciso saciar meus desejos sexuais. Depois do acidente que deixou Catarina desacordada, passei meses aguardando-a despertar novamente, porém, depois de um ano decretei nossa relação perdida, algumas pessoas voltaram do coma após anos, mas na minha cabeça Catarina já estava morta em vida. Cheguei a autorizar o desligamento das máquinas que as mantinha viva, no entanto, Fernanda fez questão de se meter no meio e não deixa que isso acontecesse. Enfim, ela também assumiu a frente dessa responsabilidade que jamais deveria ter sido minha.

Depois de ficar totalmente livre dos gastos com Catarina, visitei alguns bordéis em busca de satisfazer meus desejos sexuais até que em uma noite, fui a uma festa formal no escritório de Tomás, um ex colega de faculdade. Lá conheci a belíssima Natália, uma mulher de cabelos lisos e castanhos, seus olhos também castanhos, expressaram empoderamento assim que a vi a primeira vez. Ela têm um corpo escultural, seios fartos que faço questão de colocar meu rosto entre eles todas as noites até ficar sem ar.

Natália é brasileira, mas seus pais moram em Milão. São donos da maior vinícola do Brasil a qual minha atual esposa faz parte. Poucas vezes tive o prazer de jantar com meus sogros, pois os mesmos só vem ao país uma vez ao ano. Minha mãe nunca conheceu os pais de Natália, a agenda de ambos nunca bateu a ponto de ao menos marcar um rápido jantar para se conhecerem.

Ian e Valentina moravam comigo até Natália não aceitar mais os dois conosco, até porque ambos já tem 16 anos e podem muito bem viver a vida deles. E entre escolher minha esposa ou meus filhos, é claro que escolho minha mulher, porque com ela posso construir uma nova família sem esquecer das outras que antecedem.

Valentina praticamente decretou guerra contra mim, mesmo eu a deixando amparada com uma mesada gorda por mês, se bem que Natália têm razão quando diz que eles devem trabalhar para conseguir ganhar dinheiro. Ian foi morar em uma cobertura de luxo, cujo, o proprietário é justamente minha ex-mulher, Maria Luiza. Os trâmites que envolve a separação de nós dois, deixou apenas uma pendência, o partilhamento de bens, mas foi rápido de resolver quando mostrei que Maria Luiza não estava em plenas faculdades mentais.

Sobre Maria Luiza, contei a Ian que a mãe faleceu ainda dentro do manicômio, dias depois do acidente sofrido por Catarina. Ele era criança, ainda insistiu para ver a mãe, mas consegui o convencer do contrário. Ian ainda fala comigo constantemente, apesar de não morar mais no mesmo teto que eu. Acho que essa aproximação comigo, se deve ao fato que sou a única pessoa a quem ele pode recorrer, pois na cabeça dele, a mãe já faleceu há anos.

Após o meu casamento, peguei um jatinho direto para Campos do Jordão onde me estou com Natália em um hotel de luxo.

Natália vai até o banheiro. Tiro o terno e desabotoo os botões da camisa, jogando-a por cima da uma poltrona de couro. Pego um copo e coloco um pouco de whisky, aproximo-me da janela de vidro que mostra a beleza de Campos do Jordão.

Não paro de pensar no momento em que vi aquelas três mulheres de preto, Maria Luiza, Rosa e especialmente Catarina. Há quanto tempo não a vi naquele leito de hospital? Dois, quatro ou nove anos? Ela simplesmente não envelheceu, é como se tivesse parado aparentemente no tempo. Maria Luiza saiu daquele manicômio, onde pensei que ficaria o resto da vida até morrer de uma vez por todas. E Rosa, não me surpreende nem um pouco, apesar de pensar que ela não voltaria a atormentar a minha vida depois de tantos anos em silêncio.

Meu celular toca, logo, o tiro do bolso e vejo que minha mãe está a ligar. O que dona Ágata quer a está hora da noite? Se bem que não nos despedimos na festa.
- Alô! - Atendo.
-Meu filho, eu preciso que você volte para casa o mais rápido possível.
- Aconteceu alguma coisa mãe? Vi que depois do casamento a senhora não foi para a festa.

- Aconteceu uma coisa horrível, vem para casa agora. Por favor.
-

Se for sobre Maria Luiza, Rosa e Catarina, já estou sabendo.
- O que tem haver essas três?
- Não é delas que você está falando?
- Claro que não. Eu estou falando... É... Que você tem que vir agora.
- Mãe, só posso ir depois da lua de mel. Desculpe! - Desligo o telefone.

Se fosse algo grave, minha mãe não hesitaria em dizer até porque ela é a rainha dos dramas. Tenho certeza que não é nada com que eu deva me preocupar.

Viro os resto de Whisky, em seguida, coloco sobre uma mesa no meio ao lado da poltrona de couro.

Entro no quarto e vejo Natália vestida com uma lingerie vermelha. Como essa mulher saiu do banheiro para o quarto? Ela está sexy, isso me lembra da noite de núpcias com Maria Luiza.

- Eu estava esperando por você. - Diz deitada na cama.

- Opa! - Aproximo-me de Natália e fico entre suas pernas. A beijo intensamente fazendo nossas respirações ficarem ofegantes. Abro os olhos e penso estar beijando Catarina, é como se eu a visse no lugar de Natália. Nós viramos, logo Natália está por cima de mim, quer dizer... Rosa está por cima de mim. Ela fixa aqueles olhos de cobra que por muito tempo não me deixava louco a ponto de querer come-la de novo. Balanço a cabeça e volto a ver Natália.

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunta.

- Não, não aconteceu nada.

Natália desce tirando o cinto da minha calça, pisco o olho e vejo Maria Luiza desabotoando o botão para tirar minhas vestes inferiores.

- Maria Luiza? - Indago confuso.

- O que você disse?

Pisco o olho e vejo Natália novamente.

- O que?

- Você disse Maria Luiza.

- Eu não falei isso.

- Eu escutei em alto e bom som, você falou o nome da sua ex-mulher.

- Quer saber! - levanto da cama e abotoo o botão da calça. - Isso não vai dar certo hoje.

- Então, quer dizer que você ainda gosta de Maria Luiza?

- Eu não falei isso.

- Claro que não, você chamou por ela quando a gente estava prestes a transar.

- Natália, você está ficando louca.

Vou para a sala que antecede o quarto, sento no sofá de couro e coloco um novo copo de whisky. Pego o celular e procuro na agenda o nome de Ian, quando encontro clico em ligar.

Agora que Maria Luiza voltou, ele precisa saber da verdade por mim antes que a louça da minha ex-mulher se precipite em encontra-lo.

Ian não atende, ligo novamente, mas sem resposta.
Já estou na sétima chamada e não consigo retorno.

Abro o whatsapp e vejo duas mensagens da minha mãe.

- Filho, volte logo para casa porque tenho algo para te contar.

- Não durma com Natália, por favor. - conclui.

Agora estou começando a me preocupar com o que minha mãe tem a dizer, essa insistência levanta uma hipótese que dona Ágata deva ter descoberto alguma podre sobre Natália que eu não sabia. Espero que essa vagabunda não tenha me colocado um par de chifres, porque farei ela se arrepender amargamente.

Clico no contato de Ian e envio uma mensagem no WhatsApp.

- Ian, vá até minha casa amanhã a tarde, pois preciso conversar um assunto sério com você. - Clico no botão de enviar a mensagem.

Natália que me perdoe, mas a lua de mel acabou.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora