Capítulo doze - Tal pai, tal filho.

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Catarina

Desde o momento que acordei naquele quarto de hospital ao qual passei anos adormecida, sonhei com o momento que poderia sentar a mesa com a minha filho e sentir novamente aquele ar familiar. Seria Valentina, eu e Benjamin, foi assim que planejei minha vida antes de tudo, mas acho que dá forma que aconteceu foi necessário para que eu podesse ver quem de fato era o homem que tanto falava que me amava.

Ricardo já está comendo o terceiro pão com queijo. O pequeno Gustavo, está tomando um copo de suco de maracujá. Maria Luiza também toma um pouco de suco, enquanto Valentina mastiga sua salada encarando Malu com uma cara na nada boa.

- Quero mais pão com queijo. - Diz Ricardo fazendo Fernanda olhar para ele assustada.

- Você acabou de pegar um Ricardo.

- Mas acabei de comer, mãe. E ainda continuo com fome.

A campainha toca tirando a atenção de Fernanda de seu filho.

- Olha! - Fernanda levanta o dedo indicador para cima. - Deve ser a pizza de calabresa que fiz o pedido. Deixa eu ir lá, porque eu sou a que mais está esperando por essa pizza.

Ela saí da mesa encaminhando-se até o quintal para abrir a porta.

- Odeio pizza de calabresa. A mamãe devia ter comprado de frango catupiri. - Diz o filho caçula de Fernanda que se retira da sala de jantar com o celular na mão.

- O Gustavo é cheio de birra, não aguento esse moleque. - Bufa Valentina revirando os olhos.

- Valentina! - Olho para ela com desaprovação.

- Mas é verdade!

- Valentina! - Uma voz grossa e familiar ecoa pela casa, mas quem é? - Valentina! Cadê a Valentina Fernanda?

Fernanda volta para a sala de jantar, logo, outra pessoa a acompanha, a mesma pessoa que há poucos minutos estava tocando a campainha. A mesma pessoa que também me deu seu cartão com número de telefone na festa de casamento. O mesmo com quem fiquei a noite passada.

Maria Luiza se vira e encara o garota que encontra-se parado diante da mesa de jantar. Fernanda toca no ombro de Malu, em seguida, estende a mão em direção a visita e diz;

- Maria Luiza, conhece Ian... Seu filho.

Malu levanta da cadeira com um pulo para abraçar o filho. Meu coração dispara com o que Fernanda diz. Como assim filho? Como ele pode ser Ian se disse se chamar Enzo? Eu deveria estar me sentindo feliz por ela, mas na verdade sinto uma aflição por ter ficado com o filho Malu, mas aí é que está, eu não sabia. Logo agora, que acabamos por estabelecer novamente uma amizade. Se descobrirem que eu me envolvi com esse garoto, eu prevejo novos problemas e com uma proporção ainda maior. Gostaria de saber quando vou ter paz de verdade. O fato de ter permanecido em coma, me ausentou de vários problemas ao mesmo tempo que me trouxe outros ao despertar.

- Mãe! - Suspira Ian ao segurar o choro em um forte abraço com Maria Luiza. Meu coração está começando a sentir um alívio. Um alívio de mãe. Quando Valentina envolveu seus braços em mim novamente, senti o dever de tê-la sempre ao meu lado de proteger-la de tudo e de todos. Então, sim, eu sei o que Maria Luiza sentindo enquanto mãe, mais do que ninguém. - Não sabe o quanto eu precisei e preciso de você.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora