Capítulo 15.5

4.2K 445 325
                                    


{Lydia}

Parecia haver uma bigorna batendo contra a cabeça de Lydia, que não parava de girar. A fêmea abriu seus olhos sentindo sua língua pesar e avistou seu pai, sentado em uma poltrona ao lado de sua cama. Assim que Cassian ouviu o som da respiração da filha mudar, ele ergueu o rosto e se aproximou. 

— Meu lírio…Hey…

Lydia tentou falar, mas sua língua ainda estava colada no céu da boca. Ela sentiu seus olhos pinicarem com lágrimas que brotavam, e Cassian acariciou levemente suas bochechas.

— Você está bem… está comigo. Está em casa. 

Casa… sim. Ela estava em casa. Lydia tentou erguer a mão para segurar a do pai, mas nem isso conseguiu fazer, antes de ser arrastada novamente para a inconsciência. 

Ela acordou horas depois e Cassian ainda estava ali, segurando sua mão. Ele lhe lançou um pequeno sorriso quando a viu. 

— Pai… 

Lydia murmurou com a voz rouca pelo tempo em desuso e pela sede. Lydia viu os olhos de Cassian se encherem com lágrimas.

— Oi meu pequeno lírio. Eu estou aqui… você está bem agora. 

Cassian colocou um copo na boca de Lydia com delicadeza, a fazendo beber um pouco da água. A fêmea engoliu a água encarando o pai e sentindo os próprios olhos pinicarem quando o peso de tudo o que passou pesou sob seus ombros. 

— Desculpe… Não consegui chegar a tempo do jantar. 

Foi a primeira coisa que disse, quando terminou de beber a água. A única coisa que pensava quando estava lá.

Um ruído quebrado saiu da garganta de Cassian e ele puxou a filha contra si a abraçando com força. 

— Podemos fazer outro jantar. - Ele murmurou, acariciando os cabelos de Lydia com tamanha delicadeza, que era de se partir o coração. - Eu fiquei com tanto medo, Lyd… com tanto medo de te perder, meu lírio. 

Um nó se formou na garganta de Lydia e ela engoliu o choro. Lydia não era de chorar. Quase nunca, na verdade.

— Eu fiquei com medo de não te ver mais… 

Ela falou baixo e Cassian a apertou mais. E então a porta se abriu subitamente e Nestha entrou como um furacão. Lydia nunca havia visto a mãe em tamanho estado, com joelhos trêmulos e com um semblante tão abatido. Sua mãe era ferro e fogo. Não aquela sombra que parecia gritar desespero.

E quando ela se aproximou e um ruído quebrado saiu de sua garganta, quando Nestha caiu de joelhos, abraçando a filha e chorando copiosamente, algo em Lydia se partiu. Aquela represa se partiu e ela se permitiu chorar no colo dos pais. Ela permitiu que seu medo viesse à tona, que suas dores viessem e chorou como uma criança chora quando perde um brinquedo. 

Cassian e Nestha a abraçaram até que ela se acalmasse, até que conseguisse respirar mais tranquilamente. E então a deram um copo de água e esperaram que ela se recompusesse, antes de chamar seus tios e irmãos. Rhysand entrou primeiro com Azriel e a abraçou com cuidado. 

— Como se sente? 

Ele perguntou com suavidade e carinho. Azriel se aproximou e sorriu levemente para a sobrinha. 

— Estou bem, tio Rhys. Estou mesmo. 

Ele a encarou mais alguns segundos e deu um beijo na testa de Lydia.

— Ficamos preocupados, Lily. 

Lydia sorriu. Seus dois tios tinham mania de a chamar de Lily às vezes, isso porque Cassian sempre a chamava de lírio. Era um pequeno trocadilho.

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora