Capítulo 42

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{Nyx}

Meu subconsciente não me deixava relaxar devido às duas semanas completamente estressantes que se seguiram após a guerra. O início das limpezas, reconstruções, reuniões… e problemas. Tantos problemas que quase me sentia sufocado. 

Portanto, meu sono estava picotado e eu me sentia despertar o tempo todo. Esfreguei os olhos discretamente para não acordar Alya e olhei em volta. Não conseguia mexer meu torso, porque Alya estava deitada com a cabeça apoiada em meu peito e um dos braços estava jogado sobre meu abdômen. 

Cuidadosamente afastei minha parceira, me levantando com cuidado, antes de seguir para o banheiro. Quando retornei, Alya já estava sentada, coçando os olhos de forma sonolenta. Os cabelos bagunçados e lábios inchados eram capazes de deixar minha parceira ainda mais linda. 

Eu sorri de canto, voltando para meu lugar e me aproximei, a puxando pela cintura mais para perto de mim. 

— Bom dia, Alya, meu bem…

Um sorriso minúsculo começou a nascer em seus lábios, enquanto ela se virava de forma animada, deixando alguns beijos em meu rosto, antes de falar com a voz rouca e sonolenta:

— Feliz aniversário, Nixy. - Eu pisquei. Tive certeza de que meu rosto expressava minha confusão, porque uma risada baixa saiu de Alya, enquanto ela arqueava uma sobrancelha de forma descrente. - Não acredito que esqueceu do seu aniversário…

Bufei de forma que poderia ser interpretada como um quase riso e a puxei mais para perto, nos deitando.

— Estou com a cabeça tão cheia, que realmente não me lembrei… 

Alya brincava com meus dedos de forma distraída. 

— Por que você acha que Elain disse que viria aqui com Jesminda hoje? 

Não consegui conter minha baixa gargalhada. 

— Para ser sincero, achei que ela estava apenas tentando irritar Lucien… 

Alya riu. Não era mentira. Jesminda havia nascido há pouco mais de uma semana. Logo no início da primavera. Uma pequena fêmea com lindos cabelos ruivos e olhos vermelhos. Apesar disso, minha tia Nestha disse que se não fosse pelos cabelos e pelos olhos, Jesminda poderia ser a própria Elain quando era bebê. O que fez meu pai desejar boa sorte para Lucien, com um risinho divertido. 

Graças ao nascimento da minha prima, Lucien se encontrava extremamente irritado nas reuniões, por estar sendo mantido longe da filha e parceira. E também se encontrava ainda mais superprotetor com as duas. 

Eu me virei para minha parceira, com um pequeno sorriso nos lábios. 

— Vou tirar o dia livre, já que é meu aniversário… 

Alya não me respondeu, ao invés disso, me deu um sorriso, se virando e pegando uma pequena caixa. Ela me entregou com um sorriso, enquanto eu me sentava, observando sua animação, antes de eu abrir a caixa, dando de cara com um pequeno globo transparente, quase um pouco maior que a palma da minha mão. 

Não consegui evitar de franzir meu cenho, ao pegar o pequeno globo, o erguendo. Até que uma imagem começou a se formar, com o som nítido de uma risada. Uma risada suave e completamente contida. 

E então uma imagem apareceu:

Era Alya. Com os cabelos escuros como ônix e olhos suaves, temerosos e cuidadosos. Mas ali estava ela, esbarrando acidentalmente em mim, logo após um giro descuidado. Um sorriso nasceu nos meus lábios, enquanto eu a puxava pela mão, nos girando no ritmo da música selvagem da Corte Primaveril. 

Seu riso era contido, algo que eu não havia notado no dia. Mas ela parecia leve, enquanto eu a girava e nos movia pelos campos. Eu sorri para ela, um sorriso tranquilo demais para alguém que estava em território inimigo. E então a segurei pela cintura, a jogando para cima. Ela olhou por sobre meus ombros.

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora