Capítulo 6

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{Alya}

Duas semanas se passaram desde o meu aniversário. Eu não havia feito nada demais, literalmente, minha semana havia sido tão pacata quanto as demais. Ou melhor, quase tão pacata. Kalina me visitava quase sempre e era uma verdadeira luz. Sua presença era renovadora. Ela me arrancava gargalhadas quase sempre e vivia irritando os sentinelas que andavam perto de nós. Ela era luz por onde passasse, eu nunca, em toda minha vida, havia me sentido tão bem perto de alguém. Além do mais, meu pai havia diminuído os sentinelas, acho que ainda se sentia culpado por conta do meu aniversário.

No momento estávamos em uma das varandas da mansão, eu estava pintando um campo de lavandas e Kalina estava deitada aproveitando o sol e comendo alguns bolinhos, os quais eu também beliscava. Para ser sincera, eu estava comendo bem mais desde que viramos amigas, meu corpo já até havia ganhado algum peso e Kalina, ao contrário de mim, comemorou. Ela disse que eu não estava esquelética de uma forma não saudável e eu apenas ri. Meu pai ainda vivia passando os dias fora, mas voltava para casa todas as noites.

- Sabe... - A voz de Kalina soou e eu virei meu rosto levemente em sua direção. - Vai ter uma festa clandestina essa noite... poderíamos ir.

Arqueei minha sobrancelha e voltei a pintar minha tela.

- Sei que somos amigas a poucas semanas, mas achei que você já tivesse percebido que não posso sair de casa... ou ficar sem sentinelas.

Misturei o azul com o branco, afim de conseguir um tom mais claro para conseguir sombrear o caminho entre as lavandas e ouvi o suspiro de minha amiga.

- Mas isso é porque você não utiliza as armas certas... podemos falar que você irá dormir lá em casa.

Sorri levemente, me virando para ela.

- Claro... E depois vamos falar para os sentinelas que vamos fazer um piquenique à luz do luar e sem querer acabaremos em uma festa.

Falei com um sorriso sarcástico e Kalina jogou uma uva em mim, me fazendo rir e voltar a pintar.

- Espertinha. O resto você deixa comigo, apenas concorde em ir.

- Não sei não, Lina....

- Pelo Caldeirão, Alya... Você nunca foi em uma festa, não tem curiosidade em saber como é?!

Senti meu rosto corar.

- Eu já fui em festas!

- Seu aniversário não conta. - Ela disse em um tom implicante e voltei a encara-la

- Eu fui na festa dos 30 anos de liberdade!

- E ficou menos de uma hora! Além do mais, aquilo foi quase um ritual! Não foi uma festa.

Suspirei e a encarei.

- E quando chegarmos lá, vamos fazer o que? Pedir para ninguém contar pro meu pai?

- Claro que não! É uma festa clandestina, significa que vai ter feéricos de várias cortes e sem permissão. Ninguém te deduraria, sem se auto dedurar. É altamente seleta e secreta.

- E você ficou sabendo dela por quê....?

- Porque sou incrível.

Revirei os olhos e dei de ombros. Meu pai jamais deixaria de qualquer forma.

- Se convencer meu pai, eu vou.

Kalina levantou em um pulo, me puxando pelos ombros.

- Ótimo, porque seu pai acabou de chegar e vamos falar com ele!

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora