Capítulo 23

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— Então eles estão fechados? 

Alya perguntou a Madja. Estávamos dentro de um pequeno quarto. Madja apareceu subitamente aqui em casa, de manhã, falando que havia reconhecido o tipo de bloqueio usado e que gostaria de falar com Alya. 

— Bem… sim. Isso acaba impedindo que grande parte de seu poder saia. Eu diria que uns noventa por cento. 

Alya arregalou os olhos e encarou o irmão. Estávamos apenas eu, minha mãe, Drystan e ela naquela sala. 

— Noventa… por cento? 

Madja concordou com a cabeça e estendeu as mãos para Alya. 

— Se pudermos começar…

Ela falou baixo e Alya segurou suas mãos. Madja iria tentar usar seus dons para tentar retirar o bloqueio de Alya. 

Ela fechou os olhos, a sala ficando em um tenso silêncio. O ar se encheu de magia, pura magia aquecendo o nosso redor e as mãos de Madja brilharam. Ela ficou assim por alguns segundos, antes de soltar as mãos de Alya e suspirar. 

— Conseguiu? 

Perguntei mais bruscamente do que desejava, ganhando um olhar cortante de minha mãe. Madja não pareceu se importar, ela encarou Alya com um semblante triste, antes de negar com a cabeça. 

— A magia do grão senhor impede que eu consiga abrir os pontos. 

Alya empalideceu, mas foi seu irmão quem falou com o cenho franzido e de forma seca. 

— Grão Senhor?

Madja o encarou, depois encarou Alya com um semblante de conhecimento, antes de se levantar. 

— Quem fez esse bloqueio foi uma sacerdotisa. Mas a magia cedida foi a de um Grão Senhor… seu grão senhor. - Ela falou encarando os dois. - Ele cedeu uma semente do poder para segurar os seus pontos de poder. 

Alya conseguiu empalidecer ainda mais, se é que aquilo era possível. 

— Meu pai fez isso comigo…?

Ela perguntou baixo e Madja a encarou com um semblante calmo e compadecente. 

— Iremos dar um jeito nisso, tudo bem? Vou pesquisar um pouco mais.

Ela falou apertando as mãos de Alya, antes de se afastar com minha mãe a guiando para a porta. Eu encarei Alya. 

— Você está bem?

Alya endireitou o corpo e forçou um sorriso, antes de engolir em seco. 

— Sim… claro. Ele deve ter tido alguma razão séria para isso. - Ela falou e eu não respondi. Nem Drystan. Apesar de ele parecer estar pensando o mesmo que eu. Que ela parecia desesperada para acreditar naquilo. - Estou com fome. 

Ela falou se levantando rapidamente e saindo do quarto. Eu e Drystan nos encaramos, antes de segui -la. Alya entrou na sala de jantar, se sentando ao lado de Ren e eu me sentei ao seu lado. Minha mãe entrou, se sentando perto de Mor. Alya, então, franziu o cenho observando a mesa.  

— Aconteceu algo? 

Ela me perguntou baixo e eu a encarei confuso.

— O que quer dizer? 

Perguntei colocando um pouco de ovos e bacon em seu prato. Alya deu de ombros. 

— Seu pai, o general e o mestre espião não estão à mesa. 

Ela falou, ainda baixo, e eu a entreguei o prato, sentindo meus lábios se abrirem em um sorriso. 

— Ah sim… eles têm essa tradição de bolas de neve. - Falei e Alya revirou os olhos, me encarando, como se esperasse a verdade. Eu ri. - É sério. Eles tem essa tradição anual. Sobem para a cabana na montanha e... Bem, é uma longa história, mas fazem isso praticamente todos os anos durante séculos, depois da guerra de bolas de neve, pegam uma sauna. 

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora