Capítulo quinze - convidando de novo.

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- Eu não sabia que ele era o filho de Maria Luiza, ele se apresentou como Enzo. Eu só descobri que ele era Ian, no dia que você o apresentou a Maria Luiza.

- E porque esse menino fez isso?

- Em uma conversa que tive com ele na mesma noite aqui na cozinha, ele disse que foi uma forma de vingança, porque segundo ele, eu fui o motivo de tantas brigas entre Maria Luiza e Benjamin quando ele era apenas uma criança.

Fernanda vira seus olhos castanhos para lado ainda surpresa com o que falei, ela expira todo o ar dos seus pulmões. Provavelmente ela deve estar se perguntando o que se passou pela cabeça de Ian, para fazer tal façanha, porque por mais que seja uma forma de vingança, não deixa de machucar pessoas próximas como minha filha.

- É melhor que isso não saia daqui. - aconselha. - porque se alguém mais descobrir, sem dúvidas vai prejudicar muito você e talvez... Escuta bem! talvez ele possa se prejudicar. Porque Maria Luiza não vai ficar contra Ian. Uma, porque ele é filho dela e outra, porque ela acabou de reencontra-lo.

- Eu não pretendo contar isso a mais ninguém, somente a você, porque isso já estava me consumindo por dentro.

Fernanda pega minha mão e diz:
- Amiga, você vai me perdoar mas... você têm um péssimo gosto para homem. Eu acho que você deveria conhecê-los melhor, antes de ficar com eles.

Sorrio. Eu sei que é verdade, no caso de Ian, eu não ia querer mais nada com um garoto que é visivelmente mais velhos que eu. E depois, ele é filho de Maria Luiza, parece que nasceu para se parecer com o pai, que mentiu quase dessa mesma forma.

Fernanda se levanta e vai até o seu quarto, não demora muito, e ela retorna com uma pequena bolsa preta na mão. A mesma vira a cadeira ficando frente a frente comigo.
- Toma! - Ela coloca a bolsa em minha mão. - Essa bolsa contém todos os seus documentos e cartões bancários, que tive que bloquear para ninguém mais usar.

- Muito obrigado por mim ajudar tanto, Fê.

- Só fiz minha parte. - Ela responde com um sorriso amigável.

A abraço forte. Por tantos e tantos anos Fernanda permanece essa amiga fiel e companheira. Uma amizade que não passa a mão na minha cabeça quando estou errada, pelo contrário, adora puxar minha orelha como ninguém, todas as vezes que ela fez isso, é porque eu realmente estava merecendo.

A solto e fico novamente frente a frente com ela.

- Nós últimos dias, a gente falou tanto de nós mesmos, que esquecemos de você. - Pego na mãos dela. - Como você esteve todo esse tempo? A sua empresa? Seus filhos e casamento?

Fernanda força um sorriso, o que me deixa preocupada. Eu a conheço muito bem, e é por isso que sei que algo de errado está acontecendo.

- Eu fechei o estúdio, tive que cuidar da casa, enquanto Alex viaja como representante. Ele disse que como chefe da casa, a obrigação era dele de manter o nosso lar.

- O que? - Pergunto incrédula.

Espera aí, agora quero dormir por mais cem anos ou voltar ao dia que sofri aquele acidente para não entrar no carro e não escutar isso da Fernanda. O que aconteceu? A minha amiga linda, empoderada e independente ficou no passado?

- Catarina, eu estava sozinha criando duas crianças não ia pagar babá para cuidar dos meus filhos. Alex também conseguiu um emprego melhor, como representante, conseguindo uma renda melhor do que sendo motoboy.

- Fernanda! Eu não estou te conhecendo. Ele pode estar trabalhando ou não, você têm que ser independente. Depois que o Gustavo, estivesse com três ou quatro anos, você podia pagar para alguma babá ficar com seu filho.

Um Acordo Entre Amantes (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora