Capítulo trinta e dois - Em choque.

764 47 4
                                    


Do pescoço de Rosa sai jatos e jatos de sangue, ela coloca as duas mãos para tentar conter o sangramento. A mesma cai para o lado e trava uma luta para continuar respirando. Benjamin está imóvel, apenas observando-a assutado. É uma hipócresia ele ter tal reação, pois é o único culpado de tudo isso.

Maria Luiza consegue se soltar das mãos de Ian e Valentina e corre na direção da arma. Ao perceber, Benjamin agacha para pega-la, mas Malu consegue ser mais rápida e pega a pistola do chão apontando-a na  cabeça de Benjamin na mesma hora.

Malu puxa o cão da arma para trás. Ela respira rapidamente nervosa. Agora, quem está com as mãos para cima é Benjamin, o mesmo fica de joelhos apavorado.

— Maria Luiza, não faça isso.— Ele tenta apaziguar a situação dele. — A gente pode esquecer tudo isso e viver todo mundo feliz.

— DESAMAREEM CATARINA!— Ordena Rosa.

Ian e Valentina correm para me soltar. Maria Luiza os observa, assim que estou com meus braços e pernas liberados, Benjamin tenta partir para cima de Maria Luiza e novamente a pistola dispara atirando bem na cabeça do homem que tanto me fez sofrer.

Malu solta a arma com os olhos arregalados, Benjamin rapidamente cai sem vida para o lado de Rosa que ainda luta pela a sua. Ian abraça a mãe e Marcelo se levanta com a mão na cabeça.

Corro na direção de Rosa e coloco sua cabeça sobre minhas pernas tirando as mãos ensanguentadas dela e colocando as minhas em seu pescoço.

— CHAMEM A AMBULÂNCIA!! — exclamo.

— A gente ligou para o Paulo e acionou a policia quando estávamos no carro. — Diz Valentina. — Ian está ligando para a ambulância agora.

Olho para Benjamin do outro lado, sozinho e sem vida. Ian está preocupado com a mãe e Valentina está me ajudando com Rosa. Ninguém se preocupa com um homem que só se importava com seus próprios interesses, deixando as pessoas que os amava de lado como um objeto. Infelizmente, ainda sinto pena por ele, mas Benjamin traçou seu próprio destino desde o início.

— Será que o meu bebê vai... — sussurra Rosa com dificuldade tentando inspirar ar para os pulmões, uma lágrima escorre do seu olho esquerdo — vai  me perdoar por ter matado ele ? — Puxa o ar novamente. — Será que ele vai me deixar pegar nele?... Eu estou com medo Catarina... Eu estou com medo de morrer sozinha.

—Você não está sozinha. — Respondo pressionando o nó em minha garganta. — SOCORRO! — Grito com a voz falhando.

Maria Luiza se aproxima de mim carregada por Ian e Marcelo. Ela está aos prantos, a mesma se agacha e me abraça e por um instante, posso por um instante sentir seu remorso por uma coisa que favoreceu a todos.

— Eu matei ele! — ela me olha. — eu não sou uma assassina Catarina. Não sou!

— Eu sei que você não é. Não foi sua culpa Malu, você ajudou todas nós.

Eu entendo Maria Luiza, sei que ela já não estava bem e tudo isso só fez piorar sua saúde mental. Nunca vou abandona-la. Eu juro.

Rosa tenta engolir a saliva para hidratar a boca que está seca. Ela inspira novamente com dificuldade e mais lágrimas escorrem dos seus olhos.

— Me desculpa! Me des... Dês... Desculpa... por fazer tanto mal.... a vocês.

— Não fale muito Rosa, isso pode...

Sou interrompida.

— Eu fiz muito mal a vocês duas. — Ela fica cada vez mais cançada. — Eu só queria sentir o amor. — Sussurra. — Eu só queria ser amada... — engole a saliva.

Rosa fecha os olhos e seu rosto cai para o lado.

— Rosa? Rosa ?— Bato no rosto dela no intuito de acorda-la. —Acorda! Meu Deus!— me viro para Malu. — Maria Luiza, Rosa não acorda. Ela não acorda. — ponho minhas duas mãos sobre cabeça chorando.

Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo, ela não. Ela também foi uma vítima dele e não merece esse mesmo destino, sei o tanto que Rosa erro, mas hoje passo a entender ela como ninguém. Sinto os braços de Valentina me envolverem e nesse momento consigo cair na realidade e ver que duas pessoas morreram bem diante de mim. Rosa morreu nos meus braços pedindo para que o seu bebê a perdoe. Eu nunca vou me esquecer desse dia, nunca.

— Calma mãe, o socorro já está chegando.

Rosa continua sem vida sobre em meu colo. Ela era apenas uma mulher que queria sentir o amor de verdade, que foi magoada intimidade e socialmente por um homem que só pensava em si mesmo, igual todos os outros. Rosa era uma pessoa só queria merecia ser amada como todo mundo.

Ouço a sirene da polícia se aproximar, luzes azuis e vermelhas invadem o local. Os polícias se aproximam de Benjamin e Rosa e confirmam a morte de ambos após checar os sinais vitais. Um grito sai da minha garganta com tanta intensidade colocando toda a angústia que sinto para fora. É uma dor que nunca pensei passar em minha vida.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora