Capítulo 8.5

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⚠️⚠️ATENÇÃO: ESSE CAPÍTULO TEM GATILHOS PROFUNDOS DE AGRESSÃO FÍSICA E TORTURA PSICOLÓGICA! SE FOR SENSÍVEL, NÃO, E EU REPITO, NÃO LEIA!!! (Mas pule pras notas, se quiser, porque coloquei uma fanart linda lá!) ⚠️⚠️

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Dor. Era dor que irradiava de suas costas. Ainda assim, ele não fez um único som. Não deixaria ela ter essa satisfação. Ele já tinha onze anos, não era mais um garotinho que choraria por tudo. Sangue escorria por suas costas e seu corpo tremia violentamente, mas não era pelo frio. 

— Ficará aqui até aprender seu lugar nessa Corte. - A voz gélida que congelaria qualquer ser vivo soou. Unhas afiadas apertaram seu rosto. - Eu faço isso porque quero seu sucesso, meu filho. - A mulher falou. - Você deve ser o mais forte. Deve ser o único. Deve fazer seu pai te ver. 

Uma carícia leve em seu rosto trêmulo, um sorriso afiado. 

— Seu pai já está procurando outra para procriar, meu amor não foi o suficiente para ele. - Ela riu e o olhou com raiva, antes de bater em seu rosto. Ele sentiu um filete de sangue escorrer por seus lábios. - Seu comportamento hoje foi inaceitável! Ele quer te substituir, não consegue ver?! 

Ela o puxou pelos cabelos, o obrigando a encara-la. 

— Ele vai te trocar! - Ódio. Era ódio que moldava as feições. - Faça ele pagar. Faça todos pagarem, seu inútil. Ou eu vou te fazer pagar por ter ficado em meu caminho. 

Ela soltou o rosto do garoto e partiu, o deixando sozinho naquele lugar escuro. A noite passou e ninguém sentiu falta dele. Nunca sentiam. Ele ficou lá, sozinho, contra a pedra fria sem conseguir se mover, sem conseguir dormir. Seu corpo lutava para curar as marcas deixadas pelo chicote, mas a pedra fria não o ajudava.
De manhã, a mulher voltou… com seu manto cobrindo seu rosto. Seu cabelo cor de mel caia sobre seus ombros e ela arfou quando viu o menino, como se estivesse surpresa.

— Meu filho! Está machucado? - Ela perguntou em um tom doce e foi até ele, o pegando no colo, com cuidado. - Que ferimentos horríveis… Não acredito que foi tão descuidado ao brincar pelo bosque. 

Sua mãe dizia, cobrindo seu corpo e o carregando para a casa. O manto da mãe ficou tão grande nele… E ainda assim, ele tremia.

— Senhora! O que aconteceu? 

A criada perguntou e sua mãe sorriu angelical. 

— Sabe como são crianças… Ele caiu e se machucou todo. 

Ela disse com pesar e preocupação. Sua voz estava embargada e a criada colocou a mão no peito. Não por ele, nunca por ele, mas por ela... pela mãe triste e preocupada, pela mãe que sofria com as artes de um filho rebelde. 

Sua mãe o colocou na enorme cama azul que seu pai havia mandado fazer para ele e cuidou de seus ferimentos. Eles ardiam muito, mas o garoto se manteve em silêncio. Não seria fraco, não poderia ser fraco. Quanto mais mostrasse dor, mais iria sentir dor. Quando a mãe terminou de enfaixar seu torso, sorriu carinhosamente. 

— Seu pai foi avisado de seu acidente. - Ela disse com calma e então bateram na porta de seu quarto. - Lembre-se do que conversamos, sim?

Ela disse, antes de abrir a porta, agradecendo a uma criada pela sopa. A mulher colocou a sopa em seu colo e ele não achava que tinha forças para comer sozinho. Mas a fome falou mais alto. Seu pai então entrou no quarto, um tanto quanto desesperado. 

— O que aconteceu? 

Sua mãe pareceu brilhar com a atenção que foi lhe direcionada.

— Tamlin! - o pai mal olhou para ela, antes de se aproximar do garoto enfaixado. - Sabe como crianças são… Ele caiu na floresta.

A Court Of Flowers in the StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora